2010-01-24
Este Sábado, num curto passeio até à FNAC, ao descer Sá da Bandeira, ouvia-se o grasnar das gaivotas no largo entre a mesma rua e a rua do Bolhão. Pensava eu que andavam à volta dos sacos do lixo. Quando me aproximo e deparo com um triste espectáculo. Ossos, pele e carne de algum animal espalhada na rua a ser devorado por gaivotas e pombas. Não são precisas mais palavras...
Cumprimentos
Raul Gomes
Se a Super Bock fosse “Tripeira de corpo e alma” nem tirava a vista do Porto, nem poluía a paisagem.
E se a TMN estivesse “em grande no Porto”, não estaria em Gaia e a poluir a vista do Património Mundial.
Nos dias que correm com os discursos politicamente correctos sobre a não poluição, a limpeza e o civismo, não percebo que Euros tão miseráveis sejam capazes de permitir estes licenciamentos.
Alexandre Burmester
Possível título alternativo: "Metro no viaduto já existente custa menos xx milhões de euros do que à superfície no parque"
A Vida Portuguesa / Catarina Portas
Com um tremendo entusiasmo, Catarina Portas criou um novo conceito de comercialização que foi buscar a “coisas antigas” que ainda fazem parte da memória de muitos de nós e recriando-as com a ajuda de marcas ainda vivas, de empresas ainda vivas, como a Viarco, a Ach.Brito, entre várias, avançou num projecto de venda ao público, com uma abertura de uma loja em Lisboa e agora uma segunda no Porto. Está evidentemente de parabéns pelo que tem feito, como tem feito e pelo que vai continuar a fazer. Para além de ter sido e ter tido uma excelente ideia, foi uma forte aposta de empreendedorismo que a muitos deve servir de exemplo, numa altura de grande crise, de grande desnorte, de tremendo e dramático desemprego e que muitas pessoas, “apesar de tudo” só vêem saídas com a mão protectora do Estado ou indo/entrando para empresas já existentes.
Para além de que, sendo “ainda” uma jovem, Catarina Portas consegue fazer a ponte entre o passado e futuro passando pelo presente. Sendo evidente que muitos somos “ainda” avessos ao risco, e que o “risco” pode implicar que tudo corra mal, pelo que deverá ser sempre bem pesado, bem medido e com alguma auto-confiança e auto-estima ir em frente, quando não se encontram outras saídas. Ficar à espera que tudo apareça à nossa frente por vezes é difícil, ficar a dizer mal de todos e de tudo alivia mas nada resolve, arriscar com bom senso será uma alternativa e aqui podemos ver Catarina Portas entre muitos outros exemplos com a sua A Vida Portuguesa um modelo disso, que não só impulsiona o comércio como também a indústria tradicional, de uma forma menos tradicional.
Augusto Küttner de Magalhães
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( ... continua ... )
Capitalismo Social vs. Cooperativismo
Tento aqui discutir com José Ferraz Alves o conceito de Capitalismo Social apresentado no texto "Menos Estado, melhor Estado - A resposta está no modelo das empresas sociais". Farei a ponte para a discussão da cidade do Porto. Outra coisa não seria de esperar neste lugar (lugar cada vez menos virtual) d'A Baixa do Porto.
1 - Talvez não precisemos de Novos Conceitos. Talvez tão somente precisemos de reabilitar o que de melhor têm conceitos que já existem e que foram subaproveitados e mal aproveitados ou não-aproveitados de todo. (Também aqui a palavra "reabilitar" - edifícios, conceitos, ambiente.) Reabilitar não é restaurar. São coisas diferentes. Um restauro é a reposição exacta de um objecto ou de um modelo. Uma reabilitação é uma intervenção crítica.
2 - Proponho antes a reabilitação do conceito de Socialismo Democrático. Não será nada de novo, dirão. Mas sim, terá de ser algo novo. Nova síntese. Em dialética, crítica e dinâmica, pois claro. Terá forçosamente de transportar em si uma crítica que supere muitos dos erros, omissões, desvios, barbáries, insuficiências, alienação, burocratismos, desrespeitos, estupidez, etc, etc dos Estalinismos em boa-hora (1989) erradicados da Europa de Leste e também os enganos ainda vigentes da Social Democracia europeia, cada vez menos Social, e Democracia tantas vezes não participada.
