2007-05-20

De: António Alves - "Identidades"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 21:32

Rui Oliveira neste seu post presume que "95% da nossa população se sinta primeiro portuguesa e depois se refira à sua região de origem". Talvez presuma mal. Sem querer fazer qualquer extrapolação indevida, no entanto, o único estudo científico que conheço sobre o assunto tem resultados no mínimo espantosos e conclui coisas como esta:

«Os jovens da Região Norte identificam-se acima de tudo com a própria região de residência (31,6%) e cerca de 22,8% reconhece o país como imagem da sua personalidade.»

Considerando que a Região Norte é a mais populosa do país e também aquela cuja pirâmide etária ainda se encontra na sua posição tradicional, isto é, o número de jovens é superior ao de idosos, estes resultados permitem-nos tirar algumas ilações sem nos arriscarmos a cometer grandes erros.

Convém não acreditar muito no país que a televisão gosta de nos mostrar como real. Podemos ter surpresas inesperadas. É que as "verdades" oficiais às vezes são mais desejos que realidades verdadeiras. É como a velha história dos 6 milhões de benfiquistas. O único estudo (da Euroexpansão) minimamente credível que conheço sobre este assunto também me diz que cerca de 30% dos portugueses (perto de 3 milhões) são adeptos do FC Porto; e, mais ainda, no distrito do Porto esse valor sobe aos 80%, o que equivale só aí a cerca de 1 milhão e 500 mil pessoas. Considerando que o Sporting também é um clube muito popular, e não contando com os outros, dificilmente aquilo que a televisão, e não só, teima em nos querer convencer anda perto da realidade.

No péssimo estado em que a economia desta região se encontra, com o desemprego galopante, com todos os encerramentos de serviços de necessidade pública nas zonas interiores, e com a emigração quase maciça dos nossos jovens para a Galiza e outras regiões espanholas, um dia destes se fizerem novo estudo talvez os resultados sejam ainda mais surpreendentes. Em breve, os nacionalistas galegos descobrirão este inexplorado manancial e depois os "socialistas", e outros, que nos desgovernam talvez descubram que têm um problema.

António Alves
(Não andei com o José Sócrates na Universidade)

De: TAF - "Ontem, na Sé"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 15:42

Interior de casa desocupada na Sé

De: TAF - "A propósito de pontes"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 15:21

Ponte Luís I

De: Rui Oliveira - "Regionalização - Exemplo Espanhol"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 14:53

Só um pequeno apontamento, comparar a realidade espanhola à portuguesa é perigoso, aliás normalmente é por isso que há tantas resistências. Sem dados estatísticos, presumo que 95% da nossa população se sinta primeiro portuguesa e depois se refira à sua região de origem, duvido que no país vizinho passe os 60%, para não falar do facto de terem línguas próprias, etc.

Para concluir, um exemplo do que, para mim, não me seduz em nada no modelo espanhol. A nível turístico nas cidades do norte de Espanha têm várias oficinas de turismo, umas locais e outras regionais, nas primeiras encontramos apenas material da cidade e nas segundas da região, ou seja, se estivermos em Léon e quisermos informação sobre Oviedo… zero! Tornando-se ainda mais absurdo nos parques naturais, quem fizer a estrada que liga Léon a Oviedo, se parar num dos locais de repouso, onde normalmente tem uma mapa com as atracções locais, se parar a 1 km da fronteira com a região das Astúrias, vai ver a região a cinzento, nem que a 5km esteja a 8ª maravilha do mundo… Eu, isto não quero no meu querido Gerês!!!

100% a favor da descentralização administrativa, 100% contra regiões administrativas.

Abraço,
Rui Oliveira

Nota: Fica a foto da paisagem na célebre paragem, o que realmente interessa, a Natureza.

Em Espanha

De: Victor Sousa - "Pontes"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 14:51

Se a “OTA” na outra margem é um risco, por causa do terrorismo poder atentar contra as pontes, imaginemos o que seria a “Regionalização” no que a “nós” respeita, já que pontes são seis!

Post scriptum – apesar de uma estar em acelerado “processo governamental” de demolição.

Victor Sousa

De: Cristina Santos - "Um cheirinho de apontadores"

Submetido por taf em Sábado, 2007-05-26 14:45

De: Rui Valente - "Porque assusta a Regionalização?"

