2013-09-22
Ganhe Luís Filipe Menezes, ganhe Rui Moreira ou ganhe Manuel Pizarro, se os vereadores eleitos forem sensatos e colaborarem, o Porto terá o melhor executivo municipal de sempre em Portugal. Qualquer destes 3 candidatos, desde que não tenha a maioria absoluta (e parece não haver riscos disso), poderá ser um bom presidente da Câmara. Também Pedro Carvalho e José Soeiro (caso tenha votos suficientes) serão certamente bons vereadores.
Este ano não dediquei a atenção habitual às eleições autárquicas, por ter agora outras prioridades bem mais importantes. :-)
Contudo, deu para perceber que o potencial de convergência entre os 5 principais candidatos é enorme. Só não se entendem depois de Domingo se não quiserem. Daí que, não tendo a maioria absoluta, os respectivos programas serão uma boa base de trabalho para a negociação de soluções para os problemas da cidade e para a adequada definição da acção da autarquia.
Faltou nesta campanha uma visão supra-municipal, por exemplo a nível de propostas concretas de reorganização de concelhos. Ao menos que a partir de agora se promova a sério a fusão entre Porto, Gaia e Matosinhos. Espero que o futuro presidente de Câmara se concentre no essencial e faça pouco, mas faça bem. Para Administração Pública demasiado pesada e demasiado interventiva, já nos basta a Central; ao menos a Local que dê o exemplo. É que há medidas tão simples que custa a perceber por que razão não foram já implantadas.
Mas principalmente: vai haver vida nova para o Porto a partir de Domingo!
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Os locais das ASSEMBLEIAS DE VOTO em função do número de eleitor:
Aldoar,
Bonfim,
Campanhã,
Cedofeita,
Foz do Douro,
Lordelo do Ouro,
Massarelos,
Miragaia,
Nevogilde,
Paranhos,
Ramalde,
Santo Ildefonso,
São Nicolau,
Sé,
Vitória.
Procurar o número de eleitor aqui.
1 a 31 de Outubro de 2013 - Vários locais
Celebração oficial do Dia Mundial da Arquitectura 2013:
7 de Outubro, 22h00, Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, com a conferência do vencedor da 8ª edição do Prémio Fernando Távora: "Domus-fortis in Æquator: habitação e paisagem nos territórios rurais do Império Português no Oriente", por Sidh Mendiratta. Lançamento da 9ª edição do Prémio, com apresentação pública do Júri e do novo Regulamento.
A Ordem dos Arquitectos – Secção Regional do Norte (OASRN) volta a transformar o mês de Outubro no mês por excelência da arquitectura. De 1 a 31 de Outubro de 2013, as comemorações do Dia Mundial da Arquitectura (Primeira Segunda-feira de Outubro) alargam-se a todo o mês, com a 3ª edição do ARQ OUT, uma iniciativa assim designada por referência ao período de realização, mas também à ideia de incentivar a produção cultural da arquitectura “fora” do seu universo corporativo. Com duas edições realizadas, que ultrapassaram a barreira dos 10 mil participantes, esta iniciativa tem como objectivo reunir, num único suporte cartográfico, as actividades relacionadas com a Arquitectura e a Cidade a decorrerem no Porto. Inclui também actividades de outras áreas geográficas cuja programação se revele de interesse regional ou internacional, sendo estas devidamente referenciadas neste suporte cartográfico.
São cerca de 40 eventos propostos para esta 3ª edição do ARQ OUT – entre exposições, colóquios, debates, visitas guiadas, lançamentos de livros – realizados por colectivos institucionais, associativos e outros, de natureza mais espontânea, entre os quais se destacam espaços e grupos emergentes que, fora do âmbito institucional, começam a estabelecer uma interessante teia criativa na região. Para a OASRN, a iniciativa ARQ OUT pretende, assim, ser muito mais do que um roteiro ou um guia para a arquitectura no mês de Outubro; deseja, antes, ser o embrião de uma plataforma colectiva de produção e divulgação, incentivando o contacto “em rede” entre criadores e instituições numa lógica bottom-up.
Alguns destaques à programação do ARQ OUT 2013
Luís Gomes tem toda a razão. Parece um “ar e vontade que lhes deu”, e antes que não haja mais tempo, há que deitar ainda mais árvores abaixo. Junto à entrada lateral de Serralves e por essa rua adiante, foi um pressinha. E fica um bocado remanescente de árvore no chão! E para onde vai esta madeira? E não se substitui o que tantos anos levou a crescer? Que raio de tempos estamos a viver?
E fazer aquelas obras não necessárias na Avenida da Boavista, junto à Casa da Música! Para quê? Que tempos estamos a viver?
