De: F. Rocha Antunes - "Afinal quem faz a cidade?"
Caro Mário G. Fernandes
Eu assumi a responsabilidade de organizar a primeira sessão das jornadas de reabilitação da Baixa, promovida por algumas pessoas deste blogue com o tema “negócio da reabilitação: mitos e factos”. Tenho andado às voltas a ver se descubro alguém que, escrevendo aqui no blogue, esteja disponível para debater este tema comigo e eventualmente com mais alguns oradores. E a forma mais natural foi percorrer, com tempo, os post’s aqui publicados e ver quem, consistentemente, tem manifestado opiniões sobre este tema. Por isso, com o meu espírito oportunista, não resisto a aproveitar a sua manifestação e desafiá-lo a participar comigo nessa sessão já que, tendo uma opinião diferente da minha, iríamos assegurar um debate mais interessante. Sobre os mitos e os factos, recordo. Espero que esteja disponível para isso no próximo dia 3 de Março às 15h na ESAP. Os detalhes serão publicados daqui a uma semana, quando tiver a confirmação de todos os oradores.
Mudando de tema, eu confesso que tenho a mania da transparência e da clareza, não por qualquer pretensão moralista, mas porque considero que os interesses privados são legítimos desde que cumpram as regras colectivas e a melhor forma de se fazer cidade é através da discussão aberta. E isso significa que os promotores e investidores imobiliários têm de se habituar a expor mais do que estão habituados os seus projectos e as suas intenções. Por isso tenho esta mania, chata, eu sei, de assinar sempre promotor imobiliário. Neste caso em que o Mário Fernandes fala tenho que dizer mais que isso. Sou o responsável pela empresa que está a desenvolver o projecto de investimento no quarteirão e como tal parte interessada no que foi dito.
Por esse facto tenho que esclarecer que fui eu quem convidou o Arquitecto Alexandre Burmester para desenhar o programa que a minha empresa propôs a alguns proprietários de imóveis do quarteirão, por ser o único arquitecto de entre os vários possíveis que reuniu o consenso de todos os proprietários envolvidos nessa decisão.
Francisco Rocha Antunes
PS. A Invesprédio, empresa do grupo Bragaparques, há muito tempo que decidiu vender e limitou-se a concordar com o programa que foi desenvolvido por nós e pelo Alexandre Burmester, não sendo mais proprietária de qualquer imóvel deste quarteirão. Lamento tirar o picante jornalístico da coisa, mas é a verdade.