2010-05-09
As pontes de Lisboa continuam a perder tráfego. Mas este «Desgoverno» e esta «Em posição» querem desviar mais verbas do Norte para Lisboa para a TTT.
Lisboa está em estado de negação quanto à insustentabilidade do seu modelo de desenvolvimento. Por causa disso, na semana passada a Europa retirou soberania a Lisboa. Brevemente serão as restantes regiões de Portugal. Quando o estado de negação é visível por todos, é sempre um indicador antecipado da derrota do seu autor.
José Silva
O que escreve Vasco Pulido Valente sobre o Benfica e o Papa, como é evidente, é feito por uma óptica parcial, sempre maldizente, mas uma vez mais – desgraçadamente – com algumas justezas. Numa altura em que as nossas energias deveriam ser transferidas, projectadas para situações mais construtivas e positivas, e nunca como na Grécia onde unicamente se lembraram de andar na rua a partir tudo e a dar vivas a slogans que já são do passado – ainda aí não chegamos, mas talvez não tenhamos de muito esperar…. Estamos para já a dar vivas aos futebóis, no caso refere VPV o Benfica no passado fim-de-semana, mas por certo amanhã – já amanhã! – vai ser atracção permanente a selecção nacional de futebol, o treino e estadia na Covilhã, na Serra da Estrela, o que os jogadores dizem, pensam, comem, fazem, a que horas fazem xixi, e aqui está um dos nossos F´s predilectos, preenchido o Futebol.
Quanto ao Papa e à sua visita, - mesmo num momento em que há necessidade de muitos conseguirem (conseguirmos) ver mais que o material – evidentemente que está a preencher totalmente o outro F, de Fátima, e quanto à questão referida ainda por VPV de Bento XVI “reafirmar uma doutrina e uma vontade num tempo hostil”, ou seja não conseguir o Papa actual e no momento actual, ir abraçando a modernidade, a permanente evolução, claro que o não tem feito e nunca será este homem com oitenta a tal anos que o vai conseguir – e sobretudo querer – fazer, não pela idade, mas pela atitude! Apesar de ter atraído muitos jovens nesta sua estada aqui em Portugal, não tem hipóteses de mudar mentalidades para mais abertura, essencialmente de dentro, para dentro da sua Igreja Católica, dado que nem é esperado – internamente – que o faça, quanto mais externamente, logo será infazível. Sendo que Ratzinger como pensador, como filósofo, até como teólogo, mesmo para um não crente, tem uma forma de pensar, de escrever de passar ideias excelente, mesmo que possamos não as comungar, mas é uma pessoa que tem ideias – práticas - que muitos, demasiados, deixaram há muito de ter! Mas sendo um chefe de uma religião ainda muito representativa no Mundo, que não só no Ocidente, não deve perder espaço e influência numa altura que todos, mesmo não crentes, necessitamos de mais “ser” do que “ter”. Mas por certo e apesar dos esforços para – eventualmente! - ser mais aberto não o vai querer conseguir. Até - em pequeníssimo detalhe! - o uso do latim nesta sua presença em Maio de 2010 em Portugal, quando isso é passado, a necessidade de falar no aborto, por muito que se ache que seja um tema de reflexão, mostra abertamente onde ainda se não quer estar. Claro que a Igreja, esta, a Católica, ou qualquer outra deve manter princípios, deve seguir uma via meticulosa, para não se desmoronar -, mas talvez! - não deva parar no tempo, quando esse tempo não pára, até dentro de algumas facetas menos cómodas desta mesma Igreja!
E, por cá agora, a acrescentar ainda ao tal F do futebol, o que volta já amanhã, temos o terceiro a reaparecer em força, temos o Fado à espreita, ao que parece a pretenderem candidatá-lo a património mundial de qualquer coisa! E o Fado, é pela sua própria definição o fatalismo, a vitimização, a tristeza, a desgraça! Precisamos de facto de todos de muito mais “ser” de muito mais abstracção que não nos deixa a obsessão pelo “ter” mas c´ós diabos, mais para além destes eternos e 3 F´s!
