De: TAF - "As tentações"
Telegraficamente...
O facto de a situação ser grave e haver urgência de agir explica a tentação de se usarem os meios errados (aliás típicos do centralismo) para tentar alcançar uma maior autonomia regional. Nesta altura propor a Regionalização é, sem dúvida, propor algo completamente indefinido. Pode-se discutir a oportunidade, ou não, de a definir melhor agora, mas a indefinição existe. Há quem ache isso normal ou não preocupante; eu acho mal.
E acho mal porque caímos no mesmo erro da proposta de Vital Moreira que denunciei já em 2005: alguém vai apresentar à população uma divisão territorial "pré-cozinhada". Foi por isso que escrevi sobre a "carta branca" que não estou disposto a dar a nenhuma estrutura administrativa regional sem saber ao certo que estrutura é essa, como vai funcionar. Não sou defensor de nenhuma Regionalização Abstracta nem, alternativamente, de uma Regionalização Definida mas Pré-Cozinhada. Poderei eventualmente ser (ou não, depende do que for proposto) defensor de uma Região Norte nascida por crescimento orgânico, conforme sensatamente propõem Vítor Silva e António Alves, e eu próprio já tinha sugerido em 2005 a propósito de fusões de freguesias e municípios.
Não poderei amanhã participar na reunião anunciada pois precisamente a essa hora estou numa conferência promovida pelo Mestrado em Ciências da Comunicação da UP (e não posso faltar uma vez que sou eu o conferencista...), mas aqui fica desde já a minha opinião.
PS: Eu, se fosse a Rui Rio, Menezes ou qualquer outro autarca de um concelho potencialmente da Região Norte, tomaria imediatamente a iniciativa de convidar formalmente as autarquias contíguas para dar início a este processo de crescimento gradual da Região Norte, que deveria ser validado por referendos concelhios.