De: TAF - "Algumas respostas"
Cara Teresa Stillson e caro José Sá
São ambos excelentes exemplos do "público-alvo" a quem eu pretendia dirigir os meus posts sobre o Congresso do PSD. :-)
O congresso, para este efeito "ilustrativo", poderia também ter sido do PS, o outro grande partido com vocação de poder em Portugal. Acontece que o congresso a que eu tive acesso, e que decorreu agora, foi do PSD. Mas isso já comentei aqui. O meu objectivo não é aliciar votos para o PSD, mas sim incentivar as pessoas a que defendam as suas ideias em qualquer partido político. Não é esse o único caminho de intervenção cívica, mas é um deles e, a meu ver, importantíssimo. Apesar de haver algumas pessoas a quem, pelo menos numa primeira impressão, o assunto não interesse, pelos vistos há também outras aqui no blog que apreciaram o "relato". Quem achar que é perda de tempo, é só passar à frente e ler os outros textos. ;-)
Vamos por partes.
Primeiro: o sistema político que temos é uma Democracia representativa, ou seja, é suposto a vontade do povo ser representada pelos partidos políticos, que depois geram um Governo. Por isso, a menos que se dê alguma revolução, qualquer acção eficaz no sentido de influenciar a governação terá de passar pela "conquista" dos partidos. Dizer que os partidos estão desacreditados e que não inspiram grande confiança será provavelmente a constatação de um facto mas, principalmente, o melhor argumento para que haja um envolvimento muito mais intenso dos cidadãos (a tal "militância") para mudar o estado de coisas.
Segundo: não se confunda "militância" com "desonestidade intelectual", ou "clubismo". Eu, ao militar num partido, não deixo de ser quem sou nem de pensar o que penso. Não procuro nenhum "chefe", nenhum "salvador", nenhum "líder iluminado". Pelo contrário, procuro "iluminar" o líder! Tento convencer o líder e os outros militantes da qualidade e adequação das minhas propostas, procuro com eles construir um projecto alternativo de Governo.
Terceiro: apesar de ser uma via possível, a criação de novos partidos (ou quaisquer outros movimentos cívicos de intervenção política similares) não me parece a solução mais eficaz. Afinal é preciso votos que sustentem propostas! Ou seja, nem que sejam para mudarem de partido, é preciso convencer os votantes dos actuais partidos (e, eventualmente, fazer diminuir a abstenção). Para isso então mais vale "atacar por dentro".
Mais tarde continuarei a resposta. Entretanto, cara Teresa Stillson, deixe-me dizer-lhe que tem estado desatenta ao que se escreve aqui n'A Baixa do Porto, pois no relato do congresso dei nota das referências à regionalização, e também já anteriormente tinha havido posts sobre a "troca de galhardetes" entre Rui Rio e António Costa.
BOM S. JOÃO!