2007-06-24

De: Sérgio Aguiar - "Associação de cidadãos pelo Porto"

Submetido por taf em Sábado, 2007-06-30 20:19

Caros concidadãos

Descobri há pouco tempo o vosso "sítio" de partilha de ideias sobre o nosso Porto. No seguimento da mensagem de Alexandre Ferreira, penso também ser essencial que os cidadãos do Porto se comecem a tornar actores mais activos da sua cidade. Como não sei se já existe alguma associação não partidária (já vimos que só defendem os interesses do Porto até chegarem a Lisboa), agradecia que me informassem da existência ou da viabilidade de criarmos uma associação de cidadãos pelo Porto.

Com os meus melhores cumprimentos,
Sérgio Pinho Aguiar
sergio1973@gmail.com

De: Cristina Santos - "Vieira do Minho"

Submetido por taf em Sábado, 2007-06-30 20:12

Vieira do Minho é um concelho que, tal como nós, anda à procura de responder a um novo mercado, o do turismo rural em massa. Reconstruíram as casas e aguardam os turistas, que virão pela ponte do Saltadouro, onde um dia enfrentaram com ferramentas agrícolas as tropas do Napoleão. Os campos são agora jardins e os barcos são de recreio. As casas não se reconstroem porque há-de aparecer um Holandês maluco que as há-de comprar, a zona é histórica e a paisagem é bonita.

A população desaprendeu com os fundos da UE, foram rodeados de projectos de milhares, promovidos por gente desconhecida, que garantiam emprego e facilidades, foram literalmente seduzidos a trabalhar por conta de outrem, profissões mais leves, menos trabalho e mais rendimento, abandonaram os campos. De início o nível de vida subiu e realmente não era necessário esforço para ganhar dinheiro. Era tudo sorte e multinacionais. À data não se percebia que, em troca disso, se abandonava a arte própria, a capacidade de produção nacional.

Havia pequenos agricultores, passavam demasiado tempo nos campos, o Estado não se dispunha a ir falar com eles, quando souberam dos fundos depararam-se com a distância e o excesso de papelada para quem mal sabia escrever. Não transformaram os palheiros em escritórios, não geraram emprego para os filhos, mas continuam por lá, uma mulher num campo, outra noutro, na cabeça não trazem os lenços coloridos, trazem panos pretos bem amarrados e carregam fardos às costas, a gente interroga-se porque não usam elas carrinhos de mão. Elas sabem, se os mais novos tivessem sido educados lá, saberiam introduzir tecnologia, inovação, gerar empresas para que pudesse continuar a viver. Se os projectos de milhões tivessem subsistido, mas nem formação trouxeram, só empregos acessórios, e as eólicas não dão emprego a ninguém. As professoras de todas as gerações foram recentemente transferidas e vieram novas, com novos tributos, que não querem ficar lá e agora as que partiram também já não têm interesse em voltar. Restam poucos, não precisam de ir ao médico para ele saber a dor que sentem, vêem-se na rua todos os dias.

Votam na indiferença, 30 anos de novo regime e nada mudou por lá. Cumprem a tarefa, porque receiam que o Governo suspenda o fornecimento de luz e essa é uma mais-valia que demoraram tempo a conquistar. Os padres continuam a ser reconhecidos, investem em lares, creches e foram eles que durante muitos anos ministraram a telescola, os primeiros s tecer críticas à globalização, aos hippies e às mini-saias. Que deram leite às mulheres viúvas, leram livros quando ninguém se dispunha para o fazer. Demitir uma directora? Deve ser uma coisa muito grave, para Lisboa se preocupar. Estas populações já se esqueceram ou se calhar nem se lembram da Beleza. Nem importa, importa é perceber que há gente que não sente o mínimo remorso ao delapidar um País.
--
Cristina Santos

De: Correia de Araújo - "Privatizações?"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 15:23

Perante tão redutora notícia... já nem falo no Jardim Botânico, nos Jardins de Serralves, da Casa Tait ou da Quinta da Macieirinha. Não falo também nos Parques da Pasteleira e do Covelo. Falo, por exemplo, nos Jardins... do Marquês, da Praça Francisco Sá Carneiro ou da Praça Rainha D. Amélia, entre outros!... Ou será que já foram privatizados?

Somos pequeninos, ma non troppo. 13 Jardins no Porto? Puxa, bastava vir aqui.

