2011-08-28

De: Miguel Barbot - "Um bom sítio para se ir vomitar"

Submetido por taf em Sexta, 2011-09-02 23:50

Compreendo as tags ou os tags, sejam de que sexo forem. São coisas de grunho, tal como um arroto em público. Depois há aqueles gatafunhos enormes, coisas a fingir que são graffitis. São tipo cantar o hino nacional em arrotos. É giro para os amigos gunas, nojento para todos os outros. Depois há rapazolas com pretensões urbano-artísticas, mas a quem ninguém disse que não sabem desenhar. São os tipos que vomitam nojos destes.

Em Miguel Bombarda

Nojo em Bombarda 1 e Nojo em Bombarda 2. Autores desconhecidos.

Depois há os gajos mais ou menos artistas, que eventualmente até podem ter queda para a coisa, mas que mereciam ouvir uma cena como a que o meu puto assistiu ontem quando cheguei à sala e tinha as paredes todas (e algumas partes do tecto) pintadas de verde. Uma coisa que pode ser traduzida por isto, dita em voz muito alta e com ar de fúria e sem palavrões:

Aprecio muito o teu esforço e os teus dotes artísticos, mas pinta na porra dos cadernos que eu te dei, merda!

É legítimo. Eu e a minha senhora gastamos muitas horas das nossas vidas para pagar aquelas paredes, tal como todos nós (e uma boa parte dos alemães) gastamos muitas horas para pagar a manutenção das ruas da cidade. São gajos que enchem a rua de tsurus, poemas e objectos intervencionários de valor artístico discutível como este:

... Ver o resto do texto e das imagens no Um pé no Porto e outro no pedal.

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2011-09-01 14:13

- Tribunal dá razão à câmara e diz que construção das Torres Altis foi legal - Não tive ainda tempo, infelizmente, para estudar o caso. Contudo, dizem-me que o processo é de 2002 e só começou a mexer depois de concluídas as obras, onde um particular (com a conivência do tribunal) beneficiou de terrenos públicos para efeitos de determinação dos índices de edificabilidade dos seus próprios terrenos... A sentença está aqui em PDF.

- Demolição do Shopping do Bom Sucesso adiada “sine die”
- Envio de propostas para Cidadania 2.0, sugestão de Vítor Silva
- Porto Canal vs FCPorto Canal
- Projecto de reabilitação global da Estação de S. Bento está oficialmente suspenso
- "(...) com uma simples fita-cola preta, elevou o LIXO a obra de ARTE"
- A resposta do Hard Club, pela SSRU
- Metro do Porto: Horários de Inverno entram em vigor a 4 de Setembro
- Obra de artista norte-americano transforma Serralves em parque de diversões (vídeo)
- Meia-maratona Sport Zone

- Fase de votação da IV edição do Orçamento Participativo de Lisboa
- Invest Lisboa

De: Pedro Figueiredo - "Massarelos e Miragaia (com Germano Silva)"

Submetido por taf em Terça, 2011-08-30 23:36

Visita a Massarelos e Miragaia

Visita a Massarelos e Miragaia

Essencial para qualquer Portuense é participar nas visitas guiadas pelo Germano Silva à cidade. Esta última (Domingo de manhã (organização JN) foi por Massarelos e Miragaia - ruas alternativas e desconhecidas: Rua dos Moinhos, por exemplo, entre a Rua D. Pedro V e a Marginal ao pé da lota do Peixe em Massarelos... O enfoque de Germano Silva é sempre o Humanismo, a história da cidade através de histórias de pessoas, a história da cidade através da história das instituições... O Urbanismo e a Arquitectura como os conhecemos foram em parte resultado de decisões e acontecimentos "fortuitos", organizadamente ou ocasionais, tramas sociais e individuais com consequência no "construído" que conhecemos hoje... coisas que parece "só" o Germano Silva consegue tratar por "tu"...

Destaco nesta viagem, conforme as fotos: o magnífico lavadouro público embutido num muro, na tal Rua dos Moinhos, e a "surpresa" da pobreza feita miséria, bem à nossa vista a dormir em bancos de jardim ou acampada debaixo do arco da fonte. Políticos, Arquitectos, Bloggers, Cidadãos: está na hora de sair à rua e conhecer o Porto para melhor o resolver atacando a ignorância do costume... Só através de quem sabe, sabe... E o Germano é que sabe.

... Ver o resto das imagens em PDF.