Augusto Küttner de Magalhães
Caro TAF,
Esta vinda do Papa a Portugal implica questões mais sérias e fundamentais que as apresentadas por Pedro Figueiredo, e por si rebatidas. O assunto não me interessa a ponto de o discutir exaustivamente, mas ficam aqui algumas ideias.
- A vinda do Papa a Portugal pelo 13 de Maio foi pura e simplesmente uma estratégia de "marketing" religioso, num momento crítico para aquela instituição religiosa.
- Os portugueses que professam essa fé engoliram esse "marketing" com cebolada, e mais se sentiram orgulhosos e "abençoados" por tal ocorrência, a ponto de fazer cessar o sentido crítico, que já de si, em nós, não é muito famoso.
- A igreja tem, concordando consigo, um papel fundamental a desempenhar nas acções de cariz social. Isto não deve ser entendido como uma benesse ou um favor que a igreja faz à sociedade, pois na sua génese, segundo os próprios, o catolicismo em particular, não é senão amor ao próximo. Ao cumprir esse papel social a igreja só faz pela sua coerência. O estado deve, contudo reconhecer esses méritos e assistir as várias instituições religiosas que realizem esse serviço público.
- A República Portuguesa é laica. Todos os cidadãos são iguais perante a constituição/estado. Apesar disto, é impossível não reconhecer que as minorias religiosas saem sempre prejudicadas nos seus direitos ou até no reconhecimento de iguais direitos, isto porque a religião católica apostólica romana continua a ser uma religião "oficiosa" da República. Estas tolerâncias de ponto, posso estar enganado, mas nunca foram contempladas para seguidores de outras fés, minoritárias em Portugal, perante a visita dos respectivos chefes religiosos. (Espero, contudo, estar enganado). A questão dos feriados religiosos, é outra questão a ter de ser debatida, obviamente.
- A campanha mediática e comercial que se gerou ao redor desta visita papal foi simplesmente nojenta. Eu sou completamente contra a tolerância! Se chegámos a um ponto em que nos temos de aturar pacificamente, viemos pelo caminho errado, decerto. Eu promovo a aceitação. Eu aceito o meu vizinho católico como o meu vizinho testemunha de Jeová (que os tenho), e faço questão que eles professem as suas fés no pleno das suas liberdades. Nesta visita papal, a campanha mediática que se instalou não me respeitou, nem nenhuma das outras minorias.
- Finalmente, o grande poder das instituições religiosas foi atingido estrategicamente, na assumpção de que a espiritualidade se atingiria exclusivamente pela via religiosa. Os grandes fundadores das variadas doutrinas religiosas exerceram essa espiritualidade em todas as suas dimensões; as instituições religiosas apoderaram-se dos "direitos de autor" e com esse monopólio reduziram tudo a um conjunto de métodos e práticas, oferecendo atalhos para atingir essa proclamada espiritualidade. Eu, completamente agnóstico, reconheço em mim uma espiritualidade herética aos olhos de qualquer católico.
Os melhores cumprimentos,
a.
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Nota de TAF: Meu caro, não queria trazer aqui para A Baixa questões que transcendem o tema do blog, e por isso deixo apenas esta nota em vez de uma resposta mais completa que seria apropriada noutro contexto.
1) Seja "marketing" ou não, é em qualquer caso um legítimo exercício de liberdade.
2) Recomendo a leitura atenta do que disse o Papa: "A convivência da Igreja, na sua adesão firme ao carácter perene da verdade, com o respeito por outras «verdades» ou com a verdade dos outros é uma aprendizagem que a própria Igreja está a fazer. Nesse respeito dialogante, podem abrir-se novas portas para a comunicação da verdade."
3) Parece-me normal e correcto que o facto de haver uma história maioritariamente ligada ao catolicismo em Portugal, por comparação com outras religiões, tenha tradução em questões como feriados, tolerâncias de ponto, etc. É um tratamento desigual? É. E daí? Prejudica alguém? Não. Tem a ver com o património, as raízes, a identidade, não com a religião em si. Se quiser uma comparação redutora: parecer-me-ia normal que quando o F. C. Porto ganha o campeonato houvesse um referência especial (um tratamento desigual!) por parte da Câmara do Porto, eu que até nem sou adepto deste clube. ;-) Outro exemplo é a diferença de tratamento a monárquicos por oposição a republicanos.
