De: Nuno Quental - "Ainda os tags / graffitis"
Ia escrever algo semelhante ao texto do Pedro Simões. Acrescento contudo, em resposta ao Nuno Carvalho, que não tenho qualquer problema com a palavra repressão. É feia, talvez, mas pergunto-lhe apenas o que representam as coimas aplicadas pela CMVM, pelo fisco ou mesmo as penalizações dos árbitros nos jogos de futebol e da FIFA, para tomar exemplos bem distintos. Sim, tudo isso é repressão, aceite por todos nós como necessária para que a sociedade funcione em paz. São regras aliás com um intuito essencialmente preventivo e apenas acessoriamente compensador. A repressão que tanto o assusta é, afinal, um meio para evitar mais repressão, ou uma repressão mais dura que, essa sim, é de evitar.
A repressão é má quando é usada para fins errados. E é má, claro está, quando é violenta, desproporcionada, ou quando atenta contra liberdades básicas dos cidadãos. No caso concreto, ainda por cima tendo eu aproveitado a passagem no local, por mero acaso, dos srs. agentes, não creio que tenha sido ultrapassado qualquer espécie de "limite repressivo".
Mas digo-lhe mais. Ao contrário do que sugere, as penas educativas são isso mesmo: educativas. Obrigar um desses génios visionários a limpar aquilo que sujou, acredite, é uma repressão muitíssimo benéfica para os próprios e para a sociedade, que talvez passem a respeitar um pouco mais. Acontece que num estado de direito os juízes só aplicam penas, sejam elas quais forem, a quem é formalmente detido. Não há volta a dar, as regras são estas, e estão muito bem. E, pois, a polícia serve precisamente para isso.
Sejamos razoáveis... A asfixia democrática durou 15 dias, agora já podemos todos respirar.
Abraços
Nuno Quental