De: Pedro Lessa - "Aleixo"
Finalmente (e de novo) o Aleixo, mais uma proposta de solução e de novo a esperança de muitos que se resolva este grande problema da nossa cidade (como se comprova aqui pelas várias intervenções). A solução parece-me adequada e só espero que todas as partes envolvidas se entendam. Costumo ser céptico nestas resoluções (especialmente no nosso país) pelas muitas razões que vamos assistindo no quotidiano, para além das apontadas, e bem, pelo Alexandre.
Quanto ao desabafo de Artur Gomes, e sem querer ser advogado de defesa de ninguém, parece-me que se precipitou na análise da solução proposta. Eventualmente por estarmos habituados que estas soluções são geralmente implantadas com uma ligeireza atroz por quem nos governa, sem critérios, princípios ou bom senso. Tenho a esperança de que quem terá direito a ser realojado serão os “moradores desejáveis” e que os outros serão identificados. É que a cultura da dependência tem de acabar, como vem sugerindo o Tiago, há muito.
Mas este é um problema grave, ou não fosse o Porto a cidade com mais dependentes do Rendimento Mínimo. E esta é outra das grandes questões, porque é urgente encontrar mecanismos para verificar a necessidade de atribuição desses subsídios, assim como da atribuição das casas. Quem tiver dúvidas, basta dirigir-se a uma estação dos CTT e apreciar quem vem receber o subsídio. Eu trabalho em frente a uma e é vê-los a chegar de táxi, a saírem e a distribuírem o dinheiro por vários, e as conversas que têm quando aqui passam. É que ouvir-se dizer: “tenho de fazer outro filho para receber o abono” já é comum por aqui.
E, portanto, ao chegar-se a este estado, cada vez será mais comum ouvir-se comentários como os de Artur Gomes, por completamente errados que sejam. Esperemos, então, lucidez, bom senso, rigor e seriedade das entidades que irão pôr em prática a resolução do Aleixo.
Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com