De: Nuno Carvalho - "Os «taggers» e a PSP"
Cara Raquel Pinheiro,
não me viu, neste espaço, defender que o tag e o graffiti poderão ser realizados em qualquer espaço.
Relativamente à validade de um tag, não a determino em função da sua qualidade estética, como arte, mas sim como uma forma, contemporânea, de expressão e manifestação. Defenderão alguns que é uma forma medíocre de exprimir sentimentos. Concordaria, se não contextualizasse a questão. Numa sociedade medíocre em que não há, nem se cria, espaço e tempo para que os jovens se manifestem na sua totalidade, é lógico que o espaço público seja o espaço por excelência para ser "tomado" para este efeito. Quando tudo o que é espaço público é privatizado para anúncios comerciais não vejo porque razão a proliferação do tag é pior para a cidade. Recorde-se a igreja dos Clérigos que esteve tapada, durante a realização de obras no edifício, por uma enorme tela publicitando uma cerveja. Dirão também alguns que é bonito. E digo eu que não é isso que está em questão.
Confesso que o que me fez escrever o primeiro mail, em resposta ao Nuno Quental, foi a atitude que ele teve em chamar a polícia. Não é certamente por métodos repressivos, métodos esses utilizados maioritariamente pelos agentes da autoridade, que se resolve o problema. São métodos ineficazes e pedagogicamente nulos.
Caro Pedro Menezes Simões,
utilizar a simples existência de uma lei para justificar alguma coisa é demasiado redutor. Só me apraz relembrar o que foi dito há 35 anos atrás..."há determinadas alturas em que a única solução é desobedecer!"
Saudações