Correia de Araújo

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 13:56

De: César Costa - "A eficiência policial"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 10:03

Bons dias!

Antes de mais um pedido de desculpas pelo desabafo que se segue... Ontem, cerca das 21.30, em companhia de amigos, dirigimo-nos ao auditório da Junta de Freguesia de Paranhos, na Rua de Álvaro Castelões, para presenciar a estreia de uma peça de teatro levada à cena por um grupo de (penso) amadores, que brilharam e que nos divertiu bastante (recomendo; até Sábado, acho...).

Quem conhece o sítio, sabe que é rua sem saída (cortada desde a construção da VCI), residencial, ainda com algumas pequenas fábricas/armazéns a funcionar ou devolutas. É uma rua praticamante sem trânsito, que serve exclusivamente a sede da Junta e as habitações e armazéns já referidos. Quem conhece a zona sabe que é quase impossível estacionar. Ontem à hora da estreia, muitas pessoas a chegar em cima da mesma, sem lugar para estacionar, alguns optaram por colocar o carro em cima do passeio. Todos foram devidamente multados por dois diligentes agentes da autoridade que chegaram momentos antes da peça começar. Não havia ninguém a impedir a passagem, em cima de rampas, etc. Nenhum automóvel foi rebocado.

Não fui um dos contemplados porque chegando mais cedo, consegui um lugar na lateral do antigo campo do Salgueiros. Queria apenas agradecer ao Comando da PSP, e/ou ao chefe da esquadra por tão diligente prova de que estão alerta. Sentimo-nos todos muito mais seguros ao andar pelas ruas à noite e verificar que a polícia patrulha com eficácia as ruas da nossa cidade, garantido a ordem. São tão discretos e eficazes que, à saída do espectáculo, não os conseguimos vislumbrar. Apenas aos "papelinhos" apensos à escova do pára-brisas. Certamente empenhados estariam a velar por nós noutro lugar; a combater a insegurança e o crime que por esta cidade se "manifesta".

Obrigado pelo cuidado.
Viva a cultura! (da multa, ou coima, ou "o raio que o parta...")

Obrigado.
César Costa

PS: Declaração de interesses - Bom dia uma vez mais. Acabo de ver o post que enviei esta manhã, e graças ao link que o TAF teve (como sempre) a amabilidade de colocar, fiquei a saber que a peça que ontem fui presenciar tem como autor do cenário alguém meu homónimo. Para que não fiquem dúvidas, apesar de me chamar César Costa, não tenho o prazer de conhecer o autor do cenário da peça, de seu nome César Filipe Costa (a fazer fé na ficha técnica do espectáculo), nem nos unem quaisquer laços parentescos.
Obrigado e bom fim de semana!
César Costa

De: Tiago Branco - "Esculturas na Baixa do Porto"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 09:55

A Universidade do Porto em parceria com o Museu Nacional Soares dos Reis organiza entre 2 de Julho e 15 de Setembro uma exposição de esculturas de Gerardo Rueda, pintor e escultor de referência da arte espanhola do séc. XX. Esta mostra tripartida tem lugar no átrio sul da Reitoria da Universidade do Porto (esculturas de menor dimensão), Museu Soares dos Reis (pintura) e Jardim da Cordoaria/Praça Gomes Teixeira (esculturas monumentais).

Esta é uma exposição itinerante promovida pela Fundação Gerardo Rueda e pelo Institut Valencià d'Art Modern, que contou com cerca de um milhão de visitantes durante a a mostra em Valência. Os destinos seguintes desta exposição serão Dallas, Nova Iorque, voltando para Espanha, Madrid, terminando em Valladolid.

Tiago Branco
Dá-me música

De: Manuel Leitão - "Quem marcou o primeiro zero?"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 09:48