Caro TAF:
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Love & peace. Estou de facto a precisar de um bom fim-de-semana. A mim o trânsito não me incomoda desde que descobri a bicicleta, de facto. Um luxo, claro. Hoje foi apenas mais um dia de trajecto casa - trabalho, ou seja, de bicicleta Marquês - Boavista. Só que normalmente ultrapasso filas de carros parados no "trânsito", hoje foi sempre a abrir, e reparei de facto que vários eram os ciclistas hoje, mais que o costume.
E sim, acho que o Vaticano devia ser vendido para ajudar os pobres. Da mesma forma que o património do Barroco - lindissimo, é o que eu mais gosto da arte antiga - foi feito à custa da escravatura. E ainda hoje o nosso défice se deve ao esbanjamento do ouro do Brasil em coisas supérfluas como a talha dourada... Não. Estou a ser irónico... mas estou a dizer uma verdade com ironia, claro... Hoje os nossos critérios para a arte são outros. Já não o fausto... (embora se mantenha o critério "excesso"). Hoje a Arte e a Arquitectura já não se enquadram nem se fazem por cima da escravatura de outros como no séc. XVIII. O artista hoje mendiga o seu trabalho na sociedade, sem escravizar ninguém. Mas, Tiago, a Arte de Estado continua a fazer os seus défices. As Pirâmides, os Tesouros do Vaticano, o Palácio do Ceausescu, o Louvre que no fundo não foi senão o armazém de arte roubada por Napoleão e as suas conquistas guerreiras... (em nome de uma sombra já ténue da Revolução Francesa...)
Agora - aquilo a que se chama vulgarmente a "religião": acho que Jesus Cristo não quis fundar sequer uma Igreja... Nunca o fez de facto. Por alguma razão? Desconfio que com toda a razão. As religiões têm sido o contrário do que pregam. Todos os dias vemos as religiões envoltas em violência mas a pregar a Paz, por exemplo. E quase tenho a certeza que se Cristo voltasse à Terra teria muita dificuldade em concordar com as políticas genéricas do Vaticano. Seja sobre as ingerências do Vaticano nas políticas dos Estados, seja no fausto dos seus tesouros, seja em continuar a fingir que as pessoas não têm o direito a decidir sobre um aborto (ou não), seja em admitir que homossexuais ou heterossexuais não interessa, interessa apenas que somos todos humanos com direitos... Talvez por isto o Vaticano seja um Estado europeu que não assinou até agora a convenção dos direitos humanos... O que diria Cristo disto? É melhor nem perguntar, ele que andava e ainda bem, com os mendigos, prostitutas e ladrões... (hoje diria mendigos, prostitutas, ladrões, e ainda... homossexuais, trabalhadores porecários, reformados...) :--)
E sim, acho que a visão que me ensinaram em pequeno sobre o Cristianismo é melhor. Sempre me parece que o Papa se coloca no papel de uma estrela-pop que a sociedade pede para que se coloque. Prefiro no final deste mês participar uma vez mais na recolha do Banco Alimentar. Acho isto muito mais Cristão, e sobretudo "decente". Cristão ou não, ateu ou não, ou tudo ao mesmo tempo, nem interessa uma vez mais: é o que vou fazer - Banco Alimentar - e convido desde já os baixistas do Porto a participarem na próxima recolha do Banco Alimentar - seja através de bens, dinheiro, ou, mais importante - o tempo e a disponibilidade.
Abraços
Pedro Figueiredo
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- Carlos Lage desafia Norte a dizer "basta", de Carlos Cidrais: "Realmente já está na altura de dizer basta"
- Até ao último opúsculo, de Dafne Editora: "Após alguns meses de repouso, os Opúsculos regressam à ribalta, desta vez na sua recta final. Se a expectativa era publicar 24 Opúsculos em dois anos, o resultado final vai ser publicar 26 em quatro, o que não está nada mal."