Submetido por taf em Sexta, 2007-05-25 22:57

No que respeita à minha opinião pessoal, relativamente às vantagens e desvantagens sobre a Regionalização Administrativa do país, acho que já escrevi aqui e noutros locais o suficiente para explicar porque lhe encontro mais vantagens. Se quisesse argumentar com exemplos práticos dessas vantagens, bastaria apresentar o da nossa vizinha Espanha (e de outros países), que teria motivos de sobra para convencer os mais cépticos. Mas, mesmo assim, estou certo que não iria faltar gente com todo o tipo de argumentos a tentar convencer-nos que o desenvolvimento de Espanha nada tem a ver com o facto de ser um país regionalizado. Eu acho que tem, e muito.

O que é de estranhar e incompreensível é este medo (sem ofensa) algo patológico que algumas pessoas têm da Regionalização se comparado com o pavor que deviam sentir sustentado na realidade concreta dos nossos dias, que é o espectáculo deprimente de verem o país e sobretudo a região a afundar-se cada vez mais. A situação actual é péssima, mas lembram-se porventura de alguma época de verdadeira prosperidade em Portugal, antes e pós 25 de Abril? É importante, para fazermos uma análise realista e honesta da situação do país, que não a façamos à luz da situação económica e social de cada um. O país não é apenas o espelho da minha vida pessoal, é principalmente o reflexo do bem estar da grande maioria da população. E essa, está efectivamente mal. Se nos esquecermos disto quando emitimos a nossa opinião, então estamos a prestar um péssimo serviço de cidadania e a contribuir para que tudo fique na mesma.

A abordagem que andamos a fazer sobre a Regionalização lembra-me a discussão do sexo dos anjos. Ontem esperávamos o sol, mas porque ele não apareceu, então, para amanhã, a solução é não saímos de casa porque pode chover... Tantas dúvidas, tantos medos, sem nada de objectivo que o justifique. Hoje é o receio do caciquismo local, amanhã é porque o desenho do mapa não satisfaz e depois é o da integridade nacional. Há sempre um mas. Então este medo da integridade nacional defende-se e fortalece-se intensificando as assimetrias regionais com a engorda de uma parcela mínima do país, empobrecendo a parte substancial do território? É com estes métodos que se vela pela coesão nacional, ou não será antes o contrário? A quem querem enganar?

Entretanto, persistimos em não querer entender que esses perigos nada têm a ver com a Regionalização, que é um problema cultural e de mentalidade gerado pelo actual sistema político que não foi devidamente saneado depois da ditadura. Será ainda preciso lembrar o que se está a passar na Câmara de Lisboa? Foi por acaso a Regionalização que fomentou toda aquela pouca-vergonha?

Meus caros, que fique bem claro que não crio demasiadas expectativas acerca da Regionalização (espero não ter de o escrever outra vez). A diferença é que é preferível dar o benefício da dúvida a um novo sistema político-administrativo do que passar mais cheques em branco (pensem bem se não é isso que temos feito) ao sistema vigente que nos tem dado motivos mais do que suficientes para nos certificarmos da sua ineficiência e mais profunda injustiça.

Rui Valente

De: Pedro Aroso - "Brilhante!"

Submetido por taf em Sexta, 2007-05-25 22:56

O Dr. Almeida Santos, que é o actual presidente do Partido Socialista e já foi deputado, ministro e presidente da Assembleia da República, deu ontem a sua justificação para a construção do aeroporto da OTA. Segundo Almeida Santos, o novo aeroporto não pode ficar na margem Sul, por causa dos atentados terroristas. Perante o ar incrédulo dos jornalistas, acrescentou: “Imaginem que os terroristas se lembravam de dinamitar a ponte… Ficávamos sem ligação a Lisboa!”. Na minha opinião, torna-se claro que este senhor entrou na menopausa intelectual…

De: Cristina Santos - "Os versos e os vices"

Submetido por taf em Sexta, 2007-05-25 09:55

Em termos de regionalização, acho muito bem que quem seja entendido debata as freguesias, as uniões a Gaia. Como entendo pouco sobre isso, limito-me a considerar que a regionalização deve obedecer ao mapa do boletim meteorológico, Norte, Centro e Sul. Uma coisa simples, dinâmica. Qualquer coisa que se limite à GAMP, não é regionalização.

As referências a Lisboa não visam a cidade, visam o aproveitamento que o Governo está a fazer da capital para obstar planos nacionais e reunir consensos, que mais uma vez pretendem o reforço dos cofres do Estado. A aproximação de António Costa ao Governo não facilita a regionalização, é o maior trunfo contra esse processo, sem regionalização não vejo solução para o Norte, se vivesse em Lisboa claro que votava PS.