Boa noite, senhores ouvintes! Aqui estamos no Estádio da Bolsa para relatar o grande encontro desta noite da Liga Solteiros/Casados do Porto, entre os Prós e os Contras. A arbitragem está a cargo de Campos Ferreira que, lembro, tem uma classificação bastante sofrível no respectivo ranking e que, durante a tarde, certamente aproveitou para avaliar o terreno de jogo. Apesar da beleza do recinto as condições para o desafio não são as melhores, facto de que já se queixou o realizador do canal de televisão que cobre também este acontecimento. De facto, os jogadores e o público têm pouco espaço para que as câmaras os consigam "apanhar" mas, mesmo assim, descobrimos a olho nu algumas caras conhecidas: Dorminsky, Pulido Valente, Pôncio Monteiro, Pinto da Costa (ex-Morgue), A. Amorim... - diz-me aqui o colega do lado que vieram só para fazer número, logo veremos. Outros estão ausentes: o Prince de Campanhã, o irmão desavindo de Gaia, o banqueiro anarquista, perdão, bairrista. Bom, parece que o jogo vai começar mas... o que é isto??? Só está em campo a equipa dos Prós e, curiosamente, os equipamentos dos seus jogadores são quase todos iguais: fato azul, camisa mais ou menos branca e peúgas pretas. Esperem: um tem peúgas azuis, é o "capitão". Mesmo assim, o árbitro apita e o jogo começa com o "capitão" a agarrar a bola e a tenta driblar o árbitro o que vai conseguindo com alguma facilidade, até que a bola começa a girar pelos outros jogadores, sem nunca passar a linha do meio campo; um dos "craques", oriundo há muito anos das camadas jovens de Marco de Canaveses, meio ensonado, manda uma "balão" e a bola vai caír na Fontinha. Por esta altura, já alguns espectadores aproveitando os breves momentos em que a bola sai das quatro linhas, vão mandando uns bitaites: um deles aproveita para fazer umas citações e a malta ri-se muito, generosamente. Outros, da Cultura, nem sim nem não, antes pelo contrário, numa louvável atitude de não complicar. De novo no terreno, o esférico é pisado repetidamente pelo jogador que acumula funções com a de director do estádio, mas a coisa não ata nem desata, não há profundidade de jogo. Por breves momentos um sósia de Rui Barros, mas da Vila da Feira, embrulha-se com a redondinha mas a habilidade é pouca e, aparentemente, a vontade nenhuma. Outro, da Trofa, tenta conduzir uma jogada pelo centro mas a manobra é toscamente executada e, entretanto, o árbitro acaba por apitar para o intervalo. Convém desde já dizer que o trabalho do juiz tem estado dentro dos parâmetros a que já nos habituou – fraco, talvez por acreditar ser dono da bola e estar convencido de que também sabe jogar. Sabemos que no intervalo irá trocar uns galhardetes com um amigo da Liga do país vizinho, tudo numa de grande cordialidade. Conseguimos averiguar que, afinal, a equipa dos Contras não veio por não ter sido convidada (pelo menos, em parte). Faz falta o ponta esquerda, jovem promessa da Avenida da Boavista, que costuma romper as defesas adversárias com grande tenacidade. Também não está o belicoso médio que usa uma estrelinha com a cabeça solta do pescoço, nem mesmo qualquer elemento da “mãozinha” marota (esta é mais forte no flanco direito).

Recomeça o jogo mas o clima de modorra mantém-se. O “capitão” empertiga-se de vez em quando, o juiz vai apitando a torto e a direito. Os Prós parecem satisfeitos com o resultado e o jogo termina como começou: o marcador assinala um duplo zero. O público sai ordeiramente e, lá fora, diz-me o nosso repórter de exteriores, dois putos que não tiveram direito a entrar têm este diálogo: “Quem marcou o primeiro zero?”, pergunta um. “Todos”, responde o outro.

Um bom resto de noite para os senhores ouvintes e para aqueles que, entretanto, adormeceram, bons sonhos já que a realidade é o que é. Até sempre!

De: Alexandre Ferreira - "Associação"

Submetido por taf em Sexta, 2007-06-29 09:43

Após a desilusão colectiva com os intervenientes do debate e a percepção de que, tal como foi comentado no post «Aliados», neste blog aborda-se os assuntos de uma forma mais séria e sobretudo existe uma perspectiva mais abrangente e coordenada das potencialidades, debilidades e potencialidades da cidade e região, proponho que se forme uma ASSOCIAÇÃO ou outro tipo de colectivo, que exponha fora da blogosfera as ideias e reivindicações aqui explanadas e sobretudo se deverá tornar numa plataforma de discussão e actuação aberta à comunidade no sentido mais abrangente e congregador.

O desafio está feito.
Aceitam-se sugestões.

De: TAF - "As vistas..."