Contas certas, gerir um Estado ou uma Câmara “como uma empresa” ou como uma família são um fetiche, um cliché que define a Direita – tem tudo de ideo–lógico. Tal é o auto-branqueamento político ou ideológico, que estes políticos “não, nunca se definem como políticos”, antes “técnicos”, “meros executores”, ou mais singelamente “cidadãos independentes”, “sociedade civil – sempre da esquerda à direita”, sempre “abrangentes”… Esta foto é do baú do meu avô. Tirada ao nível dos olhos na Praça frente aos Congregados durante a célebre espera do Povo do Porto ao General Sem Medo. Por vezes parece que esta fantástica e invicta cidade suspendeu o seu invicto carácter por doze anos, permitindo e reelegendo para cúmulo o Rui, o ideológico Rui e as suas práticas nada-democráticas, tudo-salazaristas: um período negro, de apagamento da inteligência crítica, em que cedência após cedência de dignidade os portuenses.
(1-) Entregámos equipamentos públicos a privados, (2-) deixámos acontecer miséria a dormir pelas ruas, (3-) olhámos para o lado enquanto a polícia despejava humildes cidadãos de suas casas privadas nas Fontaínhas, (4-) “não era connosco” quando expulsaram as vendedoras do Bom Sucesso, (5-) “não foi connosco” quando foi imposta censura sobre as companhias de teatro também expulsas do Rivoli, (6-) assobiámos para o lado enquanto demoliram habitação pública para os mais desfavorecidos – as Torres do Aleixo, o S. João de Deus. Um período negro em que, (7-) lote após lote não reabilitámos a cidade, e – não contentes - (8-) para garantir que ninguém necessitado as ocupasse ou, quem sabe, pudessem até ser intervencionadas, entaipámo-las, como que se definitivo remédio se tratasse. (9-) Aos graffitis, murais políticos ou intervenções artísticas que cobriam esses destroços que degradámos e consentimos, consentimos (“não era connosco”) que chamassem de vandalismo, mesmo que apagá-los fosse afinal, não uma limpeza de paredes, antes uma censura da mensagem e liberdade de alguns destes. (10-) Quando bateram nos drogados (“Porto Feliz”) também não era connosco (“O que faria Jesus Cristo no teu lugar?” sempre ouvi nas missas da infância) (11-) Sempre que ouvimos falar de cultura puxámos da máquina de calcular (ou da pistola se fôssemos Goebbels), e portanto (12-) “S. João é apenas uma data, nunca um feriado, cultura popular”, (13-) “a Feira do Livro não interessa porque, parece, custa dinheiro e, ainda por cima, é cultura. Quem lê pode ser perigoso, pode ter juízo crítico e não, não queremos isso. (14-) Por um triz não demolimos a nossa maior jóia – o Mercado do Bolhão para fazer um shopping. (15-) Por outro triz, ainda não vendemos o Rosa Mota para festas de empresários. (16-) Achámos – muitos acharam – que a CMP fez bem em expulsar à cacetada os jovens empreendedores da Fontinha que ergueram – lá está – um Projecto Independente sem qualquer ajuda ou subsídio do Estado. “Eram Radicais/Anarcas”, não eram “empreendedores”. (17-) Também não conhecíamos as senhoras recentemente despejadas que voltaram por apenas 200 euros/mês para a ilha, em 2013. “Não eram do nosso círculo de amigos”. (18-) E também não sabemos o nome dos que vivem em caixotes na Rua 31 de Janeiro, no viaduto de Gonçalo Cristóvão, nos vãos das lojas que faliram na Rua de Santa Catarina. “Vamos alimentá-los à noite” como se fossem pombos. Na rua continuarão no dia seguinte.“
Cidade Invicta”: já só faltam 4 dias para acabares com esta coisa sem nome que foram as contas certas à moda do Rui – um fascista da pior espécie, a dos pézinhos-de-lã. Existem contas certas sem contar com as pessoas? Contas sem contar com a cidade? Ainda somos Invictos? Em que populismo votaremos já a seguir? No elitismo de Rui ou no populismo de Luís Filipe? Não vamos virar isto ao contrário?
Já perdi a conta às vezes que me deparei com os serviços da Câmara a abater árvores. E esta semana, pela segunda vez este ano, lá vêm eles rua abaixo 'tratar das árvores': aqui e ali vão abatendo mais umas quantas. Numa situação de normalidade, o Pelouro do Ambiente trata dos espaços verdes da cidade, prevenindo os acidentes provocados pela queda de árvores doentes. O que não é normal é, ano após ano, abatererem-se árvores e ficarem as ruas despidas. No imaginário de todos os portuenses a Foz tem a Pérgola, o mar e as ruas pintadas de verde. Tem não, tinha, porque esta governação está aos poucos a retirar o verde que já existiu.
Ora isto dá que pensar:
- - Por que razão os funcionários abatem, arrancam as raízes e tapam os buracos com alcatrão?
- - Por que razão, ano após ano, abatem e nunca repõem?