Entretanto no Norte também há riqueza, pessoas que não passam qualquer dificuldade. Mas até para esses os dias são de contenção, dias de não mexer nas poupanças. Outros há, e cada vez mais, que se vêem privados do emprego, que não podem pagar as casas com um só ordenado, pessoas que procuram casas para alugar por preços inferiores à da prestação que tinham ao banco, mas não encontram. Investidores que lhes falha arrendamento nas lojas e nos prédios onde têm as suas economias, que lhes falha a venda prevista, o pagamento que iriam receber mas não recebem. Famílias onde ao fim da 2ª semana já falta comida, excesso de endividamento dirão muitos, talvez, mas a comida falha e isso é um facto.

Os cofres do Estado vão ensacando o dinheiro que necessitam, tal como os bancos, tal como os grandes credores. Todos prometem que isso dará resultados ao país, o que é certo é que se o desemprego e a insegurança continuarem, o dinheiro que agora ensacam não dará para 1/3 das despesas e penalizações sociais que aí vêm. Essa despesa, junta ao investimento milionário que o Estado pretende fazer, não deixa antever nada de bom para Portugal em especial para o interior, e na minha opinião o Porto é mais interior do que nunca.

O Estado é uma empresa, quando tem dinheiro investe nela própria, compra carros, contrata bons assessores, investe em grandes projectos, que darão um bom futuro aos seus colaboradores. O problema é que o Estado é a maior empresa e sempre que aumenta o custo dos seus serviços, impede as pequenas empresas de aumentar o que quer que seja, o Estado ganha de todos e se todos gastam mais com ele, naturalmente têm menos para gastar na economia do país. A economia está parada a dar prioridade ao Estado, que tem tão grande comitiva, que nem em 2009 vamos conseguir arrancar, mais valia pôr semáforos com tempos definidos para o avanço do Estado e a estagnação de cada um.

Nada nos impede de rir, de ser positivos, de acreditar que o plano vai resultar. Ninguém vai morrer, tudo vai continuar igual, os que vão podendo, os que não podem e o poder em si.

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2007-05-25 09:47

Desde há muito que me tornei um leitor (quase) diário de A Baixa do Porto. Discordei muitas vezes das posições aqui defendidas (cheguei a enviar um ou dois textos), mas sempre as entendi como subordinadas a uma preocupação geral: Mobilizar vontades para o desenvolvimento do Porto (em sentido amplo) e da Baixa (património da humanidade) em particular.

O que tenho observado nestes últimos tempos é que os intervenientes evoluíram para temas mais abrangentes e estão a transformar este espaço num fórum anti-Lisboa, sob a capa da regionalização. Confesso que gostava de ver aqui discutida a temática da regionalização. Mas de uma forma séria. Não no sentido em que se é regionalista porque se quer que o Porto assuma relativamente ao Norte (alguns até incluem a Galiza) o que Lisboa tem assumido relativamente ao país.

Debater a regionalização implica, em meu entender, começar por questionar a actual divisão do território. Debater o papel das freguesias e a sua complementaridade (ou não) com os municípios. Debater o número e a dimensão destes e como é que sob o mesmo território se vão exercer os diferentes níveis de poder. Debater, ainda, como é que os diferentes níveis de governo se devem financiar, para se saber quem paga e o que é que se paga.

Nos textos que por aqui têm sido publicados nada disto tem sido trazido para o debate. Este gira em volta do que Lisboa tem ou vai ter, e, só a título de exemplo, mesmo com os autarcas de Lisboa a rejeitarem a OTA continua-se, por aqui, a ver a OTA como uma coisa que só favorece Lisboa. Ou seja, será que se o QREN ou outro quadro qualquer afectasse ao Porto (em sentido metropolitano) a maior fatia do bolo orçamental deixaria de haver argumentos para defenderem a regionalização? Eu respondo: em coerência com os argumentos que têm apresentado, sim, deixava.

Será que, numa situação dessas, estes regionalistas estariam preocupados se o interior do país definhasse e as respectivas populações estivessem a ser empurradas para o litoral ou para Espanha? Eu respondo: em coerência com os argumentos que têm apresentado, não, não estariam.

Joaquim Carvalho

De: TAF - "Mais chuva"

Submetido por taf em Quinta, 2007-05-24 22:50

Vista do Terreiro da Sé


Praça da Liberdade


De: TAF - "Chuva"

Submetido por taf em Quinta, 2007-05-24 22:48

Escadas das Verdades

De: Rui Valente - "Podemos esperar, sentados..."