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 22:12

... da minha ilha :-)

Vistas da ilha comprada hoje

De: José M. Varela - "É preciso ter «lata»"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 22:00

A Câmara de Gondomar inaugurou recentemente um pavilhão multi-usos, obra pelos vistos magnífica e da autoria do arqº Siza Vieira. Não consta que tivesse sido paga pela Câmara do Porto ou que esta tivesse tido alguma intervenção no processo.

Num interminável slide-show colocado no site da CMP vemos o Dr. Rui Rio a inaugurar a obra como se fosse dele. Como o Dr. Rui Rio não tem obra feita no Porto para inaugurar vai fazer inaugurações a concelhos alheios para poder aparecer. Pelos vistos o site da CMP só serve para informar os municipes do Porto mais desatentos da agenda do Presidente da Junta Metropolitana. Nas fotografias só não aparece o arquitecto da obra... mas esse é o menos importante em todo este processo.

José Manuel Varela

De: Mário Castro - "A visão redutora do Porto, cidade e região"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 21:56

Sinceramente, eu fui e sou um dos críticos viscerais do Sr. Rio. Obviamente que não deixo de lhe "tirar o chapéu" como cidadão deste país ao trabalho que ele tem vindo a fazer pelas contas do país no que concerne à Cidade do Porto, se é que me entendem.

Mas a questão é muito mais profunda. Ele comprometeu-se com um projecto e diz que o vai cumprir até ao fim. Agora falta saber os custos desse projecto para a Cidade do Porto e a Região. Se todos sabemos que o Porto está rodeado de gente de prestígio, com capacidade e acima de tudo poder económico, não compreendo porque é que ele insiste na ideia redutora de Governar entre o Rio Douro e a Circunvalação, como ele fez questão de frisar inúmeras vezes, minimizando e limitando a edilidade e o facto ser Presidente da Câmara do Porto.

Nós precisamos de carisma, de voz activa, de capacidade de imposição, de imagem enfim de alguém que una as forças vivas dos diversos sectores, as congregue numa só voz e lute taco a taco pelos dinheirinhos, pela atenção e pelo investimento, enfim pela igualdade de oportunidades. E aqui sim seríamos o verdadeiro EXEMPLO porque, seguindo o exemplo dado nos diversos discursos dos interlocutores de ontem no debate, assumiríamos os nossos problemas como problemas NACIONAIS e com isso ganhariam muitas outras regiões deste país. Se queremos ser exemplo, então que tenhamos a pujança necessária, com uma liderança capaz de defender os interesses da nossa região e todas as outras deste país. Com esta estratégia, quem sabe, não nos estaríamos a substituir ao Terreiro do Paço?!

Gostei em parte do discurso do Sr. Rio mas continuo a olhar para ele e a ver um elemento redutor da minha Cidade. E a minha Cidade é GRANDE! É assim que a sinto, uma BOMBA prestes a explodir. E eu vou libertando essa pressão sempre que o meu FCPorto é campeão. A rivalidade saudável e a concorrência será sempre um factor de desenvolvimento entre cidades e regiões capazes de albergar uma sociedade saudável e plural ou seja desenvolvida.

Mário Castro

De: Rui Encarnação - "Quem é quem?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 21:49

O post da Cristina sobre a Assembleia Municipal é delicioso e comprovativo das conclusões que aqui na Baixa se retiraram do debate. O Porto está mesmo muito mal.

Fiquei surpreendido de que o Dr. Manuel Monteiro – da Nova Democracia – já tenha assento na nossa assembleia municipal. Pensei que estivesse até a concorrer à CM de Lisboa, mas se calhar acumula! Assim já se desculpa que não saiba o nome “daquele artista”- o tal que não tem subsídio e que enche concertos!

A tirada do André Noronha só revela duas coisas:

  • 1- Sabe o André muito mais do que toda a cidade, pois até hoje ninguém sabe se foi assinado o contrato de concessão ou qualquer outro;
  • 2- Só seria natural a afirmação, se o seu autor fosse a pessoa que está a explorar ou a tentar explorar qualquer actividade comercial. Mas não o é. Aliás, só poderá falar sobre lucros a Dª Ermelinda, actual dona e residente do Rivoli. Depois, segundo se diz, a Dª Ermelinda será convidada da CMP. Convidada a quê? A fazer experiências comerciais? A usar do que é nosso como se fosse dela?

