De: António Alves - "Com 'portuenses' assim quem precisa de 'lisboetas'?"
Aquando do primeiro concurso para a realização da Red Bull Air Race, o Porto concorreu com Coimbra e, imagine-se, Lisboa e venceu. Venceu precisamente pelo "atendendo ao percurso que o Rio Douro oferece na zona onde se realiza". Foi mesmo a sua espectacularidade que a tornou a prova com mais espectadores da competição superando o anterior record de Budapeste. Como vê o argumento da "espectacularidade" do estuário do Tejo cai pela base. A organização escolheu há 3 anos atrás o Douro porque ele se revelou mais espectacular e mais propício a este tipo de espectáculo que o Mondego e o Tejo. Lisboa, quando concorre em igualdade de circunstâncias, sem batota e sem ajudas, normalmente perde.
Lisboa recebeu, na sua fase já decadente, o Rali Paris-Dakar que lá foi apelidado Lisboa-Dakar. Este evento foi maciçamente subsidiado enquanto lá foi realizado com dinheiros de todos nós: o dinheiro da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Afinal a 'notoriedade' de Lisboa só serviu para enterrar ainda mais a já decadente prova automobilística. Agora, sem qualquer evento desportivo de gabarito internacional, e invejosa do sucesso da Red Bull no Porto e Gaia estas manobras seriam de esperar. Se ficarem com a prova a única razão é a pusilanimidade do estado. O argumento da espectacularidade do Tejo não foi válido antes não vejo que a paisagem dos contentores de Alcântara ou a decadência industrial da península de Setúbal possa fazer a diferença.