De: José Silva - "Quem dá boleia a uma prostituta não se pode queixar das possíveis interpretações"
- 2008/03/17: "O projecto do Bolhão tem características desnecessárias para um projecto de reabilitação. É um projecto comercial e não cultural, para dar lucro. Não me choca. O que choca é a necessidade de ocultar tudo isto. Será este «Concessionismo» uma opção ideológica, que também não me choca? Se o fosse deveria ter apresentado no seu programa eleitoral. Como não o fez, o motivo será outro. Depois de ser dispensado da CMPorto, Paulo Morais descobriu que na actividade camarária se financia os partidos. Deve ter chegado a esta conclusão após experiência como vereador. Se Rio suspeita que com quotas de 6 euros se «lava» dinheiro, então eu também tenho o direito a suspeitar que o súbito «Concessionismo» pode servir para o financiamento partidário..."
As questões levantadas sobre o «Concessionismo» pelo deputado José Machado de Castro e pela SSRU, de forma mais ou menos secreta ou moralista, têm de ser enquadradas na má imagem que os políticos têm em Portugal: é a classe profissional menos credível, provavelmente por haver a noção que se deixam comprar por privados, fornecedores de serviços à administração pública. Rio e a actual coligação não é excepção.
Como TAF questiona, quem votou para que Rui Rio fosse mandatado para concessionar/«PPPzar» o património camarário? Apesar de eu não concordar com as PPP e afins, tal como o muito liberal portuense LR o diz, a questão que se coloca não é ideológica nem de eficácia. É de seriedade.
A nível nacional, lá por Lisboa, abundam PPPs que eram hiper-urgentes e hiper-necessárias e afinal deixavam muitas dúvidas sobre a utilidade, interesse e pertinência. No Porto é o mesmo. Por exemplo, há alternativas mais baratas de expansão do Metro, que aliás aposto acabarão por ser implementadas for força da crise... Por causa da má fama de muitas PPPs, melhor seria mesmo suspendê-las por uns tempos. Como isso não acontece e eleitor/contribuinte atento e escaldado de água fria tem medo, cria-se uma natural aversão a estes negócios. Assim, quem os faz com estes políticos «poluídos» não se pode queixar, mesmo que esteja coberto de honestidade e legalidade, como acredito que seja o caso dos intervenientes Rocha Antunes e Paulo Ponte. Tal como quem dá boleia a uma prostituta não se pode queixar das possíveis interpretações.
PS: A derrota de Rui Rio, a ocorrer, passará por aqui. Mostrar à larga reserva eleitoral de índios no concelho do Porto, leia-se bairros sociais orientais, alimentados a RSI, Láferias, Rádio Festival e corridas de calhambeques, que o seu susposto protector, Rio, os manipula. Só gastou com eles as migalhas suficientes para dar votos (além do mais, segundo Elisa Ferreira, com dinheiro do Estado Central) e investiu as receitas na rica reserva ocidental / indemnizações para além da sua carreira em Lisboa. Façam o apuramento dos investimentos camarários per capita por freguesia e verão... Perceberá a candidata do PS alguma coisa de Porto ou terá capacidade para isto? Duvido. Os índios atingem? Duvído ainda mais... O povo se fosse inteligente não era povo, mas sim elite.