Vamos tratar de seguir o modelo e diversificá-lo nos vários sectores de actividade:

  • a) fico a gerir a recolha de lixo, mas só fico se for rentável e sem contrato, é claro;
  • b) fico a gerir o Modelo/Continente, mas só fico se for rentável e sem contrato, é claro;
  • c) etc, etc.

Esqueci-me de dizer que pela gestão só ficaria a pagar, enquanto a tivesse, 5% do apuro líquido do que realizar... se não realizar que chegue também vou pagar... o que for!

É por estas, e não por outras, que caminhamos para onde já estamos!

De: TAF - "Uma «ilha» na Vitória"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 16:01

A cooperativa a que presido acabou de comprar uma "ilha" na Rua da Vitória, número 64. Trata-se de um terreno de 112 m2 (segundo o registo das Finanças) com 4 "micro-casas" de 2 pisos. Tem dois inquilinos e o restante está devoluto. É uma faixa estreita e comprida, subindo em socalco desde a Rua da Vitória pelo interior do quarteirão em direcção à Rua dos Caldeireiros. Em pleno Centro Histórico, com vistas excelentes em direcção à Sé, perto da Praça da Liberdade e das estações de Metro e de Caminhos de Ferro de S. Bento. :-)

Localização do imóvel

A avaliação feita pelas Finanças atribuiu-lhe um valor patrimonial de quase 62.000 euros, mas o valor de compra foi significativamente inferior.

Estamos agora a estudar as várias opções para o destino a dar ao imóvel. Uma delas é a venda com uma mais-valia aceitável que nos facilite investimentos futuros, outras passarão pela reabilitação do edificado. Tentaremos manter os actuais inquilinos, proporcionando-lhes melhores condições do que as que possuem agora, e procuraremos ocupar os espaços livres. Este é o primeiro de (esperamos!) muitos projectos que se seguirão.

Para financiar esta operação de forma simples e pouco burocrática, recorremos a um conjunto de 3 pequenos empréstimos particulares à cooperativa (eu sou uma das pessoas que participou). Esses empréstimos serão remunerados exclusivamente em função das receitas líquidas obtidas com o projecto, que revertem integralmente para estes financiadores. A cooperativa, que não tem fins lucrativos e pretende promover a reabilitação urbana, actua apenas como uma "ferramenta legal" para concretizar o empreendimento.

Para suavizar o esforço financeiro que fiz, pretendo abrir a iniciativa a um quarto participante, que ficaria com uma "quota" de 25% neste projecto contra um empréstimo de 10.000 euros à cooperativa (eu e os outros dois envolvidos manteríamos também 25% cada um). Os pormenores do acordo a estabelecer (informal qb.) serão explicados em detalhe a eventuais interessados.

O objectivo é promover um caso concreto de reabilitação com investimento mínimo, e envolver novos intervenientes para aumentar a massa crítica em futuras situações de maior vulto. Entenda-se "reabilitação" em sentido lato, incluindo portanto recuperação do edificado, participação dos actuais habitantes e envolvimento de novos utilizadores do espaço, numa perspectiva de sustentabilidade económica, social e ambiental. O desenrolar dos trabalhos será apresentado aqui no blog.

O imóvel poderá alternativamente ser vendido na sua totalidade por 50.000 euros.

Estou disponível por email para taf@etc.pt ou por telefone para o 91-663.03.96.

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 15:10

De: António Alves - "Pós-Abanx"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 15:08

Após a solução Abanx, finalmente chegaram bancos ao terminal de autocarros da Estação da Casa da Música.

Banco no terminal de autocarros

De: José Silva - "Traçado litoral Porto-Minho-Vigo"

Submetido por taf em Quinta, 2007-06-28 14:55

Mapa de ligações

Introdução

Neste momento o traçado Porto-Minho-Vigo previsto consiste no prolongamento do Alfa-Pendular Porto-Braga por um novo canal a norte desta cidade até Ponte de Lima e Valença (azul escuro no mapa). Porém, julgo que esta decisão do actual governo central deveria ser revista, tal como o foi a Ota. Este artigo é uma análise detalhada do ponto 6 deste artigo e propõe um traçado mais litoral (não confundir com linha à beira da costa), maximizando a utilização de canais ferroviários existentes, resolvendo o problema da passagem no Aeroporto Francisco Sá Carneiro e sendo bastante mais barato do que o traçado do MOPTC.

... Continuação no Norteamos.