Submetido por taf em Quinta, 2007-05-24 22:15

Hoje, através do jornal "Público" (pág.6), ficámos todos mais descansados. Ficámos a saber que o referendo à Regionalização pode ser lá para 2010. Atenção, minhas senhoras e meus senhores, pode ser, ainda ninguém disse que era. Temos muito tempo, que é coisa que não falta neste modelar país. Nada mau, animem-se!

Ficamos a saber, também, que o nosso 1º.Ministro, através de uma estratégia geradora de consenso popular, pretende criar uma dinâmica de vitória tão forte que a Regionalização não pode falhar, é já um sucesso garantido. Mas para isso, é preciso "prudência", quem o afirma é o Presidente da CCDRN, Carlos Lage.

Numa altura em que toda a oposição (quase toda), é hipocritamente favorável ao referendo às regiões, seria bem mais prático e inteligente que Sócrates recorresse à técnica judoca e aproveitasse a onda (leia-se força) partidariamente 'consensual' dos adversários para a usar a seu favor arrepiando caminho para solidificar tranquilamente os seus alicerces. Mas, não. Sócrates prefere a cirúrgica técnica das "pinças" porque as susceptibilidades eleitorais são muitas e recomendam-no.

Depois, ficamos confusos com elogios deste tipo, do senhor Carlos Lage dirigidos ao chefe: "tem o mérito e a responsabilidade de ter ido buscar ao baú do PS uma reforma que parecia morta". Ficamos confusos por não sabermos exactamente quem teve o demérito e a irresponsabilidade de meter a Regionalização no dito baú e se alguém foi política e criminalmente responsabilizado por isso! Já agora agradecíamos que nos fosse relatado o histórico deste idóneo jogo de rapa-tira-deixa e põe...

Chegados a este ponto, é bem provável que lá para 2010 - se ainda formos vivos - já com a Regionalização gasta, morta e talvez enterrada, possamos ler nas páginas do "Público" ou de qualquer outro jornal esta explicação de um qualquer assalariado público: "morta parecia que reforma uma PS do Baú ao buscar ido ter de responsabilidade a e mérito o tem". Perceberam? Não? Para o caso, não interessa porque a "palha" pode ser dada em qualquer sentido. O que é preciso é que os burros não se extingam.

Rui Valente

De: Correia de Araújo - "Do deserto ao Atlântico"

Submetido por taf em Quinta, 2007-05-24 13:34

As afirmações de Mário Lino sobre a margem sul são, no mínimo, estranhas e absurdas... isto, se atendermos ao facto de que ainda há bem pouco tempo se inaugurou, com pompa e circunstância, um metro de superfície (para o deserto, já se vê!).

A par com estas declarações surge Rui Rio, anunciando uma obra meritória, na circunstância a requalificação do Pavilhão Rosa Mota, e comparando o equipamento, depois de renovado, a "uma espécie de Pavilhão Atlântico do Porto". Ora, este será sempre o nosso Pavilhão... o Pavilhão com o nome da portuense Rosa Mota (embora ultimamente muito vista lá para as bandas de Lisboa) e, assim sendo, tudo o que sejam comparações gratuitas com Lisboa só nos podem fragilizar, para além de cheirar um pouco a provincianismo. Um destes dias ainda vamos assistir à apresentação de novos equipamentos para a cidade, tipo um casino como o de Lisboa, uma praça de touros como o Campo Pequeno, um Jardim Zoológico como o de Lisboa, um parque de campismo como o de Monsanto, uma pista de atletismo como a do Alto do Lumiar, etc., etc.,... isto só para falar de alguns equipamentos que Lisboa tem e o Porto não.

...Ai eu estive quase morto no deserto e o Porto aqui tão perto!

Correia de Araújo

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2007-05-24 10:54

De: TAF - "Hoje à tarde"

Submetido por taf em Quarta, 2007-05-23 21:39

Na Rua do Comércio do Porto

De: TAF - "Governância"

Submetido por taf em Quarta, 2007-05-23 16:32

Uma nova revista online - governancia.com - com origem aqui no Porto. Podem encontrar lá um artigo meu ("A Regionalização dos Estatistas") onde reuni várias opiniões que tenho vindo a publicar aqui e no meu blog pessoal.

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quarta, 2007-05-23 16:12
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