2010-10-24

Resido há cerca de 6 anos em pleno centro histórico da cidade do Porto em ruelas “sujas e gastas” onde ainda se conserva o espírito tão característico desta cidade que alguém apelidou de “aldeia grande”. Muito poderia escrever sobre a minha experiência neste meio ao longo destes anos, das histórias, dos afectos, da proximidade e carinho que sinto sempre que saio à rua, do espírito de comunidade e entreajuda que se encontra nestas vielas da Vitória, Taipas, Virtudes...

Vou-me centrar nas promessas aos habitantes destas zonas e na política de “reabilitação” que está a assaltar o património arquitectónico com consequências sociais que têm tanto de irresponsabilidade como de ganância, com uma terrível insensibilidade por parte de quem parece odiar esta cidade.

Hoje encontrei mais uma vítima desta política de “reabilitação” numa das mercearias da Vitória, um senhor com cerca de 60 anos vividos nesta zona, que desabafava impotente e conformado com o destino que lhe traçaram... Foi escorraçado para um dos bairros sociais da periferia com a sua mulher, por sinal um bairro com inúmeros problemas ao nível social, daqueles para onde são recambiados todos os que estão a mais no burgo... os que não interessam a uma elite cosmopolita e autoritária que se está a apoderar do centro histórico do Porto. Dizia este senhor que teve azar na “doutora que lhe calhou” porque não foi minimamente sensível à situação deste casal humilde, obrigando-os sem contemplações a abandonar a casa, os vizinhos, os amigos... como se não tivessem outro remédio senão cumprir a pena a que foram condenados, sem direito sequer a julgamento.

É-me impossível descrever a amargura daquele homem assim como não consigo falar destas “políticas de limpeza social” sem lhes escarrar mil vezes em cima. O que se passa no Centro Histórico do Porto é demasiado grave para ser aceite por cidadãos que amam o Porto e as suas gentes, e casos destes encontram-se às dezenas só nesta zona da cidade onde vai nascer um novo hotel (miradouro de S. Bento da Vitória) e, aos poucos, desaparecem as pessoas.

Sérgio Caetano

Ao ler este post, lembrei-me de algo que hoje li no Público - e que penso ser menos aceitável num momento em que a todos se exige contenção salarial e de gastos -, os elevados vencimentos atribuídos ao Conselho de Administração da Fundação Cidade de Guimarães, até 2015. Acho que mesmo em não tempo de Não-Crise e aperto do cinto é muito dinheiro, mas em Crise é um dinheirão. Terão todo o direito de me chamar invejoso e mais coisas feias, mas acho que é feio, acho! Mas quem sou eu? Até para achar!

Augusto Küttner de Magalhães

1 - Publico aqui n'A Baixa do Porto fotografias com a situação física e humana do Mercado do Bolhão, datadas da primeira semana deste Outubro de 2010. Como se pode observar, o estado das armaduras do betão e do betão é de absoluta degradação e ruína, ao mesmo tempo que na ala Sul as pessoas se acotovelam tentando circular entre os andaimes, que supostamente "escoram" toda esta ala do edifício... Se escoram ou não, o que é certo é que atrapalham.... Aos sábados de manhã, altura em que vamos fazer a compra dos frescos para a semana no Bolhão, o ambiente é sempre o mesmo: Simpatia absoluta das senhoras vendedoras – Inigualável! + Degradação Absoluta do edifício + Muitos Turistas espantados com este sítio biodiverso de venda de produtos bastante biodiversos. O Bolhão é um conjunto Humano com um edifício à volta, mais do que apenas uma casa com gente viva dentro.

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Ao descermos a Avenida da Boavista, do lado oposto ao Porto Palácio Hotel, um pouco acima, na esquina, podemos ver uma daquelas placas indicativas de monumentos ou de obras de interesse público. Pois bem, ali trata-se da Casa da Viscondessa de Santiago de Lobão, e conforme nos indica/ensina a placa, casa construída no início do século XX, com uns belos jardins na retaguarda.

Hora do almoço, portão aberto, dá para espreitar. De facto uma casa antiga, com uma traça característica da época, que pelo que se consegue ler num aviso numa porta pertence à Segurança Social, sabe-se lá porquê! Alguém, alguma empresa que não pagou o que tinha que pagar e a casa e terrenos foi entregue para pagamento das dívidas? Talvez. De fora, é-nos possível para dentro espreitar, sem poder entrar: tectos antigos, portas da mesma época, secretárias em nada, mesmo nada condizentes com o espaço, onde pessoas trabalham. Continuando pelo jardim, um muito interessante espaço verde, um parzinho já não adolescentes num banco, e uma variedade tremenda de espécies vegetais, o piso em cimento, mas antigo. Por certo nunca imaginaríamos que hoje tal ainda sobrevivesse em plena Avenida da Boavista, onde imperam os prédios elevados. Um lago, mais vegetação, tudo bem cuidado, outra mais pequena casa, esta nada de especial mais recuada!

Um belo espaço, que por certo muitos como eu não conhecem, e que por certo em tempo de crise não será restaurado mas também não será deitado abaixo, mais que não seja, por hoje não ser viável ali mais construir, não só ali… mas… ainda bem. Vale visitar!

Augusto Küttner de Magalhães

- "Está a chegar (1 de Dezembro) o Porto24, um projecto de informação online dedicado ao Grande Porto", de André Gomes
- Ryanair lança voos para Roma e La Rochelle a partir do Porto, de Pedro Borges
- Ana Carvalho é a nova directora executiva da Addict, mas esta Ana Carvalho é outra, não é a verdadeira ;-)

Andam alguns a tentar remar contra a maré, procurando captar mais turismo para o Norte e, em particular, para o Porto, designadamente pela via lowcost (viagens e hotéis)... e outros há que, pela via highcost, espantam esses mesmos turistas. Vá-se lá perceber isto!

