2012-02-26
- Carris Hoteles Porto Ribeira abre a 9 de Março
- “Movida” do Porto: Ânimos exaltados na reunião de câmara
- TEDx O'Porto já recebeu mais de mil inscrições
- UP: Alunos desconhecem Gabinete de Apoio Médico e Psicológico
- STCP: 54,5 milhões de euros de prejuízo em 2011
- Do jazz ao pop, a Invicta Big Band dá música à cidade
- Mexefest: O Porto tremeu com as guitarras e com os sintetizadores
- Alunos estrangeiros no Porto são mais do que os habitantes da Sé
- Clube Literário do Porto fecha em Março
- O Velocipedista, sugestão de Miguel Barbot
- Lojinha da Floresta, da Associação Florestal do Vale do Sousa, sugestão de Américo Mendes
- Espanha apresenta nova rede transeuropeia de transporte, sugestão de Rui Rodrigues
- Souto Moura é a vergonha da Arquitectura portuguesa, sugestão de António Alves
- Souto Moura faz desaparecer impacto visual de central elétrica do Tua e Projecto Souto Moura para a Barragem do Tua, sugestões de Rui Rodrigues: "A EDP está convencida que manda na UNESCO e que os podem enganar como aconteceu com algumas pessoas da Comissão Europeia. A EDP e o Souto Moura tiveram de fazer isto à pressa para ver se ainda conseguiam convencer a UNESCO. O maior problema da Foz do Tua é o paredão. É impossível esconder o paredão. Uma novidade: o ex-Presidente da Câmara de Mirandela, Silvano, deixou-se comprar pela EDP. Essa é a novidade da apresentação do projecto."
Na medida em que parece cada vez mais inevitável o processo de reorganização interna dos municípios nomeadamente com fusões de freguesias e que, pelo que lemos nas notícias, esse processo deverá ser concluído até meados do ano a Associação de Cidadãos do Porto vai iniciar um fórum de divulgação e discussão das diferentes ideias que cada partido tem sobre este assunto. O objectivo da ACdP é que qualquer decisão sobre este assunto não seja apresentado aos cidadãos do Porto como um facto consumado mas sim que inclua um período prévio de discussão participada e informada.
O modelo destes debates/apresentações vai ser o de sessões públicas individuais dedicadas a cada um dos partidos onde poderão ser apresentadas as propostas já consideradas, prós e contras de cada abordagem, eventuais decisões internas ou eventualmente as razões pela qual consideram desnecessário este processo de reorganização administrativa.
O primeiro debate será na próxima quarta-feira, 7-março, 21.30, com o Bloco de Esquerda que se fará representar pelo deputado municipal José Machado Castro. Nos próximos dias vamos indicar o local deste debate bem como o restante programa. Podemos confirmar desde já que temos confirmadas as sessões com o PS (26-março) e PSD (3-abril).
A sessões são abertas ao público e gratuitas mas por questões de logística pedíamos que efectuassem a vossa inscrição prévia aqui.
Vitor Silva
Associação de Cidadãos do Porto
Devo confessar que esta mania de chamar “Bairro das Artes” à zona envolvente da Rua de Miguel Bombarda me começa já a fazer uma alergia terrível. É realmente muito gratificante ver o progresso que a Baixa tem vindo a experimentar, recordar o panorama que se vivia há 5 ou 10 anos atrás e, muito facilmente, concluir e até congratular o percurso ecléctico e diversificado que se tem vindo a traçar.
No entanto, este fenómeno não é novo – passou-se em Barcelona, em Viena, em Roterdão... O papel da Cultura e da Arte no desenvolvimento da Cidade e na estimulação da cidadania activa é já mais do que sabido e badalado. Para variar, nós por cá vamos sofrendo o atraso do costume. Mas esse atraso não deveria permitir-nos abordar as questões de uma forma mais conhecedora do que a dos que o fizeram há 20 anos? Não seria de esperar que aprendêssemos com as experiências de outras cidades, agora que até podemos aceder ao impacto a médio, longo prazo no qual esses fenómenos se vieram a traduzir?
Uma das falibilidades da Cidade Criativa, assenta no facto de ¾ dos cidadãos não serem na verdade criativos, ou em não se identificarem como tal. Ou seja, há uma grande maioria da sociedade da Cidade do Porto que não é “artista” nem “criativa”, limitando-se a passivamente usufruir dos frutos da movida recém-adquirida. Ora, esta etiquetização, esta necessidade de "carimbar" a zona em questão com a palavra “Arte” não tenderá a afastar os utilizadores “não-artistas”?
Na zona de Miguel Bombarda galerias de arte convivem harmoniosamente com restaurantes e pensões típicos e antiquíssimos, com comércio mais ou menos tradicional, com espaços multifuncionais, para vários gostos e preços, sem que nenhuma destas actividades oprima qualquer uma das outras. Não é este carácter descontraidamente ecléctico que tem vindo a permitir a interacção enriquecedora entre utilizadores com diferentes origens, estilos de vida, orientações profissionais e poderes de compra? Chamar-lhe “O Bairro das Artes” poderá provocar o afastamento por parte de alguns utilizadores que, não se identificando com a janota etiqueta, começarão a procurar outros ambientes onde, “etiquetas à parte”, se sintam bem-vindos.
