2009-10-11
Actualização: vídeo no YouTube.
Mexia - "Mas isto já tem obra significativa."
Sócrates - "Agora só falta aqui é cimento!"
Mexia - "Está quase!"
Chama-se a isto visão curta e míope. Mais sobre o Tua em pareescuteolhe.com.
PS: A largura de banda do servidor do pareescuteolhe.com está esgotada neste momento por excesso de tráfego. Pode-se encontrar na cache do Google o respectivo conteúdo. Sugiro aos autores do vídeo que o coloquem no YouTube, onde estes problemas não ocorrem.
- Fusão da AEP e da AIP faz renascer CEP
- AEP reforça associativismo em Angola para apoiar empresas nacionais
- Rui Rio contra mudança da sede da AEP para Lisboa
- Teixeira dos Santos fora da Assembleia Municipal do Porto
- O PS e os independentes
- Salão Árabe do Palácio da Bolsa está em obras, mas é visitável
- Um terço dos 1796 edifícios Centro Histórico encontra-se degradado ou em ruínas
- Câmara do Porto garante protecção do Teatro Sá da Bandeira
- Rui Rio conseguiu a aprovação do TC, a peça que faltava no acordo do Parque da Cidade
- Jornadas do Património Cultural do Douro 2009, 29 de Outubro, sugestão da CCDR-N
- "Inquietudes", Pintura ConVida e Sentimento, Exposição de Pintura na Vivacidade até 31 Dezembro, sugestão de Adelaide Pareira
- Lançamento do livro "Regionalização, uma questão de coragem", de Carlos de Brito, apresentado por Fernando Gomes, Sexta-feira dia 23, 21h15, Café Majestic, sugestão de Luís Artur Pereira e João Coelho
Foi recentemente publicado mais um número da revista DÉDALO. O lançamento ocorreu num pequeno festejo conjunto com a AEFAUP e a CORDA no passado dia 8 de Outubro nas imediações da FAUP. O tema deste novo número, Centrifugação, surge como um contraponto/continuidade ao número anterior, Centripetação. Esta edição conta com uma maior participação por parte dos alunos da FAUP, e de outras universidades (nomeadamente em concursos), e ainda com a colaboração especial dos Arquitectos: Álvaro Domingues, Gonçalo Furtado, Manuel Graça Dias, Marcos Cruz, Miguel Serra, Pedro Gadanho e Pedro Leão Neto. Recorde-se que o preço é simbólico e opera na integridade como recolha de fundos para a promoção de futuros eventos e outras iniciativas associadas (concursos, debates, workshops...)
Se a suposição do TAF sobre a AEP estiver certa, então todo o processo do Pavilhão Rosa Mota e jardins do Palácio de Cristal ganha uma nova lógica e deve entender-se doutra forma.
Aquilo que era anunciado por Rui Rio como requalificação, blá, blá, do Pavilhão Rosa Mota (PRM/PC) é na verdade outra coisa bem diferente: nesse "casamento de conveniência" entre a AEP e a AIP, a AEP leva como dote o Pavilhão Rosa Mota. Assim, e como foi aprovado pela coligação PSD/CDS-PP que a AEP fique durante décadas a mandar no Palácio de Cristal (embora 10 dos 19 milhões de custos previstos sejam obtidos por empréstimo bancário, a amortizar pela Câmara), o que irá acontecer (se o Porto se não levantar) é que uma parte da cidade do Porto, um símbolo da cidade, o Palácio de Cristal / Pav. Rosa Mota vai ser entregue por Rui Rio a uma associação empresarial sedeada em Lisboa. É mais uma malfeitoria de Rui Rio, mas esta é mesmo muito forte.
E o que é triste é haver gente do Porto que ainda dá crédito às "tiradas" anti-centralistas do actual presidente da Câmara. Ele que não disse nada quando o governo PSD/CDS-PP encerrou o INE no Porto (e hoje não há produção estatística das exportações da região Norte, com tudo o que isso implica). Ele que não disse nada quando o PSD/CDS-PP colocou a sede da já aqui falada Agência Europeia de Segurança Marítima (criada pela União Europeia no pacote de medidas Erika II) ... em Lisboa, apesar de ser ao largo do litoral norte que passa 70% do tráfego de petroleiros na UE.
Parafraseando João Teixeira Lopes, "Acaso, Porto, estarás morto?".
Saudações do José Machado de Castro
Caro Nuno Carvalho, estou certo que se alguém descobrisse que os tags fotografados pelo TAF eram da autoria do Pollock passariam rapidamente a valer milhões. Ainda recentemente tivemos um excelente exemplo disto. A arte tem destas coisas - com a assinatura certa qualquer gatafunho passa a obra-prima.