De: Cristina Santos - "Entretanto na Assembleia"

Submetido por taf em Quarta, 2007-06-27 23:59

«O deputado disse que "os jornais são privados e não há interferência". O deputado recordou "o 'comício' recente de um artista portuense. Já conhecemos as suas tácticas para relançar a carreira. Surgiu em 90, mascarado de toureiro ou Zorro. Quando pudermos ver os olhos daquele artista, talvez lhe possamos ver a alma", ironizou Manuel Monteiro

Ler sem pensar muito, não vale a pena...

«Acerca do Rivoli, André Noronha defende que "o contrato não foi celebrado, e é natural que a pessoa em questão diga que só fica se for rentável".»

Estamos esclarecidos, não há contrato, não há prestação de serviços. Provavelmente só factura.
--
Cristina Santos

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quarta, 2007-06-27 22:11

Caro Dr. Rui Moreira

Afinal não me parece que estejamos assim tão em desacordo. Que não haverá qualquer TGV entre Porto e Vigo também eu já o afirmo há muito; que a ligação a Vigo será uma linha de velocidade elevada (200/250 km/h) e em bitola ibérica também eu já o disse por aqui várias vezes. A ligação à Galiza será apenas um upgrade de velocidade à actual Linha do Minho até Braga e um novo troço em bitola ibérica a partir daí que entroncará na parte espanhola também numa renovada via de bitola ibérica. Julgo que divergimos apenas no facto do Dr. Rui Moreira ter acreditado no traçado em "pi" deitado e que a Linha Aveiro-Salamanca seria prioritária. Algo em que eu nunca acreditei e que sempre me pareceu uma maneira inteligente de calar todos os autarcas que exigiam o TGV à sua porta. Os factos vieram a dar-me razão: rapidamente se reduziu toda aquela profusão de linhas ao famoso "L". Afinal aquilo que sempre interessou a algumas elites sedeadas na capital: terão a sua ligação à "óropa", obviamente deficitária, que será sustentada por todos nós. Ressalvo que nada tenho contra a Linha Aveiro-Salamanca. Considero até que seria uma ligação fundamental. Tem um único grande problema: não me parece, infelizmente, que venha a ser construída. Quero também frisar que não sou grande adepto do TGV, que me parece um pindérico luxo de novo rico desadequado para as nossas distâncias e realidade. Uma boa rede de velocidade elevada é mais do que suficiente.

A grande questão ferroviária devia chamar-se "mudança de bitola" e não rede de TGV. Devíamos já estar há muito a preparar uma operação de grande escala para paulatinamente mudarmos para a bitola standard europeia e não a gastarmos rios de dinheiro em projectos de "TGV". Tal como diz, corremos o sério risco de termos os ricos de Lisboa a viajarem de TGV para fazer visitas aos Preciados e as nossas mercadorias para a Europa continuarem a ser transportadas em cima de milhares de camiões TIR, com toda a perda de competitividade que isso implicará no futuro, só porque nos deixamos ficar aprisionadas na bitola ibérica. Mas, como imagina, isto é um tema muito árido que garantidamente não dará votos a ninguém.

Agora outra questão. Se a Linha Porto-Vigo será, como sabemos, numa primeira fase, em bitola ibérica não vejo nenhuma razão objectiva para que não passe desde já no Aeroporto Sá Carneiro (ASC). A Senhora Secretária do Transportes deve estar mal informada para recusar a construção, já na primeira fase, dum canal Aeroporto-Trofa. De Campanhã ao ASC, em bitola ibérica, não é necessário qualquer túnel. Basta construir cerca de 2,5 km de via nova porque o resto do caminho já existe. Pelo Ramal de Leixões, de Campanhã ao ASC, distam apenas cerca de 18 km. 16 kms de carris já existem e são actualmente apenas utilizados para o transporte de mercadorias. São em via única, embora a plataforma já esteja preparada para receber via dupla, estão electrificados e equipados com comando centralizado de tráfego. Com a desejável duplicação e adaptação a um tráfego mais intenso e de maior velocidade (nada de muito caro) garanto-lhe que, se me derem condições para uma ridícula velocidade média de 80 km/h (coisa fácil de conseguir), coloco lá qualquer comboio, partindo de Campanhã, nuns escassos 15 minutos. Obviamente, considero facilmente alcançável tempos muitos mais favoráveis. Haja vontade.