Será mesmo necessária esta rotulagem? Sendo que a área de que se trata faz por hastear a bandeira da tolerância, da inclusão e da aberturas de mentes e horizontes, seria de esperar que evitasse cair estes erros de standardização. Pensemos, pois, duas vezes, antes de usar este título.
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Alexandra Sepúlveda Silva
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- O Porto de 1947, sugestão de Nuno Oliveira
- Conversa nos Maus Hábitos com Paulo Morais, sobre território e corrupção, no dia 8, sugestão de Nuno Oliveira
- Concurso Público - cafetaria da Ponte Pênsil
- Valentim, o inocente
- Fantasporto 2012
- Uma noite no hostel mais limpo do mundo
(Há mais sugestões recebidas, mas ficam para um pouco mais tarde, por falta de tempo.)
Cara Mariana Martins,
Você deve ser muito nova. Aquando da primeira sessão pública da CMP em 74? insurgi-me contra o controle dos participantes e contra o local em que se faziam/fazem. Uns tempos depois, da segunda vez que lá fui, declarei que não voltava à sala onde ela se fazia na altura, que é, julgo, a mesma ao fim de 30 e tal anos, porque havia ali ao lado o Rivoli onde se podiam muito bem fazer as sessões. O nojo dos senhores burgueses pelo povo que ia lá com a sua raiva, a sua incultura, a sua agressividade, fazer prolongar (perder tempo aos gravatas) as sessões – porque é que as sessões TÊM DE SER FEITAS SÓ NUMA NOITE? Porque os gravatas se dispõem a sacrificar uma noite e não um dia ou dois!
Na altura o vereador da CDU, Rui Sá, bem podia ter lutado pelo seu povo... mas não! Além desse não houve vereadores que sentissem a enormidade que o controle pidesco das reuniões públicas representa como ataque aos direitos dos cidadãos eleitores e não só. Nessa altura “entravam” 23 munícipes...!!! Até hoje TODOS se têm afastado desta luta. Portanto, cara amiga, não é o partido no poder que é abusador e castrador, são todos, todos. A democracia é uma merda e este país é uma pocilga feita na latrina mais mal cheirosa que há.
Nos meus livros desde 1982 que acuso (é o título do 1º) esta gentinha mas só se venderam as primeiras edições e não houve segunda de qualquer deles. Veja no meu sitio josepulidovalente.com, os livros estão lá e, já agora, o resto para que possa ter uma ideia de como um homem que não verga a espinha se deve sentir depois de 38 anos de fascismo delico-doce destes f.p..
Coragem, não desanime, lute.
JPV
“Aqui podia viver gente”, e aqui podia mesmo haver um Programa Nacional para a Reabilitação Urbana!
1 - Só faz sentido “um sistema acabar” quando há um outro sistema pronto a substituí-lo. Actualmente está felizmente falido o mau sistema imobiliário-financeiro que “vorazmente” (assim é o capitalismo, voraz!) ousou provocar um endividamento sem precedentes aos Portugueses e construiu o equivalente a casas para 20 milhões de Portugueses(!) – evidentemente a maior parte vazias e não-vendáveis tanto hoje como a prazo… Este sistema tem, no entanto, de ser substituído por outro sistema… Assim terá de ser. E o novo sistema a implementar já deveria estar em vigor desde 2000 pelo menos, pois há mais de dez anos que a crise imobiliária era previsível, dada a sua óbvia irracionalidade, insustentabilidade e declínio visível nos últimos 10 anos…
2 – O contrário de haver um novo sistema que substitua o paradigma imobiliário-financeiro é não haver plano económico algum da parte do governo. É o que temos actualmente. Actualmente, “tenho esperança que chova”, como diria a ministra Assunção Cristas, pois o governo não tem planos (“planificar é coisa de planos quinquenais soviéticos”), preferindo ter fé nos mercados que hão-de salvar.
3 – Assim, para que o “caos” do mercado (da recuperação urbana) seja por milagre iniciado, nem políticas keynesianas (“Keynes? Krugman?… Kruzes, Kredo”), nem injecção de capitais (“não há dinheiro” diz sempre o governo, e eu digo: excepto uma grande parte de “apenas” 78 mil milhões que recebemos da troika”), nem o uso de fundos QREN (13.000 milhões estarão disponíveis). O não-impulso da Reabilitação Urbana por parte do Estado põe em risco e empurra para o desemprego/miséria cerca de 140.000 operários da construção civil e 15.000 arquitectos.