- - Por que razão em menos de um ano abatem alguns exemplares e não abatem tudo aquilo que teriam de abater?
- - Por que razão só abatem as árvores junto a rampas de estacionamento? Só existem árvores doentes junto ao estacionamento? Infelizmente, na minha opinião isto acontece por um único motivo: cortar despesas. Menos árvores significa menos manutenção e, por consequência, menos mão de obra e menos indemnizações com intempéries.
Para além da qualidade de vida que geram, tornam as ruas mais aprazíveis, protegem as casas do calor e fazem com que os arruamentos não se transformem em mega-parques de estacionamento. Deixo aqui o exemplo das várias que foram recentemente abatidas na Rua do Crasto. Mas muitas outras ruas tiveram a mesma sorte.
A uma semana de eleições, pergunto-me se vale a pena votar para uma Junta de Freguesia ou para uma Assembleia Municipal com pessoas que pouco representam os cidadãos. Quando se lhes pede explicações, a desculpa é sempre a mesma: 'está em curso um estudo para reflorestar'. Demora anos? Querem fazer dos portuenses parvos? Não deviam prestar contas do que andam a fazer?
Nada tenho contra os partidos, que são a base de sustentação de uma representação da sociedade, tenho sim e muito contra o actual estado da política nacional, seus agentes e a sua forma organizativa. Li os programas de todos os candidatos à Câmara do Porto e confesso que em todos encontrei propostas interessantes, mas também sei o que acontece às promessas após eleições. Por isso, não são as propostas nem as promessas que me seduzem, muito mais do isso são as pessoas e principalmente a possibilidade do Porto saltar fora do esquema partidário e poder ter a liberdade de falar por si só.
Tenho sido um daqueles que de tempo a tempo insistia com o Rui Moreira para que se candidatasse à Câmara do Porto. Digo e repito, “insistia” porque não represento qualquer peso na sua decisão, mas insistia porque vejo no Rui Moreira alguma frescura e novidade no panorama político actual e em particular na cidade do Porto.
O Rui Moreira sendo independente, muito embora tenha muitos políticos profissionais nos seus apoios, não tem por isso qualquer obrigação partidária de agradar ou de obedecer a aparelhos partidários. Não tem que vir dar o amém às políticas nacionais, não tem que estar calado quando essas mesmas políticas venham prejudicar o Porto, o que é comum e que não tem tido ninguém à altura para o defender. Ao contrário, o Rui Moreira tem travado algumas batalhas nacionais pela região, como foi o caso de Leixões ou do Aeroporto. Sabemos é que o governo não lhe ligou grande coisa, até porque lidava apenas com o próprio e quanto mais não fosse com uma simples Associação Comercial local. Coisa diferente seria se fosse o Presidente de Câmara e por trás de si tivesse o peso de uma eleição e ainda mais independente.
Sinto-me por isso solidário com esta campanha.
desenho da Gui Castro Felga
- O PARTIDO DELES É O GUITO… Quando parece que a luta é entre Moreira e Menezes, é na verdade entre Ilídio Pinho e o Eng.º António Mota, é entre o BES Imobiliário e a Mota–Engil, é entre a IP Holding e Van Zeller. Todos estes apoiantes declarados de um dos candidatos da direita dos seus interesses… Quem vai votar nas organizações da sombra, nos empresários que apoiam as direitas e não vão afinal a votos? Serão estes a mandar na cidade neo-liberal governada pelo seu balcão de negócios, a Câmara, através de um dos testas de ferro de direita. Agora “escolha”?
- PORCOFORTE OU PORTO NO ESPETO - AS CONTAS CERTAS DO “MODELO DE GAIA”… O preço que os 50.000 desempregados de Gaia pagam pela água é o mais caro da área metropolitana. O modelo sub-urbano de ocupação intensiva mas em extensão do seu território redunda num preço brutal para infraestruturar as casinhas, os apartamentos, os múltiplos loteamentos desde Abintes até Olibeira do Douro, desde Bilar dándorinho até aos Carbalhos. É evidente que este modelo sem racionalidade económica custa o que custa e o seu presidente nada fez para o “virar ao contrário”.
- AS CONTAS CERTAS À MODA DE… Diz que só depois das eleições sairá um tal relatório sobre as contas da SRU…para não beneficiar exactamente quem? Este ou aquele?
- ELEITORALISMO, QUEM? NÓS? QUE HORROR!... Impressionante achega de Passos Coelho sobre o eleitoralismo (“latente”) desta campanha autárquica… Aviso ao senhor candidato que ele apoia ao Porto. O Orçamento de Estado de Passos em diminuição / o orçamento de Menezes em franco aumento. Basta somarmos o valor de todas as medidas apresentadas para sabermos que o Porto já tem um orçamento superior ao orçamento nacional. Vasos comunicantes? (E a ditadura já chegou em pés de lã com a lei da rolha da falta de debates. Ora pega!)