De: Cristina Santos - "Incoerência da CMP"
A incoerência é flagrante no incentivo que a CMP do Porto pretende dar à reabilitação da Baixa, ao mesmo tempo que sugere que é possível obter um rendimento bruto de 160 mil euros reabilitando um prédio que permite criar 6 fogos, tenta-nos vender um prédio em ruínas, com uma implantação na ordem dos 69 m2, por 130 mil euros.
O que está errado nisto não são os preços dos fogos reabilitados pela SRU, mas sim os preços dos prédios devolutos que a CMP quer vender. Se por um prédio devoluto se paga 130 mil euros, a que preço se vendem as fracções?!
Se a CMP quer incentivar a reabilitação urbana, tem que baixar o preço do edifício antes das obras, só assim é possível cativar o mercado e induzir nos proprietários a filosofia de que mais vale vender a preço justo, com imobiliários sérios, do que não vender. Os proprietários têm que se mentalizar que se um prédio não pode subir, nem alargar, se não pode ser demolido e se reduz a uma implantação de 15 x 7 metros, não pode valer 150 mil euros, ninguém o vai comprar.
Bastava uma pequena pesquisa no Lar Doce Lar, para encontramos inúmeros prédios só de Res-do-chão a custar 100 mil euros e por qualquer prédio com 2 andares pede-se entre 150/180 mil euros. Ainda queria ver a Porto Vivo a comprar um prédio à CMP pelo preço que a CMP o quer vender ao público e depois apresentar esses índices de retorno bruto... Mas está bem, a Porto Vivo não tem culpa nenhuma, trabalhou bem e nenhum de nós conseguia o que esta empresa conseguiu em 2 anos, se continuar a trabalhar assim em breve vai ser das empresas públicas com o maior lucro da história.
Nesse seguimento também gostava que o INH nos explicasse como estabelece no caso das SRU o limite do valor dos fogos para venda ao público, mas enfim, se possuisse um prédio nos quarteirões SRU com certeza que investia, isto é, se me garantissem iguais condições investia.
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Cristina Santos