- Fundos do TGV Lisboa/Porto e Vigo desviados para nova ponte sobre o Tejo, de Carlos Cidrais: "Sem comentários"
- Hecatombe Verde no Porto, de Vítor Silva
- Hoje é a Noite dos Museus, por exemplo no Soares dos Reis
E ainda vários posts pendentes para publicar e jornais de muitos dias para ler...
Como referia hoje Vasco Pulido Valente, no "Público", muitos dos que hoje protestam contra a multidão a invadir as ruas por causa do Papa são os mesmos que no domingo passado invadiram as ruas e cortaram o trânsito, às buzinadelas e aos urros, por causa do Benfica ter sido campeão. Em todo o caso, os que agora protestam contra a invasão da ruas pela Igreja Católica, não protestaram contra a invasão das ruas pelos fanáticos da religião do futebol. Ele há laicismos e laicismos.
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Funes, el memorioso
Caro Pedro Figueiredo
Começo por lhe desejar bom fim de semana, porque está a precisar. ;-)
Então fica incomodado por tantas dezenas de milhar de pessoas manifestarem publicamente o seu regozijo pela presença na cidade de alguém que respeitam e admiram, e que acham prestigia desse modo a região Norte? Por haver tolerância de ponto (mas não obrigação...) para que possam participar num evento tão invulgar?
Ruas fechadas? Fechadas para veículos automóveis. Experimentou andar a pé? Ou bicicleta? Ou o problema afinal é o vermelho dos sapatos Prada do Papa (uma das Grandes Questões Mundiais), que tanta impressão lhe fazem? Mas, meu caro, não encontro melhor exemplo de ser mais papista do que o Papa, pois afinal a definição absoluta do que é o verdadeiro cristianismo é pelos vistos a sua. Imagino que defenda que o Vaticano deva vender os seus palácios e o seu riquíssimo património (que não liquidez financeira, caso não saiba), em nome desse seu cristianismo. Eu acrescentaria então que o Porto deveria vender já a Torre dos Clérigos e o nosso belíssimo conjunto de pontes sobre o Douro. A Diocese do Porto dispensava bem a Catedral. E o Palácio da Bolsa é claramente excessivo para a Associação Comercial do Porto. O Património é capaz de ser o ópio do povo, também. ;-)
Agora a sério: ninguém o quer obrigar a concordar com a doutrina da Igreja Católica nem muito menos a ser um dos fiéis. Mas admita ao menos o direito ao exercício da liberdade dos cada vez menos numerosos católicos, e reconheça o papel absolutamente ímpar que a Igreja tem desempenhado no apoio social aos mais desfavorecidos, área em que o Estado (ou seja, todos nós...) tem falhado miseravelmente. Constate também que o grande número de pessoas que esteve hoje nos Aliados só se explica pelas raízes profundamente cristãs que existem nos portuenses (e são também património, goste-se ou não), pois aposto que a maioria dessas pessoas não é praticante.
Eu sou católico praticante e não estive nos Aliados. Se calhar é uma afinidade minha com Bento XVI, também sou mais "intelectual" do que dado a efusivas manifestações públicas, e fiquei a trabalhar. :-) Mas só não fui porque tinha a certeza de que o Papa seria bem recebido, como se verificou; caso contrário eu teria estado lá com todo o gosto. Venha ele mais vezes que ficaremos todos (ou quase) com mais ânimo para produzir aquilo que o Estado nos rouba com o IVA.
Infelizmente a centralidade que ilumina os bobos não permite a divulgação meritória dos actos que a CMP tem levado avante no sentido de controlo da despesa. Estou em acreditar que são actos como esses que efectivamente diminuiriam a despesa pública e aumentariam o sentido de equidade. Falo da investigação que a CMP moveu no sentido de detectar burlas à ADSE, e de outras medidas de investigação ao absentismo por atestado médico, casos que no país custam milhares ao sujeito passivo e afectam directamente a produtividade nacional, que não cumpre sequer o mísero valor definido.
Da minha parte, gostaria de reconhecer o mérito destas acções, já que infelizmente chegámos ao ponto de ter de destacar o sector público, quando este age de acordo com aquilo que lhe é basicamente exigido, e agradecer. Sem mais, espero sinceramente que os sujeitos passivos mais atentos pensem nestas tomadas de decisões, e considerem que efectivamente aquilo que é necessário é conter os abusos reiterados e normalizados por conduta no SP.
