2009-12-20
- "Comércio Vivo" pode deixar gestão do Batalha
- Á árvore que morreu deitada
- Enxurrada danifica Rua Barão de Forrester e assusta vizinhos
- Barcos da Douro Azul lotados na passagem de ano
- O que há entre a universidade e o mercado de trabalho? A Fábrica de Talentos
- A pastelaria e o cinema fantástico
- Uma Casa na Baixa (via 5ª Cidade)
Missa do Galo na Igreja de Santa Clara, Paróquia da Sé
Cerimónia simpática, com menos de 30 pessoas. O Porto está mesmo deserto. Há exactamente 20 anos estava eu em Berlim, na vertigem da queda do Muro. A esta hora, depois de um jantar de Natal com uma família mista portuguesa/alemã em Berlim Ocidental, tinha acabado de passar Checkpoint Charlie e vagueava na madrugada pelo centro de Berlim Leste pela primeira vez, no meio de milhares de pessoas que, tal como eu, assistiam e participavam na História a passar em grande velocidade. Analisando agora à distância, cá e lá, não sei o que é mais impressionante: se o que mudou, se o que ficou na mesma.
É de quebrar o coração ver barcos afundados e amontoados entre destroços de uma estrutura fluvial que faliu. Espero que os proprietários sejam ressarcidos dos seus prejuizos materiais, já que do problema não se livram. Mas o que na verdade aconteceu? Porque é que a fluvina não resistiu ao início do Inverno? Tem chovido, é certo, mas choveu em todas as marinas e fluvinas do país e pelo que se sabe todas aguentaram a intempérie... conforme se espera. Mas a do Freixo não.
A suposta protecção, paga por todos os utilizadores, não funcionou, e não funcionou porque o aspecto da segurança não está contemplado. Não foi contemplado no projecto e por isso construiram a marina na foz de dois rios e na boca de um esgoto, não está comtemplado pela manutenção o que já causou danos em cascos de barcos por a profundidade do canal ser demasiado baixa por acumulação de inertes, não está contemplado pela direcção que demostrou mais uma vez não antecipar o que parecia evidente e que não tem um plano de emergência imaginado.
A quantidade de acidentes e prejuizos causados nos últimos anos antevia um tragédia quase certa. Infelizmente aconteceu. A Marina do Freixo é um desastre só por si.
A Foz do Douro necessita de uma marina eficiente, profissional, segura, bem dirigida, que seja um pólo desportivo, social e de lazer capaz de alanvacar o excelente potencial de negócio que é a náutica.
Miguel de Sousa Machado
Um Casino para o Porto já!
Como na altura era mais do que óbvio, a excepção barrosã concedida a Lisboa para a abertura do casino só tinha como objectivo privil€giar clarament€ €sta cidad€ em relação às outras. E às claras, porque essa intenção foi consubstanciada em texto oficial. Mas nada disso me espantou à época nem me espanta hoje. O que me espanta é a sempi eterna bovinidade dos "políticos" cá da terra.
Rabanadas doces porque de acidez já basta assim :-)
O Orçamento e Plano de Actividades para 2010 proposto pela Câmara Municipal do Porto é um Plano que não responde aos problemas da cidade. Aprovado pela Assembleia Municipal do Porto, apenas com o voto de qualidade do presidente da Mesa, o Orçamento e Plano para 2010 é mais um exercício de rotina, sem ideias novas para resolver problemas velhos. É um Plano insensível às dificuldades de milhares de portuenses. Há mais de 15.000 desempregados na cidade, mas nem uma palavra no Plano. Há dificuldades nas pequenas empresas, mas nem uma única proposta. Ao contrário, há um aumento previsto na receita de Derrama (+ 3 milhões de euros). A população idosa (a maior parte com pensões baixíssimas), apenas poderá contar com o apoio dos vizinhos e das IPSS, já que o município não tem prevista qualquer iniciativa ou verba. Para aumentar a participação dos cidadãos ou melhorar as condições de trabalho dos deputados municipais, nem uma palavra, nem um euro consta do Plano e Orçamento para 2010. O poder que ocupa a Câmara do Porto continua despreocupado com os números escandalosos da sinistralidade viária: mais de dez mortos/ano, mais de mil feridos por ano: desde que Rui Rio ganhou as eleições autárquicas são mais de 8.000 vítimas na cidade do Porto, mas que até agora não mereceram nenhuma medida concreta de acalmia de tráfego, ou de melhoria na sinaléctica ou instalação de pisos ante-derrapantes junto às passadeiras ou de alterações no desenho urbano.