É preciso ter cuidado com a História que se escreve e que se lê. Às tantas estamos a aceitar dogmas e a repetir erros que se tornam instituições. O que se comemora a 31 de Janeiro? A maioria não sabe e confunde democracia com republicanismo, que as datas de 31 de Janeiro e de 5 de Outubro são antepassadas directas do 25 de Abril - o que é mentira. Que se celebre o regime, mas que ao mesmo tempo se formem cidadãos críticos e informados. Por isso, a propósito do aproveitamento do 31 de Janeiro como um movimento libertador, intrinsecamente "portuense" e que terá tido o apoio popular, sugiro a leitura da análise do historiador Rui Ramos, incluída na biografia de D. Carlos. Ao mesmo tempo, deixo um relato do jornalista do New York Times de então. Mostra uma cidade aflita, desejosa de se demarcar daquele movimento extemporâneo que misturava sentimentos patrióticos (xenófobos) com o desagrado de uma classe, apenas, e deixa perceber um alcance nada local do golpe:
O projecto da VCI, ou mesmo os limites da actuação da Porto Vivo na freguesia de Campanha não chegam, como bem diz o David, fazer as pazes com esta zona significa muito mais do que edifícios, exige um projecto estruturado socialmente, um verdadeiro desafio. Campanhã é uma freguesia bonita, em cada quintal há uma laranjeira, e há quase um quintal por casa. Casas estas que na maioria não necessitam da intervenção profunda que é necessária no Centro Histórico e são acessíveis. Campanhã também amanhece numa nuvem de nevoeiro, onde quase só o Dragão nos orienta, e o silêncio da falta de pessoas, veículos e actividade proporcionam uma paz quase inacreditável numa cidade como a nossa. Faz lembrar em muitos aspectos o Centro Histórico de há 10 anos atrás, tem droga, tem marginalidade, vandalismo e uma cultura urbana à parte. Não desperta uma paixão fácil, mas tem uma expansão que o Porto necessita, tem espaços quase rurais e uma zona verde natural, sem intervenção humana e silenciosa.
Já vos dei por exemplo os 11 assaltos que sofremos no Mausoléu em 9 meses de obra. Inacreditável, não nos restou uma única janela ou porta até ao 1º andar. Estes amigos do alheio eram inteligentes, conseguiam inclusive entrar pelo telhado, desviar energia, sempre um passo à frente das nossas medidas de segurança. Foi difícil. Mas por incrível que pareça, e se as autoridades culpavam a obra pelo aumento de marginais na zona onde ela se situava, certo é que mais 2 obras estão em curso, com novas famílias. E os moradores privados, poucos que por lá existiam, agora vão ter mais companhia, vão estar mais seguros. Entretanto, alguns estabelecimentos de comportamento duvidoso foram encerrados pelas autoridades, o lixo na via pública diminuiu drasticamente. Os carros abandonados foram rebocados. Agora faltam alguns barracos que competirá à Câmara demolir. Mas até a utilização dos contentores tem melhorado, já se nota a preocupação de fechar as tampas, coisas simples, melhorias, que a presença de novas pessoas faz ocorrer. Quase como uma nova esperança para algo que já se dava por perdido.
Não quero deitar foguetes, e também não tenho máquina para vos comprovar a mudança só do panorama da rua a que me refiro, foi levada numa dessas investidas. Mas asseguro-vos que o início no Centro Histórico foi mais ou menos assim até se habituarem, e hoje acho que o Centro Histórico já anda sozinho e dificilmente voltará para trás. Há ainda muito trabalho, mas a auto-estima, a integração, as pazes com a cidade já as fez. Agora é Campanhã o novo desafio. É Campanhã que precisa, o Centro Histórico já se vende e negoceia sozinho.
