2010-08-22
Na sequência dos pontos extraordinariamente relevantes levantados por Carlos Romão, gostaria de perguntar aos deputados eleitos pelos distritos do Norte, demais responsáveis de cargos políticos e dirigentes partidários o seguinte:
- - É explícito na legislação aplicável à EDP que os impostos sobre a utilização de um determinado equipamento localizado num dado município sejam englobados e pagos em Lisboa, onde se situa a respectiva sede?
- - Consideram os srs. deputados, responsáveis de cargos políticos e demais dirigentes partidários esta eventual situação como justa?
- - Que acções estão a desenvolver para equilibrar esta acção?
- - Que opinião teriam sobre uma eventual mudança da sede fiscal e administrativa da EDP para Mirandela como compensação pela perda da linha do Tua? A falta de acessos seria um argumento que utilizariam para objectar uma tal mudança?
Melhores cumprimentos,
Daniel Rodrigues
PS: Muito relevante sobre a competência do jornalista o seguinte pedaço de texto: "fizeram-se estradas e melhoram-se as acessibilidades". A ponte "Hintz Ribeiro", a barragem de Crestuma, e a estrada nacional 222 dizem-lhe algo? Já a percorreu?
PS2: Ainda mais relevante sobre o enviesamento do jornalista o outro do mesmo artigo: "Uma coisa é certa e garantida já por decreto governamental, com a chancela do Ambiente. As barragens de Foz Tua e do Sabor vão ser uma realidade."
PS3: A barragem da Foz do Côa também era garantida por decreto governamental. Na altura, foi suficiente a oposição da intelligentsia para a parar. E agora, onde está ela? Afogada em subsídios?
... mas terão de ficar para um pouco mais tarde.
Veja-se o diaporama Viagem ao Douro dos anos 50 sem barragens, publicado pelo Expresso. Para além das fotografias do rio não serem dos anos 50 do século XX, como afirma o jornal, (são de Emílio Biel, fotógrafo do séc. XIX) o texto não é ao Douro que quer chegar mas sim ao Tua, num exercício contorcionista que não passa de um um frete à estratégia da EDP, de apropriação da água dos rios do norte para no futuro a comercializar através de transvases no sul do país.
A energia dita "verde", a produzir pela hipotética barragem do Tua, corresponde a menos de 1% das necessidades nacionais, o que, posto no prato da balança, com a destruição da paisagem e da linha ferroviária do Tua, que a barragem implicará, vale ZERO. Se as barragens trouxessem riqueza e desenvolvimento para as regiões, como afirma o Expresso, Trás-os-Montes não seria a região mais pobre e menos desenvolvida do país. A riqueza produzida pelas barragens transmontanas - comandadas à distância - paga impostos ao estado central no sul e é lá que cria postos de trabalho. Até a derrama, imposto municipal, é paga à... Câmara Municipal de Bragança? Não! A derrama é paga - pasme-se - à Câmara Municipal de Lisboa. E o Expresso, descarado, ainda pergunta, "quem é que fica a ganhar, todos ou só alguns?".
Veja-se também, àcerca deste diaporama, o comentário de Dario Silva, no blogue Aventar.
O centro histórico de Bilbao não se compara ao nosso, o da nossa cidade por quase não ser mexido vale ouro, actualmente, se for bem intervencionado. Imaginemos que Santa Catarina se prolongava, sem perder o andamento, até à Sé, passando pela Batalha. Depois descíamos para os Pelâmes, sempre com movimento e com lojas como a Springfield, Stradivarius, Blanco e sobretudo muitos cafés, com “pichos” e vinho. Descíamos a Mouzinho, cruzilhando nas ruas, não se esqueçam, há sempre pichos e vinho, o comércio vai melhorando para marcas internacionais de topo, até à Ribeira, Cais das Pedras, Palácio; ou então subíamos à Cordoaria a partir de Mouzinho, Hospital de Santo António. Agora imaginemos que, quer de um ponto ou outro, continuávamos do Palácio, seguíamos para a zona mais moderna de Júlio Dinis com lojas como Louis Vuitton, Dolce&Gabbana, e terminávamos na Casa da Música, expoente máximo. É mais ou menos isto em Bilbao, termina no Guggenheim, após mais ou menos 20/30 minutos de caminhada. Ou seja, o centro histórico não é complemento, é cidade. Não há vazios de gente ou ruínas no entretanto, há comércio, há movimento.
As fachadas deles estão todas pintadas e recuperadas, os espaços comerciais também. As habitações mais ou menos, vê-se muito tabique afectado, escadas velhas nos halls de acesso, tectos velhos, visíveis pelas marquises de madeira, mas pelo exterior parece impecável, ou bom pelo menos. Há muita gente na rua a consumir, é outra cultura, há também as nossas personagens tipo Rua Escura e os tascos a lembrar a Sé mas, com tanta gente, não afecta a imagem de quem visita, é óbvio que demonstra que o emprego não deve andar grande coisa, mas completamente banal. Também só existe o Corte Inglés e mais 2 centros comerciais, pouco interessantes. Existem outros para lá das pontes, nas áreas metropolitanas periféricas.
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"EDP – EMPRESA DESTRUIDORA DE PAISAGENS", é assim mesmo, escrito de forma crua e cruel a caneta de feltro preta que é por estes dias recebido quem ouse passar por cima do viaduto ferroviário metálico perto de Foz Tua, ali mesmo ao lado da ponte "1940" em betão, também obra de arte mas do tempo de Duarte Pacheco (?)... (qual miniatura da futura ponte da Arrábida...) As fotografias que aqui quero partilhar com A Baixa do Porto são o retrato em 18 de Agosto de 2010 da situação "no terreno", in situ,- a situação que insiste in situ em ferir o genius loci – o espírito do lugar. Quero documentar aqui para memória futura, a situação actual de degradação:
... Ver o resto em PDF (nova versão, corrigida pelo autor)
... o país parece ter parado para férias.
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