Mas nada disso é relevante. Pode parecer relevante, mas não é. A polícia não tem de avaliar se os tags são arte ou não. Apenas tem de fazer cumprir a lei. E a lei diz que a danificação do espaço público (ou privado, desde que de terceiros) é vandalismo. Há quem entenda que os artistas são entes superiores a quem tudo deve ser permitido. Eu entendo que a lei é para todos. Sem excepção.
P.S.: Poderá defender a criação de espaços onde estas manifestações sejam permitidas. Eu defendo. Mas no entretanto, arte ou não, é vandalismo.
De facto, José, há muitos anos que os com responsabilidades no Porto andam desligados da realidade. Obrigada pela sugestão. Isso foi o que eu fiz há mais de quinze anos. E para onde? Lisboa, pois então. Porquê? Porque o Porto estava como neste momento, estagnado, incapaz de se ajustar aos tempos. Voltei, há dois anos e meio, por razões de ordem particular. No entretanto a cidade pareceu ganhar novo fôlego. A Baixa agitou-se um bocadinho com a movida nocturna, que eu nunca achei ser o suficiente para alterar o estado das coisas. Começaram a aparecer mais turistas, etc. Agora ando a ponderar seriamente se Lisboa, ou qualquer cidade média/grande estrangeira não é novamente a solução. A ideia não me agrada. Preferia ficar por aqui. Mas cada vez mais amiúde dou por mim a perguntar: para quê ficar no Porto? E isso é péssimo. Significa que a cidade está, pela segunda vez, em vias de perder mais um habitante. Não só não serei caso único como, a continuar este estado de coisas, haverá muitos cada vez com menos vontade de regressar. Perde a cidade, perdemos todos os que cá vivem/ficarem.
Caro Nuno Carvalho, o Pollock não andava a pintar paredes a torto e a direito. Eu gosto bastante de street, lowbrow art e outros géneros de arte presentes em revistas como a Justapoz. Daí a defender que tudo o que é tag é válido ou deve ser permitido em qualquer canto vai uma grande distância. A possível qualidade de um tag ou graffiti e o ser-se a favor do tipo de local onde os mesmos são realizados não são uma e a mesma coisa. O Banksy foi elevado à categoria de artista genial. Tem obras muito boas outras nem tanto. Mas se ele fizesse pinturas nas paredes do edifico da Reitoria eu não concordava. E há uma diferença considerável entre graffiti e tags. A maioria das tags não passa, de facto, de sarrabiscos. Ou só porque é tag é, automaticamente, bom?
Citando Correia de Araújo, "porém, como não estão em causa umas 4 ou 5 árvores, não há interesse no assunto."
Mesmo havendo interesse no assunto, e alguns movimentos cívicos para evitarem a destruição do património natural do vale do Tua, estes não têm eco. O trailer já dá uma boa indicação de como todos os políticos, de esquerda ou direita deixaram que uma progressiva decadência tomasse conta do vale. Pena que não haja ainda datas para a exibição no Porto, mas talvez seja um bom motivo para ir visitar Seia no dia 22 de Outubro.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues
Agradeço este primeiro ensaio de um trabalho de Diogo Oliveira, que apresento como ilustração deste meu comentário. E, de facto, uma imagem vale mais do que mil palavras. Passando os olhos pelos jornais do dia, é unânime o aplauso a esta fusão de associações empresariais. Mas, auscultando os simples cidadãos, a indignação com este processo é geral. Mas que divórcio é este, entre as tais elites e o povo, que muito bem se vem discutindo n'A Baixa do Porto?
Muito sinceramente, as coisas estão a correr tão mal no país que ninguém que se apresente hoje como responsável seja pelo que for se pode arvorar a ser superior, quer intelectual quer moralmente, a quem quer que seja. Nunca o deve fazer. Mas nas actuais circunstâncias de um país complemente falhado, dever-se-ia pensar mais um pouco antes de determinadas decisões. E, como está tudo tão mal, porque não se colocar o cenário completamente oposto ao que vem sendo feito? É que nada muda neste país! Pudera, são sempre os mesmos a decidir, em perfeita sintonia e defesa de interesses instalados. E aplaudem-se e congratulam-se uns aos outros. Já sei que seria de bom-tom dizer que tudo isto faz sentido. Assim, também receberia umas palmadinhas nas costas destes senhores destas elites. Mas a minha opinião é que as nossas elites são muito inteligentes mas também arrogantes, autistas e parcialmente muito cobardes, sem capacidade de assumir qualquer risco que coloque em causa a sua excelente vidinha.