Cristina Afonso
Porque a história da nossa cidade também se faz das suas instituições, sugiro esta notícia sobre o Real Clube Fluvial Portuense. Desta forma a cidade também vai definhando. Fica igualmente por explicar o papel da autarquia neste assunto.
Maria Augusta Dionísio
Meus caros,
A ideia do Mapa Sensorial do Alexandre Burmester é muito boa porque nos ajuda a olhar a cidade sem ser numa perspectiva tecnocrática. Todos temos um mapa desses cheio de zonas de empatia vermelhas (as minhas são azuis e não é um aparte futebolístico), neutros (para mim definitivamente cinzentos) e os de ruptura ou agrestes (o amarelo pode ficar). Para além da divisão da cidade nessas cores é muito importante percebermos que essa percepção da cidade muda com o tempo. Ainda não há muitos anos todos os que teimávamos em definir a Baixa como prioritária éramos olhados como uns tipos esquisitos e agora o Mapa Sensorial de muita gente foi positivamente alterado em resultado do que a pequena iniciativa privada foi capaz de fazer nos últimos quatro anos.
A zona a Este da Rua de Santa Catarina sofre de uma imagem negativa imerecida e inexplicável para quem só vive há 20 anos no Porto, como é o meu caso. Não há qualquer justificação evidente para que essa zona da cidade, que tem Metro, excelentes transportes públicos e um edificado que muitas vezes é de grande qualidade patrimonial estar completamente fora do radar de todos os agentes que dinamizam a cidade. É uma magnífica zona residencial, com uma qualidade urbana muito superior a muitas zonas habitacionais de concelhos vizinhos. A única explicação que encontro é ter ficado para trás depois de tantas e tantas zonas “mais na moda” que foram sendo criadas nas últimas décadas.
Sempre que me perguntam por uma habitação acessível no centro da cidade eu falo sempre na zona Oriental com aquela que verdadeiramente tem as oportunidades de investimento individual para reabilitação a preços certos mas toda a gente olha para mim com um ar estranho, como se eu não soubesse qualquer coisa que depois ninguém sabe concretizar. Acho que esse olhar é parecido com o que me faziam há 10 anos quando eu falava da Baixa.
Caro David, eu concordo sempre com a ideia de se criar concorrência mas acho que neste caso não é preciso: a Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística, que define os limites territoriais da Porto Vivo, cobre parte substancial da zona que referes. Já temos instrumentos que cheguem, precisamos é de melhorar a eficácia dos mesmos. Se juntarmos à SRU as ideias que foram apresentadas para a Frente Ribeirinha e uma outra, menos conhecida mas não menos importante, que foi o projecto de criar um plano intermunicipal para a Estrada da Circunvalação, temos muito que fazer sem ter de planear (que costuma ser diferir) mais.
Francisco Rocha Antunes
Gestor de Promoção Imobiliária
1. A cidade que sobra – ultimamente tenho dado por mim a cismar se não estaremos a dar demasiada importância ao centro histórico com óbvio prejuízo para o resto da cidade. Penso-o pensando não apenas nas periferias social e espacialmente fragmentadas, mas também e sobretudo na Campanhã, na imensa Campanhã. Tenho para mim que teríamos todos a ganhar se virássemos o tabuleiro e recomeçássemos o jogo com regras novas e com novos jogadores: em vez de apostarmos tudo na Baixa e Centro Histórico deveríamos estender este esforço à zona oriental da cidade, que tem sido votada injustamente a um esquecimento crónico. Creio até que esta mudança de estratégia traria vantagens inclusive para a recuperação da própria Baixa. De facto, ao traçar uma delimitação mais ou menos aleatória na cidade e tentar fazer daí uma ilha de desenvolvimento parece-me que estamos a afunilar e a comprometer outras possibilidades de desenvolvimento. Não será, admito desde já, uma solução genial, mas a Campanhã também merecia o estatuto de Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística (ACRRU) e a existência de duas SRU’s concorrentes (embora uma possível SRU Campanhã deveria revestir-se obrigatoriamente de uma forte dimensão social, inexistente na Porto Vivo) seria capaz de animar a cidade e despoletar uma dinâmica que se pressente e adivinha no Porto como um todo.