Aproveito para tardiamente remeter os sinceros parabéns à Baixa; e à cidade pelo dia de hoje.
Cristina Santos
Papa dentro. Cidadãos fora. Parece que para que o Papa entre a gente tem de saír... Não haverá lugar para todos, Papa incluido, nesta cidade? Era preciso este aparato pop todo? Ruas fechadas, metade das lojas vazias, polícia. Os sapatos Prada do papa, o anel dourado, as prendas, as posições retrógradas deste papa e de todos os papas (quase todos )... Se existe nisto algum vestígio de cristianismo, que me expliquem onde?
A mim ensinaram-me que a humildade, a busca do bem a quem sofre e a acção pelo bem comum são o Cristianismo. Esta espécie de parolada cega a que muitos Portugueses têm aderido em nada abona o Cristianismo. Ópio do Povo? Se é o que querem. Tomai e comei, isto é o meu ópio. Não me lembro de ver no 1º de Maio um décimo desta gente que de repente se tornou religiosíssima ou, direi antes, papista... Mas só até amanhã, quando voltarem para pagar os seus impostos que aumentaram pela calada da visita papista, que chatice... Não será nos mercedes ou nos palácios do Vaticano que estará Cristo com certeza. Nem no aumento dos impostos para quem trabalha. ...E já chega de parolada. por favor. Deixemos o papa em paz, que o senhor é sénior e precisa de descansar. Nós precisamos de trabalhar para pagar os Ivas que se avizinham.
Pedro Figueiredo
É inevitável, o rótulo de geeks dificilmente lhes vai sair... No próximo sábado realiza-se mais uma mostra de projectos do LCD (Laboratório de Criação Digital). Estes projectos têm como ideia comum o objectivo de explorar o conjunto de possibilidades criativas da tecnologia. Não é muito fácil, pelo menos para mim, explicar de forma simples esses projectos por isso o melhor é passarem por lá neste sábado, 15 de Maio, a partir das 21, de qualquer forma vejo-os como um mix de tecnologia e arte, espírito DIY e vontade de explorar ideias. De qualquer forma, olhando para o blog vemos experiências com impressoras 3d, sensores, muita eletrónica, alguns fios e reaproveitamentos de impressoras antigas... Não perceberam nada do que disse? Mais uma vez, o melhor é aparecer no LCD.
Como me disse o Pedro Ângelo, "O LCD nasceu em Setembro de 2008 na sequência da colaboração que nasceu entre mim, o Ricardo Lobo, o Eduardo Marques e o Filipe Valpereiro através do nosso envolvimento nas actividades de formação em ferramentas criativas do projecto do Centro de Criatividade e Tecnologia da Audiência Zero. Desde então esta comunidade de partilha de conhecimento cresceu bastante quer online quer offline e deu origem a espaços autónomos em Lisboa - altlab.org - e Coimbra - xdatelier.org - que funcionam em rede com o LCD e com quem partilhamos projectos, ideias e actividaes formando uma comunidade a nivel nacional."
Mais informações nos próximos dias
Audiência Zero, Rua Silva Brinco, 256, S.Mamede Infesta, a partir das 21.00
Em Israel coabitam na sociedade três religiões, Árabe, Cristã e Judaica. O dia de descanso para os cristãos é o Domingo, para os Judeus o Sábado e para os Árabes a 6ª feira. Assim é natural que as pessoas em Israel, ao conviverem na sociedade como no trabalho, nem sempre tenham os mesmos dias de descanso. Em Portugal esta situação teria como resultado imediato o início do fim de semana à 5ª feira.
Vem isto a propósito desta treta que se chama pontos facultativos, feriados e pontes. Assistimos a partir de hoje a mais uma debandada geral para fins de semana prolongados. Que sabedoria e que Moral tem este Governo ao dar ponto facultativo aos funcionários públicos, pela visita do Papa, estando o País em recessão económica?