Ramal do Aeroporto

A serem construídos estes parcos 2,5 km de via para ligar o Ramal de Leixões ao ASC, ficaremos com Vigo, Braga (estas duas cidades sem necessidade de passar antes por Campanhã), Aveiro, Coimbra e até Guarda directamente ligadas à plataforma logística composta pelo ASC e pelo Porto de Leixões. Coimbra ficará, pela actual Linha do Norte, a 1h e 15 m do ASC, Aveiro a 48 min, Braga a menos de 30 e Vigo a cerca de 1 hora da aerogare. Todas estas cidades serão beneficiadas pois a sua competitividade económica sairá beneficiada pela aproximação destas às citadas infra-estruturas. O campo magnético do "íman" será substancialmente amplificado. O Ramal de Leixões, infra-estrutura muito subaproveitada, tem esta e ainda outras potencialidades.

Tem toda a razão quando afirma que seria um absurdo transformar a Linha do Douro numa linha de alta ou velocidade elevada. O impacto paisagístico seria terrível e a orografia onde se inscreve não se presta a tal obra. No entanto, e num quadro em que se adivinha a não construção do eixo Aveiro-Salamanca, poderá ser uma alternativa viável para levar as mercadorias ao nó de Medina del Campo. Embora alguns julguem o contrário, TGV's não transportam mercadorias. A Alta Velocidade é aqui, nas mercadorias, irrelevante. A fiabilidade e pontualidade são, neste campo, os parâmetros mais valorizados. Mas disso entende o Dr. Rui Moreira bastante mais do que eu. Por outro lado, essencialmente pelo seu potencial turístico, a Linha do Douro não deve ser nunca abandonada. Ela liga uma cidade património mundial, Salamanca, a outra, o Porto, igualmente património da humanidade, atravessando um magnífico vale também ele património do mundo e de todos nós.

As minhas sinceras desculpas pela acusação de portocentrismo. Já vi que era manifestamente injusta. Às vezes a minha costela minhota leva-me a alguns exageros.

António Alves
(representante do lóbi ferroviário no Baixa do Porto) :-)

De: Rui Encarnação - "Debates???"

Submetido por taf em Quarta, 2007-06-27 21:23

Também não fujo à opinião geral sobre o debate na RTP, pois, na minha modestíssima opinião, apenas o Rui Moreira saiu menos mal do debate, já que esgrimiu ideias e tomou até posições!

Do Porto falou-se, pouco, de menos e mal. Mal por pouco informado e esclarecedor, mal porque se falou pela rama e sem qualquer consistência ou profundidade, Mal, infelizmente, porque o Porto está mesmo Mal! As questões difíceis, as provocações toscamente avançadas pela apresentadora colocadas ao Presidente da Câmara foram ultrapassadas sempre com as mesmas 3 respostas, e nenhuma delas com qualquer facto, conteúdo ou ideia.

Mas pior do que isso, sem que uma única alma se atravesse a confrontar, a opôr-se, a discordar! A verdade, nua e crua, é que para além da região, o Porto está um deserto de ideias, de projectos e órfão de destino. Com pouquíssimas excepções, a nossa Câmara dá exemplo disso nos sucessivos concursos de ideias que lança e que, depois, ficam-se por isso mesmo, por ideias. E mais, nunca vi antes desses concursos a CMP avançar com as suas ideias e discuti-las, debatê-las e analisar as que se lhe contraponham (talvez porque não as tenha?!).

Em parte, em grande parte, o rumo da nossa cidade ficou patente e riscado quando o Dr. Rui Rio, com clareza e de forma franca, disse que: primeiro decidia, depois explicava e a seguir fazia. Para quem não perceba, e não se aperceba, falta o espaço da discussão, da análise dos argumentos e das ideias dos outros e, especialmente, do convite ao envolvimento da cidade na sua própria vida e desenvolvimento. Eu, por mim, jamais ficarei imune e indiferente a semelhante entendimento da democracia e da gestão pública e, por isso, entendo que esse entendimento deve ter consequências, para além do que sai dos plebiscitos.

Agora, pelo que vejo, faça a CMP o que fizer, aja como agir, grande parte do nosso Porto, e das tais forças vivas, borrifa-se para isso e prefere permanecer no silêncio cómodo de quem zappeia pela televisão. E, assim, não há dinâmica, nem desenvolvimento, nem cidade que resista.

É tempo de cada qual assumir as suas responsabilidades!

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