2011-04-17
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Parece-me que alguns políticos portuenses andam míopes... Não conseguem ver mais além das habituais lógicas partidárias, não conseguem perceber que estamos a entrar noutro tipo de sociedade (ou se não estamos deveríamos estar) em que os cidadãos percebem que têm e podem voltar a recuperar o espaço que lhes pertence a nível de intervenção pública,,, Esse espaço que talvez por comodismo deixaram que outros grupos (partidos, empresas) ocupassem.
Vejam-se os exemplos da Quinta Musas da Fontinha ou da Escola da Fontinha onde há uma dinâmica própria de quem tem um projecto para sítios aos quais o Estado (local, central) voltou as costas... seja por falta de recursos, incompetência, inépcia ou inércia.
A miopia vê-se por exemplo quando se desconsidera o empenho de 6000 pessoas para debater um tema relacionado com a cidade. Qualquer empresa veria como positivo o facto de ter 6000 potenciais contribuidores para o desenvolvimento de uma solução. O PSD, CDS e PS do Porto acham que não... estou a referir-me naturalmente à proposta de referendo sobre a intervenção que vai ser feita nos Jardins do Palácio. Acho estranho principalmente que o PS, que refere habitualmente a quantidade de pessoas que vai saindo do Porto, não perceba que desta forma ajudou a que mais 6000 pessoas considerem que a cidade ficou menos atractiva porque os nossos representantes preferem não nos dar a possibilidade de discutir a nossa cidade
E o que é mais curioso é que o impacto positivo que a discussão pública, transparente, fundamentada pode ter já foi demonstrado em relação a este mesmo tema aquando da apresentação da primeira proposta. O facto de termos tido (por portas travessas) acesso a todo o projecto permitiu aos interessados (e não, não são só os partidos os interessados nestas coisas) o seu estudo, contestar aquilo que achavam que era contestável e apresentar as suas propostas de alteração, substituição, melhoramento. Lembro-me nomeadamente de ouvir nesse debate e em conversas posteriores várias pessoas sugerirem a construção das novas infraestruturas precisamente no sitio onde agora elas estão planeadas, ou seja na parte já impermeabilizada do Palácio.
De qualquer forma não queria concluir sem deixar de destacar a abertura que o Arq.º Loureiro e o eng. José António Barros demonstraram no debate da primeira versão do projecto. Aceitaram prontamente e sem reservas apresentar as suas razões em frente a uma audiência de cerca de 70 pessoas, muitas das quais claramente opositoras ao projecto. Explicaram o porquê das opções tomadas e ouviram o que lhes foi proposto. Com base nisto (e outros contributos certamente) temos agora uma segunda versão do projecto.
Era altura de os agentes políticos do Porto seguirem esse exemplo, mostrarem o que vai ser feito (mais do que numa exposição em 2 ou 3 páginas da revista camarária), ouvirem os nossos contributos e explicarem porque não são aceitáveis. Acho que é a isto que se chama democracia participativa... onde todos podemos participar.
- Crónicas do Primeiro Mundo XXIX, de Miguel Barbot
- Reportagem TVI 15 de Abril: a grande mentira das barragens, de Rui Rodrigues
- Lição de «sociologia económica»: Diferenças Norte-Sul, de José Silva
- Privatizar até 49% da STCP resolveria o problema, de Nuno Oliveira
- Turistas enchem Lisboa e Scut afastam-nos do norte, de Nuno Oliveira
- Sessão de lançamento de "A Flor de Abril - uma história da revolução dos cravos", obra de Pedro Olavo Simões e Abigail Ascenso, apresentada por Manuel António Pina - 23 de Abril, Sábado, 16h, na FNAC de Santa Catarina, convite de Miguel Gonçalves
«apercebi-me, entretanto, de que o ecuménico autarca também apelou ao "entendimento" entre os partidos. Basta, porém, ter alguma vez assistido a uma reunião pública do executivo da Câmara do Porto para constatar como Rio (des)trata os eleitos dos outros partidos; e para perceber como aquilo que ele diz são apenas palavras para enganar os telejornais e quem os vê.»
Serralves, Católica, Público e muitos mais e as Conferências no Porto em 2012
Se bem que nem sempre em conjunto - o tal nosso problema de não conseguirmos ser menos isolados - neste ano de 2011 e a exemplo do que já tem vindo a acontecer, Serralves a dada altura também com o Ipatimup, a Católica com o Público, o próprio Presidente da Câmara do Porto, têm sabido e muito bem organizar conferências às noites no Porto, o que é louvável, necessário, importante. Espera-se que um dia, com mais interdependência e mais sinergias, estas conferências possam ser feitas em cooperação e aqui talvez entre: Serralves, Casa da Música, Teatro S. João, Católica, Câmara do Porto, Público e Expresso. Porque não?
Concentrado noutras tarefas, muito mail para ler e posts para publicar...
Boa Páscoa!
O círculo virtuoso da circulação do dinheiro
Acho fantástico que mais um grupo de notáveis deste País se esteja a organizar em mais um manifesto. Pode ser que em grupo funcionem porque, individualmente, muitos estão por detrás da situação que vivemos. Se eu próprio não tiver cuidado, qualquer dia também eu cairei nessa de dar ouvidos aos mesmos de sempre… A maior parte dos problemas não carece de grandes decisões estratégicas, mas de regras práticas de educação, de respeito pelos outros, de cumprimento das nossas obrigações, de percepção do impacto que temos na vida dos outros.