2. A cidade dos que não gostam de aviões por aí além não precisa de ostracizar e boicotar a Red Bull. Existem outros eventos organizados por esta multinacional que valeria a pena captar para o Porto, bastando para isso ultrapassar o trauma dos aviões que migraram para sul. Refiro-me a eventos como o Red Bull House of Art (ver também aqui), uma iniciativa que tem tudo para ser replicada por aqui: um edifício devoluto, uma selecção internacional de artistas, uma exposição colectiva. Atendendo aos esforços de reabilitação do centro histórico pela SRU, atendendo à existência de centenas de edifícios com as características adequadas ao evento, atendendo à existência de uma agência para o desenvolvimento das indústrias criativas, atendendo à existência de um museu de arte contemporânea de referência internacional, atendendo à exuberante concentração criadores nesta nesga de cidade e de instituições do ensino superior (incluindo a UP que, um dia, prometeu olhar para a arte e cultura como elemento estratégico), atendendo que até temos um bispo que ganha Prémios Pessoa e tudo e atendendo a que os geógrafos juram a pés juntos que habitamos num dos maiores conglomerados urbanos da Europa que vai da Corunha a Aveiro, não faltando, por isso, público… do que estão à espera? (OBS: em 2006, em colaboração com alguns parceiros públicos e privados e com o apoio do Ministério da Cultura, organizámos um evento mais ou menos nestes moldes, mas a uma escala muito menor: pollen2006.blogspot.com).
David Afonso
www.quintacidade.com
A cidade do Porto encontra-se num estado para o qual os instrumentos de Planeamento existentes não chegam para uma intervenção eficaz. Outros instrumentos devem ser usados. Contudo, e porque se assiste sempre a um desnorte na actuação, principalmente porque as acções desenvolvidas pautam por ser casuais, não terem continuidade, e principalmente por serem feitas nos locais de maior visibilidade e não de maior pertinência, interessará pois ter um instrumento de levantamento da cidade onde se possam representar fisicamente os problemas urbanos. Nessa perspectiva proponho a construção de um Mapa Sensorial para o Porto (PDF).
Perceber é conhecer através dos sentidos. Perceber o espaço em que vivemos faz-nos compreender a melhor forma de nele intervir. Qualquer espaço contém uma percepção que é única para cada um de nós. Uma cidade, como espaço público, poderá ter uma percepção colectiva. O Mapa Sensorial que apresento corresponde à minha visão da cidade, mas sustenta-se numa leitura de comportamento colectivo espacial, que se traduz pela importância e valorização do comportamento da população, e de onde resulta a forma como a usamos e vivemos.
O Mapa Sensorial do Porto está feito a uma escala grande, o que significa que apenas representa áreas de grande dimensão. Este mapa poderá ser focado a maiores e menores escalas, neste caso ao bairro, à rua, à casa até ao espaço pessoal de cada um. O Mapa pretende de uma forma simples representar a cidade em três diferentes estados de percepção e de sentimento:
- Espaços de empatia, onde a cidade cumpre nas suas formas e funções os seus usos, e de onde resulta um sentimento de aceitação / paixão (Vermelho);
- Espaços neutros, onde as funções e os usos, embora não estejam bem adaptados, cumprem minimamente a sua função, e que transmitem um sentimento de resignação / indiferença (Laranja);
- Espaços de ruptura, que se traduzem em áreas abandonadas, desadequadas e caracterizadas pelos vazios urbanos. Transmitem um sentimento de rejeição / revolta (Amarelo)
A compreensão desta leitura sensorial urbana permite perceber de acordo com a classificação quais as áreas deprimidas da cidade, quais os factores motivadores, e principalmente orientar o local para intervir na sua inversão. Naturalmente que a forma de agir poderá conter variadas formas de intervenção. A operação urbana a desenvolver independe do levantamento efectuado, este apenas serve para a sua detecção. As intervenções devem procurar as pontas soltas das malhas, provocando as pontes necessárias à construção de um espaço contínuo. O interesse será claramente o de eliminar as rupturas urbanas, aproximar os espaços neutrais em espaços sensorialmente agradáveis, com o objectivo de criar uma melhor qualidade urbana e a consequente empatia dos cidadãos com o seu espaço. Entenda-se que as rupturas sensoriais não significam continuidade espacial, porque rupturas podem e devem existir nos usos e nas formas, mas não devem é existir na empatia.