De: António Alves - "Teatros"

Submetido por taf em Segunda, 2011-08-29 18:32

Teatro no parque
Foto retirada daqui

Caro Teodósio Dias,

Poderá ter razão, mas a mim parece-me apenas um sobrepeso da "tradição" que fecha o país em Agosto à excepção do Algarve. Afigura-se-me também uma falta de capacidade de inovação e adaptação do sector artístico às novas realidade e mercados. E desculpe-me a linguagem económica mas parece-me que se aplica bem. Peças curtas e ligeiras poderiam ser uma boa opção. Faladas em inglês. Hoje em dia toda a gente se entende em inglês. Olhe, recorriam aos clássicos. Não há nada mais leve, clássico, divertido e apropriado para uma noite de verão que uma das pequenas peças de Gil Vicente. Uma boa tradução para inglês poderia fazer milagres e ser um modo de dar a conhecer a nossa cultura. Molière e Shakespeare, entre outros menos afamados, poderiam ser outras opções. A genialidade destes autores clássicos tornou-os intemporais e garantidamente elásticos para se ajustarem a várias formas e épocas. Os novaiorquinos fazem o "Shakespeare in the Park", porque não se faz por cá também o Gil Vicente no Parque ou na Praça? Existem por cá belas Praças e Jardins que eram facilmente transformadas em Teatros. A mim faz-me espécie ver o dinheiro a passear à nossa frente e ninguém o aproveitar. Somos todos lordes. Também eu já me meti numa pequena sala de teatro em pleno verão na cidade de Praga. Dei o meu tempo por bem empregue. Foi uma hora de diversão, descanso e penumbra numa tarde de canícula nas ruas.

De: Teodósio Dias - "Eu não sei se sei responder"

Submetido por taf em Domingo, 2011-08-28 23:54

Eu não sei se sei responder. Mas aqui vai o meu contributo à pergunta deixada aqui n'A Baixa do Porto por António Alves.

Antes do mais me espanto por ter passado tanto tempo e nenhum profissional do palco tenha tentado responder. Eu sei, uns (TEP) há muitos anos que escolheram o abrigo do outro lado do rio, outros (Teatro ArtImagem) já se mudaram há uns anos para a Maia. Não respondem pois não trabalham no Porto. Eu sei, Teatro Municipal já só existe de edifício. As outras companhias devem estar de férias. Não sei se tenho razão ou não mas vou deixar aqui a minha opinião de simples cidadão e freguês do centro da cidade.

O nosso amigo António Alves não ignora que os profissionais do Teatro são, na maioria dos casos, assalariados. Têm um período de férias anual que normalmente se situa no Verão. Não vamos sonhar como um conhecido autarca que queria que o seu Teatro Municipal levasse à cena 365 representações num ano. E depois, todos estamos de acordo que o Verão é a altura do ano em que está calor e bom tempo (é costume, dizem) e não é nada convidativo uma pessoa encaixar-se numa sala para assistir a um espectáculo. E depois, não estou a imaginar um alemão ou um italiano a tentar assistir a uma peça em língua estrangeira. E depois, no Verão, quando se quer representar Teatro há cidades que organizam festivais ao ar livre – já não falo de Avignon que fica longe mas posso dar o exemplo da Vila da Feira (Santa Maria da Feira) que está aqui bem perto.

No Verão os espectáculos são ao Ar Livre. Penso eu que não devemos estar agarrados às salas. Mas para isso é necessário haver algo que eu chamo “Programação Cultural” e isso parece estar ausente da nossa cidade. Para que conste há coisas que se passam no Porto. A Praça da Música (junto à Casa da Música), o Cinema Fora do Sítio (co-produção da Porto Lazer e da Fundação INATEL), o Cinema ao ar livre do Cineclube do Porto no Breyner 85 e no Museu Nacional Soares dos Reis, etc. Talvez o que faça falta seja divulgação ou imaginação.

Notas de rodapé:

  • Quando fazia turismo por países de outra língua nunca fui atraído por espectáculos de Teatro. Preferia visitar os monumentos ou os museus. Também há excepções pois um dia uma habitante de Praga me convidou a assistir a um curto concerto ao fim da tarde numa daquelas salas que não apercebemos quando passamos diante dela.
  • No Verão também é o momento ideal para algumas obras nas salas de espectáculos. Li, há dias, que o Coliseu do Porto está em obras de manutenção e remodelação. Ao que parece teremos o Salão Ático renovado brevemente.

De: Pedro Figueiredo - "Até ao lavar dos cestos ainda é vindima"

Submetido por taf em Domingo, 2011-08-28 23:50

No Vale do Tua até ao lavar dos cestos ainda é vindima... A Somague, a Mota-Engil e a MSF estão a fazer o seu trabalho de "partir pedra": partir fragas, escalavrar pedregulhos de granito, destruir paulatinamente as magníficas encostas abruptas e graníticas do Vale do Tua... Até ao dia em que se faça justiça à linha de montanha mais bonita de portugal, vendida à EDP por um punhado de dólares... São fotos destas férias de Agosto, como sempre na minha aldeia favorita, o Fiolhal, a 1 km da barragem de Foz-Tua, onde nasceu a minha Avó, Antónia Figueiredo.

Linha do Tua

... Ver o resto das imagens em PDF.

A barbárie da barragem continua, sem político que a trave. Aos engenheiros da Mota-Engil: desejo muito boa sorte. Não é fácil partir aquele granito todo, numa escarpa quase a pique... Testem com o vosso suor a dificuldade que os engenheiros do séc. XIX sentiram e ultrapassaram ao conseguir com ímpar mestria erguer uma obra improvável de engenharia numas escarpas altamente improváveis... que é a obra da Linha do Tua. Obra ainda mais improvável, mas excelente... porém.