De: Carlos Romão - "O descaramento do Expresso"
Veja-se o diaporama Viagem ao Douro dos anos 50 sem barragens, publicado pelo Expresso. Para além das fotografias do rio não serem dos anos 50 do século XX, como afirma o jornal, (são de Emílio Biel, fotógrafo do séc. XIX) o texto não é ao Douro que quer chegar mas sim ao Tua, num exercício contorcionista que não passa de um um frete à estratégia da EDP, de apropriação da água dos rios do norte para no futuro a comercializar através de transvases no sul do país.
A energia dita "verde", a produzir pela hipotética barragem do Tua, corresponde a menos de 1% das necessidades nacionais, o que, posto no prato da balança, com a destruição da paisagem e da linha ferroviária do Tua, que a barragem implicará, vale ZERO. Se as barragens trouxessem riqueza e desenvolvimento para as regiões, como afirma o Expresso, Trás-os-Montes não seria a região mais pobre e menos desenvolvida do país. A riqueza produzida pelas barragens transmontanas - comandadas à distância - paga impostos ao estado central no sul e é lá que cria postos de trabalho. Até a derrama, imposto municipal, é paga à... Câmara Municipal de Bragança? Não! A derrama é paga - pasme-se - à Câmara Municipal de Lisboa. E o Expresso, descarado, ainda pergunta, "quem é que fica a ganhar, todos ou só alguns?".
Veja-se também, àcerca deste diaporama, o comentário de Dario Silva, no blogue Aventar.