O Mapa aqui apresentado não o pretendo rigoroso, tal como referi antes é uma leitura pessoal da cidade. Cada pessoa tem a sua percepção da cidade, e só no seu conjunto tenderá ao rigor. Para que assim fosse haveria que acrescentar a leitura de outros cidadãos, e tanto mais rigoroso seria quanto maior fosse essa participação, e maior número de classificações tivesse.
Alexandre Burmester
Na minha última entrevista na RTV, Sónia Fernandes apresentou o seu projecto Pista Mágica, Escola de Voluntariado. Entre outras coisas, fiquei a saber que os financiamentos bancários podem até ser novas formas de escravatura, que na Europa vivemos numa redoma de luxo, que caridade é uma palavra bonita, que é preciso saber dar pequenos passos, consistentes e persistentes, que os escuteiros foram a sua melhor escola para a criação de planos de investimento, da importância das instituições e da organização … enfim, que é preciso saber planear o nosso projecto, ter bem definida a nossa missão, ter visão e saber o que se pretende ser daqui a alguns anos.
Alguns trabalhos académicos têm concluído por uma correlação entre a participação em movimentos associativos de estudantes e a capacidade de empreender, empresarialmente. Numa altura de discussão do OE 2010, em que me impressionou o número de Fundações e Associações que actuam nas áreas sociais, pergunto a estas Instituições se não estará na altura de juntarem às suas motivações também algum investimento na capacitação e no desenvolvimento de competências dos seus voluntários.
A Pista Mágica é um exemplo de empreendedorismo social, dado que a motivação para a sua missão é o reforço das competências na prestação do apoio aos mais desfavorecidos. Só num segundo momento procura a auto-sustentabilidade e estruturou-se sem dependências de subsídios. Cobra pelos serviços que presta. Cabe à sociedade civil e à responsabilidade social empresarial apoiar estes projectos, não por favor, mas na busca de uma resposta profissional à necessidade de desenvolvimento de mais planificadas respostas na resolução dos problemas sociais.
José Ferraz Alves
Rede Norte
Caro José Ferraz Alves
Sendo muito interessante a defesa que faz do Norte e do Porto, bem como a forma como bem se posiciona numa fase diferente de cidadania, e de fazer chegar jovens sem amarras ao passado a este MESMO mundo de cidadania que por vezes tem bastante crueldade, dado que muito seres humanos têm geneticamente “má indole”, funcionam por interesses, com interesses! Tem de facto que ser felicitado por esse empenhamento e vontade de mudar! Neste momento são V/ pelos 40s a bater nos 50s e daí para baixo que podem “melhor mudar isto". Evidentemente que nós, os que estamos dos 60s para cima, não devemos ser emprateleirados, porque não o merecemos e porque podemos passar conhecimentos, mas sempre e cada vez mais na retaguarda. A frente, o aparecer, o combater já não é o nosso espaço, é o V/ e por certo que vão conseguir. Entrar numa de pessimismo total, de auto-piedade, de lamúria, será o suicídio e ainda não é a altura. Mas a frente é V/, a mudança é V/, o estar a querer ser positivamente diferente é V/... Continue.