Correia de Araújo

Como está o Centro Histórico do Porto? E o que é preciso fazer? Para responder a estas questões, reuniu a Assembleia Municipal do Porto na passada 2ª feira 25 de Outubro, em sessão requerida conjuntamente pelo PS, PCP e BE.

Apesar de há 14 anos ter sido considerado pela Unesco como uma “obra-prima do génio criativo do homem”, o Centro Histórico do Porto está ao abandono e a ser alvo dum assalto ao seu património edificado e imaterial. Mesmo com 14 câmaras de vídeo-vigilância instaladas nas ruas de S. Nicolau. O que há de mais grave neste caso é o facto de ser a Câmara do Porto, justamente a entidade que mais devia defender e valorizar este património mundial da humanidade, a ser a agente principal deste autêntico saque ao Centro Histórico do Porto.

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No próximo Sábado dia 30 às 17h terá lugar na sede de candidatura de Fernando Nobre no Porto - Avenida dos Aliados, 165 - uma tertúlia sobre o tema "Cidade" - Arquitectura e Urbanismo. Terá como oradores convidados o Arq. Gomes Fernandes e o Padre Jardim. Esta tertúlia é a segunda de uma série de três coordenada por Paulo Morais.

Cumprimentos
Rui Meleiro

Num momento em que se envia o Teatro Nacional de São João para debaixo da alçada de uma entidade lisboeta com argumentos de eficiência de gestão, em que se procede ao discurso da seriedade e da transparência, não posso deixar de reencaminhar um documento que me fizeram chegar.

Sobre esta matéria, disse o que penso aqui e aqui. Por outro lado, sendo Guimarães 2012 um assunto que a ninguém interessa fora do perímetro vimaranense e, eventualmente, a algumas instituições dos arredores (incluindo um ou outro gabinete, que não departamento, da CCDR-N), aproveito para chamar a atenção para esta outra matéria.

Cumprimentos,
NC

Estou perfeitamente de acordo com o post do Correia de Araújo e com a falta e falha de critérios. O teleférico que está a ser feito e que pelos vistos será inaugurado nos próximos dias é uma verdadeira parolice. Se havia que ligar a parte baixa de Gaia com a alta, nada mais aconselhável do que estabelecer um trajecto pedonal de passeio associado a um elevador.

Aquela patetice para além de apenas se enquadrar com aqueles pagodes metálicos a que chamam “Cais de Gaia”, e com o hotel “Mediterranée ó British” que dá pelo nome de “Yeatman” e que encima o Centro Histórico, deverá a curto trecho começar a promover o aluguer de skies para podermos descer as pistas do Monte da Virgem.

O que falta entre Gaia e Porto são pontes, sejam pedonais sejam do que for.

Alexandre Burmester

Numa altura em que se fala tanto da diferença Norte/Sul, a Marktest tem um conjunto de informações muito úteis para qualquer pessoa que queira conhecer melhor a diferenças entre Porto e Lisboa (e não só). Basta escolher o distrito e comparar.

Ontem, dia 25 de Outubro, o CDS/PP fez aprovar na Assembleia do Municipal do Porto uma proposta de redução fiscal em sede de IRS, IRC e «impostos e taxas municipais sobre intervenção, transacção e recuperação de imóveis» com vista a aumentar a competitividade e atractividade fiscal do centro histórico do Porto e, com isso, contribuir para a sua reabilitação e desenvolvimento. A proposta, disponível no nosso website, foi aprovada, apesar da abstenção da CDU e do PS, e do voto contra do BE.

O CDS/PP apontou mais uma vez o caminho para uma economia menos onerosa para o contribuinte e mais atractiva para o investimento. Um exemplo local que gostaríamos de ver reproduzido a nível nacional.

Com os melhores cumprimentos,
--
Comissão Política Concelhia do CDS/PP Porto

Sugestão para hoje à noite:

Fórum Porto com Ideias – A Situação Social no Porto

A JS Porto prossegue hoje, terça-feira 26 de Outubro, com o seu Fórum Porto com Ideias, uma plataforma de discussão e debate político para qualificar a intervenção dos nossos militantes e envolver amplos sectores da sociedade civil no nosso projecto político.

Na próxima sessão do Fórum vamos debater a Situação Social no Porto e teremos connosco Palmira Macedo, Economista, Docente Universitária e Deputada Municipal, o Presidente do PS Porto e o Presidente da Federação Distrital do Porto da JS. A iniciativa tem lugar às 21:00, no Auditório Mário Cal Brandão da Federação do PS Porto (Rua Santa Isabel, 82).

Estava em Maastricht, na passada semana, quando tomei conhecimento (pela Internet, claro) da inauguração do teleférico de Gaia, aprazada para o próximo mês. A emblemática cidade holandesa, banhada pelo rio Mosa (Maas, em holandês), prepara-se, também, para uma inauguração a breve trecho: uma nova ponte pedonal (ver imagens). Dei então por mim a pensar que trocava, com facilidade, o teleférico por uma ponte pedonal que ligasse Porto e Gaia. Enfim... critérios!

Já agora, relembro que é também em Maastricht que se situa aquela que é considerada, pelo periódico britânico "The Guardian", a mais bela livraria do mundo, merecendo a nossa “Livraria Lello” um honroso 3º lugar. Pois, uma vez mais, critérios e... afinidades!

Correia de Araújo