O Plano e Orçamento aprovados são um exemplo do desperdício de recursos: para 2010 está prevista a venda de mais 20 milhões de euros em terrenos e acções do Mercado Abastecedor do Porto, propriedade do município, isto é da cidade. Continua o desbaratar de património: em 2005 foram colocados à venda 40 imóveis do Centro Histórico por 2,8 milhões, em 2006 foram 26 os imóveis (também do Centro Histórico) postos à venda, em 2007 foram terrenos e imóveis no valor de 7,2 milhões, em 2008 foram terrenos e prédios municipais postos à venda por 18,2 milhões. Pode e deve perguntar-se: onde foi gasto todo este dinheiro? O Executivo dirá que está a diminuir a dívida. Mas na verdade o endividamento da Câmara era, em 2002 de 145 milhões de euros e em 2009 é de 144 milhões.
Por fim, este Plano e Orçamento para 2010 é irresponsável do ponto de vista ambiental. Apesar da Agência de Energia do Porto estar a efectuar um trabalho exemplar (a cidade já possui a sua matriz energética), a Câmara do Porto não se compromete com metas de redução de emissões de CO2. Apesar do papel crucial que os municípios podem desempenhar na implementação de acções concretas no combate às alterações climáticas, como sublinha aliás a “Resolução do Parlamento Europeu de 25 de Novembro de 2009 sobre a Estratégia da EU para a Conferência de Copenhaga sobre as alterações climáticas (COP15)”, neste Plano para não há compromissos assumidos nem objectivos específicos de redução das emissões de gases com efeito de estufa para os próximos anos. A irresponsabilidade climática também mora na Câmara do Porto.
José Machado de Castro
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Caro Tiago,
A EGP acaba de ser incluída num grupo restrito de escolas de gestão.
Abraço,
Francisco Rocha Antunes
(Declaração de interesses: eu colaboro com a EGP desde o lançamento do Curso de Pós-Graduação em Gestão Imobiliária, que já vai na sétima edição.)
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Em tempos já afirmei que o Red Bull não é a minha praia, mas quando a esse respeito escrevi umas singelas linhas, logo me atacaram colocando em dúvida a minha qualidade de portuense. O título do post em questão era "com portuenses assim... etc, etc.", assinado já não sei bem por quem.
Acontece que hoje, vendo o JN, parece que a questão que então havia colocado faz algum sentido. Tinha dito na altura que todos criticavam os malandros dos autarcas e governantes que nos queriam roubar o Red Bull, mas que esqueciam o ponto de vista do organizador. Dizia ainda que me parecia, comparando a prova do Porto com outras, que a nossa parecia mais pequena e menos espectácular. Hoje, no JN, a organização refere o mesmo.
Cumprimentos,
Mª Augusta Dionísio
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Nota de TAF: acrescentei os apontadores para os textos referidos.
Pormenor de óleo sobre tela de Giovanni Battista Pittoni, cerca de 1740, The National Gallery
Aqui ficam publicados no blog, agradecendo e retribuindo os muitos já recebidos por correio ou email, os meus votos de BOM NATAL E FELIZ ANO NOVO!
- Tribunal condena presidente da Junta da Sé a perda de mandato
- Exposição “Memórias Paralelas da guerra Colonial Guiné 1968-70”, na Vivacidade, sugestão de Adeleide Pereira
- 11ª Tertúlia ("Música") do Palácio das Artes - Fábrica de Talentos, 22 de Dezembro, 21h30, sugestão de Filipa Pouzada
A quarta reunião (entre reuniões ordinárias e extraordinárias) da assembleia de freguesia de S. Ildefonso teve como objectivo principal discutir e votar o plano de actividades e o orçamento para 2010. Um orçamento que nas palavras de Abílio Santos do PS tem muitas vezes a palavra "continuaremos" e poucas a palavra "vamos fazer". Durante o debate, o presidente Wilson Faria teve oportunidade de rebater algumas dessas questões tentando, na minha opinião, demonstrar que o que não é apresentado não é tanto por imobilismo mas porque a experiência anterior demonstrou que não funciona.