Menos Estado, melhor Estado - Como é mais que evidente, tem toda a razão quando defende a privatização de algumas empresas como a RTP e a Lusa! Para controlo dos meios de comunicação social já chega o Hugo Chávez e o Berlusconi! E o Estado não tem por função optimizar lucros nas empresas, mas, como bem melhor que eu sabe, dar “bem estar aos cidadãos”. Logo o Estado deve ter na mão – mas bem geridas, sem demasiadas mordomias, as funções que nos ajudam: segurança social toda, pensões todas, parte boa do ensino, grande/grande grande parte da saúde, justiça toda, segurança física de Pessoas e bens toda, defesa, toda – nada para dar lucro, mas para ser Estado Social e um banco! Que não só o suposto controlador Banco de Portugal, e funcionar muito bem em tudo o que tem. Por outro lado ter muito menos leis e muito muito melhores. E haver um poder regulador – por parte do Estado - muito forte! Para evitar que todos façam o que bem entendem. Tem de haver regras e têm de ser cumpridas, por todos! Já agora a AR ter menos de metade dos deputados, e serem trabalhadores a tempo inteiro! Claro que a esquerda esquerda, fala, fala, dado nunca vir a poder ser “poder” – assim é fácil - e alguns ex-ministros falam, falam, dado que também nunca para lá voltarão e dado que podiam, deviam ter feito melhor trabalho quando lá estiveram – falar, agora, também é fácil.
Um abraço
Augusto Küttner de Magalhães
Nota: mas depois temos de assumir que quando é necessário um emprego, não é o Estado que o vai criar...
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Se recordarmos o Porto há 40 anos atrás, era sempre referido como a 2ª cidade do país, e se bem que o poder sempre - tirando meia dúzia de dias - esteve em Lisboa, e esta era a capital, não havia um tão flagrante esquecimento generalizado do Porto, e de tudo o que aqui se passa. Não se trata de forma alguma de defender sem argumentos válidos a ainda segunda cidade do país, mas pelo contrário de constatar uma realidade cada vez mais evidente e inadequada. Se em tempos se dizia que o Porto trabalhava enquanto Lisboa se divertia, algo que é discutível mas efectivamente havia uma grande diferença de mentalidades quanto à forma de estar na vida e no trabalho, até fruto de as indústrias se localizarem mais no Porto e arredores e os serviços em Lisboa, o que só por si diferenciava até pela necessidade lógica de mais convivência extra-laboral na capital. Sendo que com o andar dos tempos, propositadamente ou não, se tem vindo a desvalorizar o Porto, as pessoas de cá, e tudo o que por aqui ainda de bem se sabe fazer. Não se trata de auto-comiseração, de resto totalmente desnecessária, mas da realidade evidente a quem por cá vive e a quem de fora nos vê.
Li no DE que Alexandre Relvas do IPSD defende a privatização de empresas, por exemplo como a RTP e a Lusa, como forma de redução do peso do Estado na Economia, baixando o peso da despesa pública para 41% do PIB numa só legislatura, e que os privados podem assegurar, desde que tal conste do caderno de encargos, o serviço público tão bem ou melhor do que o Estado. “Um tema polémico, mas que não pode nem deve ser tabu”, segundo o Diário Económico.
Também concordo que os privados tenderão, seguramente, a ser mais eficientes e, ainda por cima, mais independentes do poder político. Curiosamente, enquanto pensava neste texto, vieram-me à memória as declarações de ontem de responsáveis de 3 partidos políticos de muita esquerda, que referiam a sua oposição ao OE 2010 por conter pouca despesa pública para combater o desemprego, o que me pareceu mais um dogma ideológico do que uma consciência de que o mundo está mesmo a mudar e não adequado a respostas da primeira década do século passado. Curiosa falta de capacidade de ruptura em termos económicos pela parte dos que se apregoam mais modernos e revolucionários.
Também me parece que a solução passa pela privatização não de algumas empresas públicas, mas de todas as que o conseguirmos, com a referida condução pelos cadernos de encargos. Já no âmbito da privatização e gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a Associação de Cidadãos do Porto, de que sou um dos fundadores, defendeu e publicitou pela Agência Lusa, Antena 1 e Rádio Clube Português, faz hoje precisamente um ano, um modelo que não é nem o das Empresas públicas, nem o das empresas privadas, para o oferta de um serviço público sem os deficits das CP’s e Metros: as empresas sociais.