4 - Melhor é possível. Aqui, aqui e aqui estão algumas políticas que o Bloco de Esquerda tem proposto na Assembleia, para um mundo melhor. ”Aqui podia viver gente” sim, porém, nenhum caminho é isento de riscos e críticas, é no mínimo necessário “haver um caminho”…
Um pouco de calma numa semana muito intensa. E ainda muito para ler e fazer...
Com muita tristeza minha vejo-me obrigada a denunciar, de novo, um acto de galhardia do povo portuense frustrado pela ditamole-ditadura que vivemos. Passo a explicar o mais claramente possível: no passado dia 20 deste mês, num esforço conjunto, inúmeros moradores da freguesia da Vitória apresentaram-se no Gabinete do Munícipe para efectuar a inscrição para participar na Assembleia Pública do próximo dia 28, na mui nobre Câmara Municipal do Porto. O tema a ser debatido pela maioria destes participantes é os excessos da movida na Baixa, que continuam a agravar-se não obstante os apelos públicos e o abaixo-assinado. Em particular duas moradoras já mais que citadas nos meios de comunicação pública - uma delas a cabeça do abaixo-assinado que circulou, Paula Amorim - têm, activamente, participado nestas assembleias de modo a não deixar o assunto morrer.
E agora vem o horror que me transtorna ao ponto de não ter noção se estou a escrever num português apropriado: dois dias depois da inscrição destas moradoras estar feita, ambas receberam um telefonema dos serviços camarários a informá-las que não podem participar desta assembleia. Porquê? Segundo informaram os serviços, saiu uma nova e misteriosa ordem (os adjectivos são meus) que não permite aos munícipes participar mais do que uma vez por ano na dita assembleia.
Façamos um momento de silêncio pela morte da Democracia e da Constituição.
Não sei como expressar a revolta que vai na minha alma e de quem me rodeia. Isto não é só grave, é horrendo, é atroz! O mais hilariante é que, assim que as moradoras contactaram a comunicação social para expor esta defecação, a Câmara informou que foi só um mal entendido e que a informação real é de que dão preferência a pessoas que ainda não tenham ido este ano e, logo, acharam por bem silenciar - após a inscrição feita! - duas moradoras que se dão ao trabalho de acordar bem cedo para se porem na fila a garantir uma das tristes dez vagas existentes. Este argumento é tão absurdo, tão esfarrapado, que nem merece a consideração da contra-argumentação.
Tenho a informar, em nome das duas moradoras, que ambas estarão presentes na assembleia de terça. E é por tudo isto que o povo português não mais pode continuar a acreditar que vive em democracia, que o seu voto conta, que a sua pro-actividade política é bem-vinda. E então temos de nos irar o mais depressa possível. Isto é intolerável.
Mariana Martins
Uma pequena grande diferença de política económica e social apareceu esta semana nos órgãos de informação nacionais:
"Espanha incentiva Bancos a aceitarem casas (Jornal de Negócios 23.02) (…) Os Bancos que aceitem a dação em pagamento serão recompensados com benefícios fiscais. Esta é uma das medidas contempladas no código de boas práticas que o Ministério da Economia espanhol pretende implementar para proteger do despejo as famílias de menores rendimento. (...) Está também a implementação de um limiar de rendimento que impede uma família de ser despejada. (...) O objectivo é que a dação em pagamento signifique o fim do processo."
Por cá, nos nossos burgos, no Diário Económico de 23.02, mais da nossa política: "Bancos alargam empréstimos por um ano a sete mil empresas". Sem grandes comentários, mas aceitando e aplaudindo esta medida…
No MPN – Movimento Partido do Norte, sempre dissemos que surgíamos para defesa do Norte e das pessoas, dado que ninguém atendia ao patamar onde está o problema subjacente à crise financeira e depois económica, que é o baixo rendimento disponível das famílias portuguesas, que depois originava o tal incumprimento à Banca e falta de clientes para as empresas no mercado interno. Os nossos “grandes” e teóricos, incluindo os medias, continuam ao nível da capitalização das Empresas e do Sistema Financeiro como soluções para os problemas, caindo-se no ridículo de se perderem casas para Bancos que se estão a ajudar via impostos.
Nós entendemos que, se não sabem qual o problema, também nunca o resolverão. A DECO e os outros Partidos Políticos deveriam olhar para exemplos como este defendido pela Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços Financeiros (Sefin). Se acrescentássemos que o sistema de rendas que é praticado no pagamento das dívidas deveria ser de amortizações constantes, para que ao fim de 10 anos, num financiamento a 30 anos, se esteja de facto a dever 2/3 e não a totalidade do financiamento, o que evitaria que a dação em pagamento ficasse aquém da divida ao Banco? E que é para estas pequenas coisas que deveríamos olhar? Que nem a Espanha reparou?
Todo o sistema empresarial e financeiro precisa de aprender a partilhar ganhos e a defender a saúde financeira dos seus clientes. Isto é capitalismo social, economia social ou social-democracia nórdica. A Espanha está atenta e mostra que não vão cair nos erros da Grécia e Portugal.
José Ferraz Alves
Secretário Geral, Movimento Partido do Norte