Antes de começar o debate, o presidente Wilson Faria teve oportunidade de responder a algumas das sugestões que tinham sido dadas pela CDU e BE no seguimento da reunião prévia que tiveram com o executivo de forma a conhecer a proposta do plano de actividades e orçamento considerando que grande parte das propostas estavam englobadas no seu próprio projecto:
- foi sugerido que a jf desenvolvesse o trabalho de identificação de casas devolutas da freguesia - a resposta foi que a junta não tem capacidade para fazer isso e que está à espera que a câmara promova essa iniciativa;
- foi solicitada atenção especial à limpeza urbana - Wilson Faria referiu que já houve uma melhoria dos serviços desde que foram concessionados à SUMA;
- foi também pedido que se criassem novos jardins - a resposta foi que não se conseguem criar jardins novos, eventualmente, digo eu, por dificuldade em encontrar espaço para tal e/ou manter;
- apresentada a necessidade de melhorar a falta de iluminação de algumas zonas da freguesia - foi referido que a junta tem pressionado a EDP nesse sentido mas não tem tido grandes respostas até porque tudo o que é pedido tem que ser reencaminhado para Lisboa.
Durante a discussão das opções do plano surgiram as seguintes questões:
Fez ontem 3 anos e 1 mês, num post intitulado “Dominados”, escrevi neste blogue o seguinte texto:
«A dominação hoje faz-se mais pela cultura, entendida esta no sentido antropológico, veiculada por quem estrategicamente controla os modernos vectores difusores das ideias e paradigmas comportamentais, sejam eles políticos, de consumo ou de simples cidadania, do que propriamente pela força ou pela supremacia económica. Aliás, esta – a supremacia económica – é consequência e objectivo final, embora muitas vezes escondido, das várias formas de dominação. Afinal trata-se da mais velha guerra da humanidade: não, não é a guerra dos sexos, é a guerra pelos recursos.
O problema de grande parte das elites portuenses, em particular das políticas, é o facto de estarem cultural e mentalmente dominadas pelo sistema centralista. Afirmações recorrentes de políticos e outros comentadores de que o caminho não pode ser nunca o confronto com Lisboa demonstram como a dominação cultural que a Lisboa capital exerce sobre eles é tão evidente e eficaz. As oligarquias que em Lisboa dominam as altas estruturas do estado, das empresas públicas, dos media e dos negócios privados não dorme na forma e executa bem o seu trabalho. É claro que o confronto não é nem pode ser com a Lisboa cidade do povo comum, também ele vítima dos interesses destas oligarquias… Mas quanto às oligarquias centralistas, não vejo outra solução senão confrontá-las. Não acredito que elas de livre vontade cedam poder e prerrogativas. Qualquer manual de ciência política nos afiançará tal inevitabilidade.»
Pelo tenho lido e ouvido nos últimos dias a propósito da questão Red Bull Air Race, dedico-o inteiramente aos senhores deputados do PS e do BE eleitos pelo Porto. Assenta-lhes como uma luva. Ao senhor presidente Rui Rio recomendo-lhe a leitura desta notícia para que perceba o papel triste que tem andado a fazer nos últimos oito anos e para que perceba também como António Costa corre à velocidade da luz para a cadeira de primeiro-ministro. Lugar aonde o senhor presidente Rio nunca chegará por razões que de tão óbvias me dispenso de as enumerar aqui. Há quem diga que Roma nunca pagou a traidores.
Representantes do Porto - Alberto Machado (PSD)
O terceiro programa da série Representantes do Porto foi com Alberto Machado actual presidente da Junta de Freguesia de Paranhos. O principal objectivo destas entrevistas é ir acompanhando o que se passa na Assembleia Municipal do Porto em que os presidentes de junta têm lugar por inerência, mas naturalmente aproveitei também um pouco para falarmos da realidade da própria freguesia.