E reitero a estupefacção e indignação de Alexandre Ferreira pelas palavras e actos posteriores do Sr. Eng.º José António Barros, tendo aquelas sido recentemente proferidas no Clube Literário do Porto, justificando a intervenção da AEP na constituição de um Centro de Congresso no Pavilhão Rosa Mota como uma defesa de interesses, sobretudo do Coliseu do Porto, que seriam afectados pela intervenção da Parque Expo de Lisboa neste processo. Já agora, as três árvores que estão em causa, e os seus defensores, que me perdoem, mas há assuntos bem mais graves na cidade, nomeadamente, este da fusão empresarial e a “betãozização” silenciosa e galopante do Parque da Cidade, que aí consubstancia a opção Portela + 1 de Lisboa, dado que já cá temos no Parque da Cidade um AFSC + 1 (“sic Alexandre Ferreira”), para além de garagens de pneus, taipais delimitadores e barracões para uso do Sport Club do Porto. Aliás, é precisamente esta capacidade que alguns na cidade têm de perder muito tempo com pouca coisa que nos tem levado a este afundamento e empobrecimento progressivo. Cada vez há mais desempregados e baixos salários no Grande Porto, e convém de uma vez por todas olhar para o essencial. Que é não existiram ofertas qualificadas de emprego na região, porque todas são concentradas em Lisboa.
Respondo sobretudo ao editorial de hoje do Pedro Santos Guerreiro, a propósito do tema da fusão no sector empresarial, porque quero desafiá-lo, e a todos, a questionar verdades fáceis e absolutas. Aliás, sem pensar muito, quem não concorda com o que lá é referido? Mas… Porque é que o associativismo empresarial em Portugal se tornou um velho solteirão, doente, vicioso e vendido à irrelevância? A perda de voz pela AIP e AEP, que partilhavam regionalmente o sector empresarial nacional, resultou mesmo de um adormecimento causado pela subsidiação? Pois, uma parte desta resposta já foi dada pelo Pedro Guerreiro, “a CIP, mais pequena e livre, reassumiu um protagonismo…” MAIS PEQUENA E LIVRE. Exactamente o oposto deste processo. A fusão era mesmo uma necessidade óbvia e uma ambição de todos? E de facto onde está o incompetente exemplo de gestão, de incapacidade de união, de visão feudal, de regionalismo, de necessidade de protagonismo, de desconfiança, de subsídio-dependência? O objectivo é que esta confederação tenha poder e responsabilidade de exigir ao Governo. Mas o quê? O pressionar para alterar leis, opinar sobre a gestão de programas públicos de apoio ao investimento e decisões sobre as nossas taxas é mais nobre do que se ser subsídio-dependente?
O único poder que pode exigir o que quer que seja de um Governo é o que decorre de um processo eleitoral e da escolha de programas políticos. O nosso, do povo. Tudo o que aqui é claramente apelidado de poder e responsabilidade na relação com um Governo interfere com as regras de um regime democrático. Como eu sou do povo, só estou preocupado com postos de trabalho qualificados que serão deslocalizados do Grande Porto, com o despudor da sua substituição por um departamento especializado no Porto e com o atropelo e esquecimento a quem fez 160 anos de história empresarial.
José Ferraz Alves
Pois é Tiago, há muitos anos. É o que dá a insustentabilidade dos mega-projectos imobiliários, nomeadamente o Europarque... O peso da construção civil e obras públicas é em Portugal 50% maior do que a média da OCDE. A mentalidade de fazer obra, que o político ou gestor decide, o fornecedor fornece e o eleitor ou associado aprova, dá nisto.
Mas sejamos sérios. Mesmo na Baixa do Porto a tese da reabilitação de infraestruturas e da sustentabilidade económica dos projectos nem sempre vinga. Exemplos são a existência neste blogue de defensores do projecto do Palácio de Cristal ou da expansão do Metro na zona ocidental desprezando canais existentes ou da ideia peregrina de fazer uma Casa da Música no porto de Leixões para instalar lá uma residência universitária ou a tese da impossibilidade de uso da linha de Leixões para o trânsito de passageiros por Rio Fernandes...
Há muitos anos como diz e bem António Alves, a elite portuense, jornalistas, associações empresariais, políticos e parte da blogosfera vive auto-alienada, irrealista, ignorando o mundo à volta e a sabotagem ao nosso futuro que Lisboa vai exercendo, sendo apenas mobilizável para assuntos menores como sejam as árvores, os molhes da Foz, o Rivoli ou a campanha lisboeta contra o FCP. Acredite Raquel, o melhor mesmo é emigrar.
… o Partido do Norte. Enquanto há tempo. Porque em breve, quando formos uma espécie de Chiapas da Ibéria, a solução só poderá ser um qualquer comandante Marcos. O nosso.