A minha proposta, pensando sobretudo no desemprego e falência de tantas empresas a Norte baseia-se numa simples ideia: e se baixássemos os impostos sobre os rendimentos de trabalho, o IRS, levando-o nalguns escalões a zero?
A riqueza não é só um processo de acumulação, mas também de circulação. Conhecem a anedota do turista que se hospeda num hotel e deixa o dinheiro do quarto no balcão, enquanto sobe para inspeccionar o quarto? Entretanto este dinheiro vai circulando, passando para o dono do supermercado, do talhante, da empresa de transportes que deve dinheiro ao hotel, assim regressando às mãos do turista, a quem não agrada o quarto e deixa-o no momento seguinte. Todos pagam as suas dívidas e o Estado cobra os impostos indirectos inerentes, pela circulação.
Se quizesse escandalizar, diria que a taxa de IRS deveria ser zero para todos os níveis de rendimento e que se devem taxar apenas as situações de imobilismo da massa monetária, nos depósitos, aplicações financeiras e imobiliária. Precisamente o contrário do que fazem. E não me venham com a fuga de capitais para o exterior! Os grandes rendimentos já estão fora e a Banca portuguesa, que sempre procurou viver dos grandes rendimentos do Estado, precisa de perceber que é nos poucos rendimentos multiplicados pelas pessoas que ainda conseguem viver em Portugal que está o seu negócio.
Critiquem-me. Mas em que é que o aumento das taxas de imposto ajudou nalguma coisa, se virmos a história e analisarmos os casos de Portugal, Irlanda, Grécia? Só provoca recessão, e com o diferimento de 3 a 6 meses, aumento das prestações sociais por desemprego e redução de novos encaixes no IRS por aumento do desemprego.
Em que é que aquilo que tem sido feito e se pretende continuar a fazer foi e é acertado? É tão simples e básico. Por isso não o fazem? Parece mal por ser simples e básico? Quais são os mitos e os erros da política económica em Portugal?
Relativamente ao texto do José Ferraz Alves sobre as barragens da EDP serem cumulativamente PPPs, só tenho uma palavra: I LIKE! :-) como no facebook. Tem toda a razão. E a Barragem de Foz Tua é a maior vergonha deste governo e do próximo que aí virá... José Ferraz Alves - Agradecemos os seus raciocínios, por esclarecedores. É bem preciso falar claro.
O Movimento Mercado do Bom Sucesso Vivo! vem por este meio comunicar à imprensa os últimos dados que tem sobre a evolução do processo decorrente de destruição do Mercado de frescos e sua substituição por um Centro Comercial. Temos conhecimento que no prazo de menos de um mês o Mercado do Bom Sucesso irá fechar para assim dar continuidade ao projecto previsto para uma superfície comercial.
Também informamos ter tido conhecimento da insatisfação generalizada que se tem vindo a instalar por entre os cerca de 100 comerciantes marginalizados ao longo do processo e que se queixam do baixo valor das indemnizações que receberam por parte do Consórcio liderado pela empresa Eusébios. Tomamos pública posição sobre esta questão, denunciando a falta ética e o abuso de poder perpetrado pela Eusébios, ousando maltratar desta forma os vendedores do Mercado do Bom Sucesso. Esta espécie de "despedimento de baixo custo" que está a ser levado a cabo, não só configura um ultraje aos direitos dos trabalhadores como se faz com a aprovação tácita das autoridades que implícita e explicitamente têm apoiado a discriminação dos vendedores do Mercado: pessoas muitas delas de idade avançada e com uma vida de dedicação ao seu humilde lugar de venda em banca no Mercado.
A Câmara Municipal, o IGESPAR e a ACT continuam a nada dizer e tudo calar, aumentando o volume deste silêncio ensurdecedor cujo objectivo final é a colocação de uma enorme pedra sobre este incómodo assunto - a construção de um desadequado shopping sobre um edifício classificado (IGESPAR), património construído e reconhecido. O Mercado do Bom Sucesso Vivo! promete tudo fazer para salvar o Mercado do Bom Sucesso e os seus comerciantes. Afirmamos ser uma fraude os valores com que a Eusébios pretende indemnizar os vendedores. Denunciamos o compadrio da Câmara do Porto na entrega de património público às mãos de interesses privados que só prejudicam o que é de todos, agora apenas para lucro de muito poucos.
Apontamos o dedo ao IGESPAR - organismo incapaz de defender o património da cidade - não fazer um mínimo esforço para a compreensão do património Modernista que é o Mercado do Bom Sucesso e que o próprio logrou recentemente classificar! Continuaremos a usar os instrumentos de cidadania que nos assistem para a protecção do património humano e construído da cidade do Porto.
Pel'O Mercado do Bom Sucesso:
Paula Sequeiros
Pedro Figueiredo
Fernando Sá
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Nota de TAF: - Bom Sucesso: A maioria dos comerciantes já não volta ao mercado
- Escola da Fontinha - ver o efeito positivo desta iniciativa.
- Serralves tem agora uma oliveira com mais de 1400 anos, sugestão de visita de Augusto Küttner de Magalhães
- Os Planos para o Porto - dos Almadas aos nossos dias 8 - I parte e II parte
- Ricardo Fonseca é o presidente da nova associação do Museu da Indústria