Alexandre Burmester
Já li o documento, excelente, que foi produzido. Peço apenas apoio e orientação para encontrar os anexos com as medidas que já estariam preconizadas como sugestões de política social para a cidade do Porto, nomeadamente, as que se referiam nas notícias de jornais aos Bairros Sociais em situação de risco, às políticas integradas de realojamento e transferência de cidadãos do Porto de uns bairros para os outros, no desenvolvimento do empreendedorismo, nomeadamente, o social, entre outras medidas.
Também estou para aqui a pensar se a Câmara do Porto não deveria é assumir uma fase de diálogo directo e construtivo com a APSPBA – Associação de Promoção Social da População do Bairro do Aleixo.
De situações pouco positivas, este ano, penso já estarmos todos cansados.
José Ferraz Alves
A propósito deste tema, eu vivo na Zona Histórica Virtudes/Miragaia onde existem alguns espaços para cultivo, alguns deles a serem utilizados como é o meu caso. De qualquer forma ao ler as opiniões que já por diversas vezes foram expressadas aqui ocorreu-me uma ideia que acho que podia ser proposta à nossa autarquia.
Na zona onde vivo (e de que muito gosto) há um espaço magnífico que infelizmente está praticamente ao abandono e actualmente está outra vez fechado ao público... Trata-se do Jardim das Virtudes, conhecido por aqui como "horto". Na minha opinião seria perfeitamente possível criar ali um espaço para hortas comunitárias, até porque há ali muitos terrenos fechados e cobertos de mato. Mesmo no espaço aberto ao público (quando está...) podia-se perfeitamente substituir alguns pedaços de relva por hortas. Se acrescentarmos a isto o facto daquele jardim ter nas suas imediações duas escolas (EB 2,3 de Miragaia e Árvore) parece-me que seria interessante envolver também estes estabelecimentos de ensino na dinamização das hortas em conjunto com os moradores. Seria uma forma de dar vida a um espaço deixado ao abandono que pelo desleixo nem sequer é convidativo para os turistas. E são muitos que passam diariamente pelo Passeio das Virtudes mas que não percebem que ali ao lado há um jardim com vistas fantásticas para o Douro.
Já agora fica este desabafo para que a Câmara do Porto cuide do Jardim das Virtudes, abrindo-o ao público com horários fixos e entradas convidativas... Já que a entrada pela Rua Azevedo de Albuquerque é uma verdadeira vergonha e só quem realmente conhece o espaço percebe que ali é uma entrada para um Jardim, por sinal dos mais bonitos da cidade do Porto.
Sérgio Caetano
"Apesar de ainda haver quem consiga levar avante a épica preparação burocrática do dossier de candidatura ao programa RECRIA, aparentemente a reabilitação da zona de intervenção prioritária do centro do Porto afinal não é prioridade e as verbas não são suficientes."
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blog.osmeusapontamentos.com
Caros bloguistas, sou a comunicar que a Casa do Infante, abrigo de registos histórios, e só por si uma marca da importante da cidade, foi palco de um upgrade arquitectónico que todos já devem conhecer. Os interiores são de fino acabamento, realçou-se em vitrines iluminadas vestígios arqueológicos e pretendeu a Direcção do Dr. Manuel Luis Real, formado em História e alta figura académica das lides da investigação, deixar obra com o seu cunho. E assim o fez, juntou os seu conhecimentos à sua sensibilidade refinada pelos diversos estudos e doutoramentos e assessorado pelo ilustre arquitecto da nossa praça Tasso de Sousa fizeram isto ao encantador casario do centro histórico da nossa cidade.
Peço a ajuda de todos para alterar o curso desta obra. É um chiller e foi projectado sem o conhecimento e licenciamento do IGESPAR. A obra é tão aberrante que depois da minha denúncia foi indicada a sua demolição. No entanto as obras continuam porque a Câmara invoca a indispensabilidade da maquinaria. Entretanto fui informado por arquitectos e engenheiros de que existiam outras soluções menos invasivas.
A Revista Dédalo é um projecto editorial totalmente dirigido por alunos da Faculdade de Arquitectura da UP que pela primeira vez assume uma posição de universalidade, apresentando uma edição bilingue (português e inglês) e em colaboração com estudantes de outras instituições, arquitectos, designers, e artistas plásticos, portugueses ou estrangeiros. Desta forma, a direcção da Revista Dédalo vem por este meio convidá-lo/a para o lançamento do seu sétimo número de tema Re:place, no dia 12 de Maio de 2010, Quarta-Feira, pelas 19h30 nos jardins da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP).
