De: Mariana Martins - "Ainda a movida e censuras na CMP: assunto muito grave e urgente!"

Submetido por taf em Domingo, 2012-02-26 22:11

Com muita tristeza minha vejo-me obrigada a denunciar, de novo, um acto de galhardia do povo portuense frustrado pela ditamole-ditadura que vivemos. Passo a explicar o mais claramente possível: no passado dia 20 deste mês, num esforço conjunto, inúmeros moradores da freguesia da Vitória apresentaram-se no Gabinete do Munícipe para efectuar a inscrição para participar na Assembleia Pública do próximo dia 28, na mui nobre Câmara Municipal do Porto. O tema a ser debatido pela maioria destes participantes é os excessos da movida na Baixa, que continuam a agravar-se não obstante os apelos públicos e o abaixo-assinado. Em particular duas moradoras já mais que citadas nos meios de comunicação pública - uma delas a cabeça do abaixo-assinado que circulou, Paula Amorim - têm, activamente, participado nestas assembleias de modo a não deixar o assunto morrer.

E agora vem o horror que me transtorna ao ponto de não ter noção se estou a escrever num português apropriado: dois dias depois da inscrição destas moradoras estar feita, ambas receberam um telefonema dos serviços camarários a informá-las que não podem participar desta assembleia. Porquê? Segundo informaram os serviços, saiu uma nova e misteriosa ordem (os adjectivos são meus) que não permite aos munícipes participar mais do que uma vez por ano na dita assembleia.

Façamos um momento de silêncio pela morte da Democracia e da Constituição.

Não sei como expressar a revolta que vai na minha alma e de quem me rodeia. Isto não é só grave, é horrendo, é atroz! O mais hilariante é que, assim que as moradoras contactaram a comunicação social para expor esta defecação, a Câmara informou que foi só um mal entendido e que a informação real é de que dão preferência a pessoas que ainda não tenham ido este ano e, logo, acharam por bem silenciar - após a inscrição feita! - duas moradoras que se dão ao trabalho de acordar bem cedo para se porem na fila a garantir uma das tristes dez vagas existentes. Este argumento é tão absurdo, tão esfarrapado, que nem merece a consideração da contra-argumentação.

Tenho a informar, em nome das duas moradoras, que ambas estarão presentes na assembleia de terça. E é por tudo isto que o povo português não mais pode continuar a acreditar que vive em democracia, que o seu voto conta, que a sua pro-actividade política é bem-vinda. E então temos de nos irar o mais depressa possível. Isto é intolerável.

Mariana Martins