De: Pedro Menezes Simões - "Ainda os tags / graffitis"
Caro Nuno Carvalho
Talvez eu tenha percebido mal. Pensei que este debate se tinha iniciado porque agentes da PSP optaram por não fazer cumprir a lei - o que corresponde ao seu dever. Acresce que efectivamente concordo com a lei: o vandalismo não me parece ser uma forma legítima de liberdade de expressão. Não vivemos propriamente no país de há 35 anos em que, por motivos políticos ou tecnológicos, pintar paredes era a melhor ou única opção.
Quanto à utilização comercial de espaços públicos, goste-se ou não, é feita mediante contrapartidas e tem um carácter temporário, pois é de fácil e barata remoção. Mas quando se faz um tag na casa de uma pessoa, ela tem de arcar com os custos da remoção (que nem sempre é bem conseguida) sem qualquer benefício.
A mim, que sou jovem, a visão dos jovens coitadinhos que não têm espaço ou tempo para se manifestar não me convence nem me agrada. As gerações anteriores não tinham Internet, blogues, facebook, telemóveis, nem toda a parafernália de potencial organizativo offline que as ferramentas online proporcionam. Vivemos uma verdadeira revolução de comunicações. Perante isto, achar lógico que os jovens "tomem" o espaço público parece-me manifestamente anacrónico.
Por último, o cerne da questão - a necessidade de chamar a polícia. Concordo consigo quando afirma que a repressão, por si só, é um método ineficaz. Mas por outro lado, nada fazer é contraproducente - fechar os olhos perante a vandalização do espaço público é um mau princípio pedagógico. Mas tenho uma proposta que, creio, ainda não foi tentada, e que seria muito pedagógica e eficaz. Obrigar os infractores a trabalho em prol da comunidade - remover tags e graffitis.