+Conferências
*PARQ
+Resultados Concurso Muro3
+Concertos
*SALTO
*Simulated Systems (live act)
*metapólis.áudio showcase: Memory Box & DSM + Dual Tape
A Direcção da Revista Dédalo
Receitas do Sá Carneiro vão pagar aeroporto de Lisboa - O decreto-lei que dá a concessão dos aeroportos nacionais à ANA estabelece que 1,5% das receitas de todos os aeroportos, incluindo o Sá Carneiro, serão utilizadas para financiar o Novo Aeroporto de Lisboa. Adicionalmente, o decreto-lei não estabelece como obrigação da concessionária o cumprimento do Plano de Expansão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro nem o menciona, podendo este ser rejeitado pela concessionária.
Deixo aqui duas notas: como não é novidade, a "gestão em rede" tão defendida pelo Governo e pela Ana limita-se a isto: o Aeroporto Sá Carneiro, numa fase inicial subsidia o NAL com as suas receitas, e numa segunda fase subsidiará com a limitação de investimentos e com desvio de passageiros.
A segunda nota, é que o Aeroporto Sá Carneiro, com a capacidade actual (6 milhões de passageiros), irá previsivelmente entrar em ruptura em 2012. É imperiosa, e de acordo com o Plano de Expansão do Aeroporto, é necessária a expansão da uma capacidade de 9 milhões de passageiros. Este é um investimento necessário e relativamente diminuto (face às últimas expansões do Sá Carneiro ou da Portela) para a capacidade adicional que proporciona. Estará o Plano de Expansão do Aeroporto a ser "congelado"? Os actores da região deverão estar atentos a este assunto.
Caro TAF,
Gostei bastante da atenção prestada ao potencial produtivo dos terrenos "em espera" do Porto no seu artigo do JN, que vem no seguimento de um dos assuntos predilectos do arq.º Gonçalo Ribeiro Telles, agora uma tendência internacional explosiva que em Londres já se traduz em negócios de "allotments" para cultivo alugados a preços incríveis para terrenos agrícolas. Cá, apesar de aqui e aqui se falar do "último agricultor da Foz", os quintais com um pequeno talhão para hortícolas nunca foram completamente abandonados e existe a possibilidade de terem agora uma expansão com o interesse sobre este assunto que surgiu e que tem vindo a aumentar.
Para ilustrar, um breve ponto de situação em relação a Hortas Comunitárias pelo país fora: Guimarães (maior do país?), lista de espera ultrapassa a centena, tem um ano e já vai ser duplicada; Ponte de Lima, tem alguns meses e já tem lista de espera; Horta à Porta da Lipor, na área metropolitana do Porto, tem 700 (!) pessoas em lista de espera; o Funchal tem uma lista de espera de 300 pessoas. Muitos municípios estão a implementar a sua versão destes espaços (como Lisboa, na zona de Chelas, ou a de Coimbra, em expansão), que surgem com a valorização da agricultura, da importância de conhecer a origem dos alimentos, da subsistência e até do convívio.
Uma solução possível para o Porto é uma que me parece semelhante ao sugerido no artigo e que seria aquela que está a ser implementada no Seixal: fez-se um levantamento de pequenos terrenos dispersos com potencial de integração na estrutura verde municipal, sejam camarários e/ou privados em vez de um grande espaço concentrado. Existem bastantes quarteirões "ocos" de Santo Ildefonso a Campanhã. Os terrenos são angariados por contactos com os privados e negociação de um aluguer (alguns encontravam-se à venda há algum tempo e são assim aproveitados de outra forma, pelo menos temporariamente).
Havendo interesse julgo ser fácil elaborar um pedido de intervenção deste tipo à Câmara com um levantamento e proposta iniciais, tendo o apoio das muitas pessoas em listas de espera e de todas aquelas que não dispõem de um quintal, como este casal no Bairro do Balteiro, que cultiva um separador de trânsito.
Boa semana
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Nuno Oliveira