Podem descarregar o programa directamente ou subscrever o podcast. - Duração total: 01h04m11s
Motivações
Começámos pela motivação que leva uma pessoa de 31 anos a aceitar o desafio de se candidatar a uma Junta de Freguesia. A este propósito Alberto Machado apontou um pouco o seu próprio percurso na medida em que já fazia parte dos executivos anteriores, mas também o desafio que se apresentou pelo facto de Miguel Seabra não se ter recandidatado. De qualquer forma mais interessante ainda é o facto de este ser um cargo que actua directamente no terreno por oposição a alguma da política de carácter mais nacional que consiste na definição de planos e estratégias cujo impacto depois não se consegue ter a percepção.
Ligação da freguesia às universidades
E este trabalhar no terreno inclui a articulação com o pólo da "Asprela que é o maior pólo Universitário da Europa com perto de 50 mil pessoas a estudar, aliás a freguesia tem um maior número de pessoas a entrar e a sair da freguesia que a própria Baixa". Mas no que diz respeito às universidades, a junta tem diferentes protocolos estabelecidos com algumas das diferentes universidades e faculdades de forma conseguir aproveitar alguns desses recursos para disponibilizar serviços à sua população.
Articulação entre freguesias
Uma questão que poderia fazer sentido era a própria junta servir de interface entre essas instituições e as freguesias adjacentes, não só do Porto mas também de Matosinhos, Maia e Gondomar, que também fazem fronteira com Paranhos. No entanto "não tem havido grande articulação em termos de projectos conjuntos e de um trabalho conjunto no sentido de se resolver alguns problemas que são comuns". Esta articulação não é fácil na medida em que há alguma desadequação em relação aos recursos que são atribuídos a uma junta desta dimensão, o que consequentemente dificulta algum pensamento mais abrangente que a própria freguesia. Por outro lado, e considerando os outros municípios, estamos a falar de realidades diferentes já que as diferentes juntas poderão ter diferentes competências delegadas da Câmara. Isto leva a que não haja uma sintonia nas dificuldades e/ou objectivos de cada uma dessas freguesias e portanto dificulta um relacionamento que certamente seria importante existir.
Mais competências
Ainda no âmbito das competências da freguesia, Alberto Machado referiu que achava importante que a Câmara delegasse nas freguesias a gestão das escolas primárias, e também que os pavilhões gimnodesportivos deixassem de estar na alçada da Porto Lazer e passassem a ser geridos pela própria junta de freguesia na medida em que têm um melhor conhecimento da realidade e podem adequar melhor a sua utilização às necessidades das diferentes associações e outras instituições da freguesia que os poderiam utilizar.
Participação Cívica
Já no que diz respeito ao aumento da participação cívica dos fregueses e a ideias como o Orçamento Participativo, Alberto Machado acha que neste momento em que a política é sempre conotada com aspectos negativos é mais importante reforçar a visibilidade do que a Junta faz e ir demonstrando pelo trabalho o valor das diferentes actividades que leva a cabo.
As Juntas de Freguesia nas Assembleias Municipais
Considerando o facto de as Juntas de Freguesia terem lugares por inerência nas Assembleias Municipais, questionei se isso não seria um pouco subverter o sentido de voto dos eleitores para o órgão Assembleia Municipal, na medida em que teoricamente é possível que um partido com a maioria dos votos para a Assembleia Municipal fique, por via das inerências, em minoria. A este propósito, e frisando a importância da representação das freguesias nas Assembleias Municipais, na medida em que conseguem desta forma atingir os seus "públicos-alvo" que são os outros deputados municipais e também o executivo, Alberto Machado referiu ainda que isto faz sentido na medida em que este órgão deve ser o mais representativo possível da cidade e isso só é conseguido com a especificidade que os presidentes das juntas de freguesia trazem a um órgão que pensa a cidade como um todo.
Divulgação das actividades da Assembleia Municipal
Finalmente, em relação à possibilidade de tornar mais visíveis as actividades da Assembleia Municipal no site da Câmara e já depois de ter referido que considerava que as actas da Assembleia poderiam ser públicas, Alberto Machado conclui que em relação a estes pontos "quanto mais informação puder haver, melhor".
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