Caro Nuno,
já percebi que o seu acordo é directamente proporcional à sua capacidade de argumentação. Desconfio que a permanência à frente dos destinos do município, há já 8 anos e com mais 4 pela frente, de um individuo cuja cultura e arte se resume aos números, esteja a afectar seriamente a capacidade crítica de alguns dos munícipes. Que diriam os críticos na fase radical de Jackson Pollock? Talvez o mesmo que o Nuno diz: ...gatafunhos!
Caro TAF, o seu comentário à foto que publica só demonstra a forma séria como lê os mails que lhe são enviados e que, porventura, poderão dizer algo com que discorda. Tem a mágica capacidade de descobrir em que espaços estou eu de acordo para que se façam tags.
Saudações.
Em relação ao post do Alexandre Ferreira, gostava de saber como se pode inverter a situação aí relatada e outras similares. E também a dos 700 milhões de euros alocados a gestores de Lisboa que deveriam ser distribuídos pelo país, excluindo Lisboa. Há alguma coisa a fazer? Se sim, o quê e como? Um deste dias Portugal chama-se: Lisboa & O Resto…
Traição é pouco! Diria mais qualquer coisa... algo que me faz pensar tratar-se de um caso de polícia.
Por menos já vi acontecerem autênticas revoluções em países onde o respeito pelas populações é assumido verdadeiramente. Agora sim, gostaria de ver no terreno alguns movimentos cívicos, intelectuais e quejandos, com ou sem abaixo-assinados, lutando bravamente contra este estado de coisas... porém, como não estão em causa umas 4 ou 5 árvores, não há interesse no assunto.
Correia de Araújo
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- Se bem percebi o post da Cristina sobre o festival de Cândido dos Reis, o ponto que ela pretendia focar era precisamente o facto de a CMP ter finalmente ganho juízo.
- Arquitectura, escrita e voo: Opúsculo de Pedro Bismarck, sugestão de Dafne Editora
- Rio da Memória: Arqueologia no Território do Leça, exposição nos Paços do Concelho de Matosinhos, sugestão de José Varela
- Aqui fica um exemplo da obra incompreendida dos taggers recolhido há pouco na Reitoria da UP em frente ao Piolho, numa fotografia um pouco tremida certamente devido à emoção:
Admito que o estacionamento em transgressão dos automóveis naquele local faça também parte da intervenção artística, dentro do mesmo espírito.
Cristina Santos,
Você tem frequentes momentos de humor, aqui no blog, mas esse de vir agora lembrar que a C.M.P. apoiou o Festival Se Esta Rua Fosse Minha é do melhor que tem produzido. Primeiro porque entretanto já passaram quase 15 dias sobre o evento; segundo porque as eleições foram no Domingo passado e Rui Rio, para já, não precisa da sua boa vontade. De qualquer modo, obrigado Cristina, pela boa gargalhada que me proporcionou a mim e a toda a minha família. Acredite, rimos de bom grado.
Só uma dúvida que passo a expor: será que a Cristina se esqueceu que há 3 anos a Câmara Municipal do Porto não autorizou a realização do 1º Festival e que mobilizou a polícia para o impedir, alegando que os “festivaleiros” tinham ocupado ilegalmente a via pública? Nestas coisas convém sempre ter em conta a memória, aquela faculdade de que os políticos são naturalmente desprovidos (na sua humana falibilidade, coitados).
Carlos Lacerda
Um comentário muito breve ao post do Alexandre Ferreira. É tudo uma questão de carácter (ou da falta dele).
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Miguel Barbot
... ou a explicação para o "harakiri" da AEP é muito simples: está completamente falida.
Já por várias vezes neste blogue eu afirmei que a burguesia do Porto e do Norte alimenta um conjunto de mitos sobre ela própria que já não correspondem à realidade há décadas e décadas. Ela própria acaba de o confirmar com um verdadeiro Hara Kiri. Mas a realidade empresarial do Norte é a mesma do Sul? Dentro de alguns anos andaremos a pedinchar uma exposição, por mais pequena que seja, com um mínimo de gabarito internacional na Exponor. Enfim… vai restando o futebol onde ainda há quem se orgulhe dos seus pergaminhos. É pouco, muito pouco.
Nuno Carvalho, estou de acordo consigo. Em Portugal (e veja-se o Porto!) não se valoriza suficientemente a cultura. A obra de muitos artistas, escritores e outros criadores muitas vezes só é devidamente apreciada postumamente. É de uma enorme injustiça. Provavelmente acontecerá o mesmo com os taggers, esses artistas incompreendidos que nos deixarão um legado insubstituível de gatafunhos em diversos tons de cinza.