Aquilo que eu chamo do capitalismo social é um novo paradigma na resposta ao que o sector público e privado, por si só, não conseguem resolver, porque, para além de se terem descentrado da sua verdadeira função, estão a usurpar a do outro. Do meu ponto de vista, o Estado deve deixar de ser visto como uma empresa, não lhe compete investir para desenvolver um país, mas exercer as funções de afectação eficiente de recursos económicos, redistribuição de rendimento e estabilização económica. O Estado existe para apoiar os mais excluídos e para promover uma coesão económica e social. Hoje em dia, se calhar porque 7 milhões de portugueses de uma forma ou outra, conforme refere Bagão Félix, vive do Orçamento de Estado, olhamos para os nossos governantes como nossos patrões, e estes também se acham assim, quando a sua função é precisamente a oposta, de servir. Só vi esta humildade em Presidentes de Juntas de Freguesia e Autarcas, talvez por isso seja cada vez mais defensor de baixar o nível de decisão do Terreiro do Paço para as Regiões.
Os incentivos dos mercados de hoje para bens e serviços não são construídos de forma a encontrar a óptima afectação de recursos a mais longo prazo. O truque está em saber usar os interesses egoísticos dos gestores em favor do bem comum. São premiados em termos de bónus se, em vez de maximizarem os lucros para a sua distribuição aos accionistas, alcancerem os objectivos sociais pré-definidos. As pessoas funcionam por motivações, o segredo está na sua definição.
Para mim não é nenhum tema polémico, é a solução, que tem de ser implementada com urgência.
José Ferraz Alves
Associação de Cidadãos do Porto
Rede Norte
PS - Capitalismo Social
Aquele edifício nas "traseiras" do Teatro do Campo Alegre chama-se "Casa de Pernambuco", e vai albergar um instituto chamado "Instituto de Pernambuco". Na net encontrei uma breve introdução num site Brasileiro:
"A Casa de Pernambuco é um projeto iniciado há mais de 15 anos, numa parceria entre o Governo de Pernambuco, a Prefeitura do Recife, a Universidade de Pernambuco, a Câmara do Porto, a Universidade do Porto e o Instituto Pernambuco Porto. Desde 2004, João Paulo, junto com o então governador Jarbas Vasconcelos, passou a acompanhar de perto o andamento das obras. Idealizada pelo empresário Zeferino Ferreira Costa, português radicado no Recife há mais de quarenta anos, a Casa de Pernambuco tem o intuito de promover o intercâmbio cultural, acadêmico e científico entre Portugal e Pernambuco. Atualmente, a obra encontra-se em fase de conclusão."
Parece-me bem (eu sei que ninguém me "perguntou" a opinião, mas ainda assim...) Só não acho tão bem é esta localização. Já quando andava na FAUP me metia impressão este "atirar para um canto", canto sobrante dos nós da autoestrada, institutos, teatro, universidade, pólo científico... É um território bastante retalhado e agressivo para os edifícios. A porta de entrada para o Teatro do Campo Alegre está mesmo orientada para o nó, e não para a rua (rua ainda ssim atravessada por viaduto sombrio na parte de baixo...)
--
Nota da TAF: esta identificação do novo edifício foi também confirmada pelo Francisco Rocha Antunes.
Ao ler este texto, recordei-me da composição "Acordai" de Fernando Lopes Graça. É que parecem todos dormir, os que vivem a crise desde há anos por todo o país, e os que a causam (in?)conscientemente em Lisboa e Vale do Tejo: "Neste concurso, a CP espera afectar as 49 composições eléctricas ao serviço suburbano *(36 das quais na Linha de Cascais)*"
"Acordai
acordai
homens que dormis
a embalar a dor
dos silêncios vis
vinde no clamor
das almas viris
arrancar a flor
que dorme na raíz
Acordai
acordai
raios e tufões
que dormis no ar
e nas multidões
vinde incendiar
de astros e canções
as pedras do mar
o mundo e os corações
Acordai
acendei
de almas e de sóis
este mar sem cais
nem luz de faróis
e acordai depois
das lutas finais
os nossos heróis
que dormem nos covais
Acordai!"
Alguém me pode informar acerca do que estão a construir nas costas do Teatro do Campo Alegre?
Obrigado.