2008-08-24
... nos comentários a um post de Helena Matos no Blasfémias.
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PS: Britain’s privatised airports may slip back into public hands - muito interessante.
PS 2: Douro Filme Festival - sugestão de Eira - Espaço Comunitário.
Hoje acordei a meio da noite e resolvi vir ao computador espreitar o discurso de Barack Obama, que já devia ter acabado em Denver. De facto a BBC já o tinha online e entretive-me a ouvir um bom bocado. Parei aos 30 e poucos minutos (apesar de interessante, era madrugada e voltou a dar-me o sono...) e regressei à cama a pensar que ele não tinha tocado num ponto que me parecia absolutamente fundamental. Hoje de manhã acabei de ouvir o resto e, voilà, eis que ele perto dos 37 minutos o foca (ver agora também aqui, com o texto a acompanhar o vídeo - "About You" e "Change Comes"). Confirma-se que algo já mudou na América quando se vê também este vídeo de John McCain.
Desde há vários anos que tenho vindo a escrever sobre a importância da participação dos cidadãos e sobre uma postura construtiva na política. Já era tempo de seguirmos também cá os bons exemplos. O importante não é tanto saber quem é o líder, mas mais aquilo que nós exigimos dele e como assumimos as nossas próprias responsabilidades.
A pista para os aviões da Air Race foi asfaltada em cima de um terreno que não tinha vegetação (ainda não era parque) e que servia ou é contiguo ao queimódromo. Parece-me que está exactamente na zona onde há problemas, em tribunal, sobre a propriedade desses terrenos.
40.000 m2 asfaltados se a pista tem como se diz 750m então teria que ter de largura 53m a de Sá Carneiro só tem 45m de largura, não se está a incluir o queimódromo. Fala-se em 750 metros asfaltados e pelo visto - destruíram uma parte importante desse património - o que é que lá existia para ser destruído?
O Central Park tem 10.000 metros de estrada asfaltada no interior em atravessamentos por automóveis, com limitações de horário. O Central Park tem dois ringues de patinagem, campos de basebol, courts de ténis, um magnífico e enorme museu - o Metropolitan, uma excelente casa de chá, lagos onde se fazem regatas de miniaturas de barcos à vela telecomandados, cavalos a puxar charretes, e também os fatos de treino tactel e similares. Tudo convive sem problemas à boa maneira NYC, desde os enormes concertos com dezenas de milhar de pessoas, até às performances de amadores, músicos, actores, dançarinos, patinadores, etc,etc.
Por cá qualquer corrida de aviões, só 3 ou 4 dias no ano, que parece que movimenta o interesse de centenas de milhares de pessoas, é logo criticada a iniciativa porque é patrocinada por uma empresa privada (que chatice devia ser o erário público a pagar) e porque o Rui Rio é que gosta.
Cumprimentos, e para quem gosta boas acrobacias aéreas.
Jaime Veloso Martins
Imagem da Bombardier
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Este processo é uma brincadeira... A Câmara lança concurso para um projecto que não sabe se pode ser realizado; o vencedor do concurso depois brinca ao gato e ao rato com a autarquia. E a cidade vai perdendo tempo precioso.
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Caro Carlos Lacerda
No seu post, começa por referir que, quando está em Portugal, reside a vinte metros do Porto. Depois de ler todo o texto, a conclusão que tiro é a de que passa muito pouco tempo nesta cidade. Com efeito, aqueles que moram no Porto todo o ano sabem que a dita pista (também conhecida como Pedras Rubras + 1) tem outras funções, designadamente durante a Queima das Fitas, onde se realizam vários concertos, passando a denominar-se Queimódromo. Quando há corridas de automóveis, funciona como paddock. Além destes eventos com carácter periódico, a que se junta a Red Bull Air Race, que no último ano foi presenciada in loco por mais de 600.000 espectadores, este espaço tem vindo a ser palco de outros acontecimentos, como ainda recentemente sucedeu com o encontro dos preparadores de tuning.
Quando à placa em latão na entrada Nascente do Parque, em que "A Ordem dos Engenheiros decidiu incluir o Parque da Cidade na lista das 100 melhores obras de engenharia realizadas em Portugal no século XX" parece-me uma atitude abusiva por parte dos engenheiros, já que o seu autor (Sidónio Pardal) sempre se intitulou “arquitecto paisagista”. E, já agora, permita-me que lhe diga uma coisa: comparar o Parque da Cidade com a Torre dos Clérigos, a Muralha Fernandina ou a Ponte Luiz I é, no mínimo, surrealista.
Um extenso grupo de aves substitui os cidadãos do Porto no protesto lógico e indignado, que deveria ser o de todos nós, perante a barbárie!
Quando estou em Portugal resido a vinte metros do Porto, que é como quem diz do outro lado da Circunvalação, num nono andar debruçado sobre o Parque da Cidade. Quem aterra em Pedras Rubras em dia de nortada (os aviões aterram sempre contra o vento…) e de repente olha pela escotilha, fica surpreendido ao ver tão extensa área verde pejada de lagos, arvoredos e relvados que se espraia desde a Boavista até ao mar, numa extensão de muitos e muitos hectares. É o Parque da Cidade, o Central Park cá da Invicta! Muita gente talvez não saiba, mas o Parque da Cidade é uma das raras obras que o Porto possui com dimensão e relevância nacional.
Todos os dias vagueiam pelo parque centenas de pessoas a fazer jogging e caminhadas, a andar de bicicleta; aos domingos revezam-se milhares de merendeiros e famílias, casais de namorados, desportistas Nike ou Sport Zone conforme as bolsas, ou simplesmente povo anónimo que desfruta deste fantástico espaço onde co-habitam milhares de patos e outros pássaros seus parentes, uns coelhinhos brancos à solta, para surpresa dos passantes, e 5 "securitas" que agora andam montados numas caranguejolas com duas rodas a fazer não se sabe bem o quê! Como diz um amigo meu: o Parque da Cidade é assim como um imenso campo de golfe, só que não tem buracos…
Já a Ordem dos Engenheiros atribui-lhe definição mais séria: numa placa timbrada em latão (recentemente vandalizada…), na entrada nascente do Parque, declara-se que "A Ordem dos Engenheiros decidiu incluir o Parque da Cidade na lista das 100 melhores obras de engenharia realizadas em Portugal no século XX" e por baixo perpetua o nome dos seus projectistas. Se pensarmos que em 100 anos se fizeram em Portugal centenas de milhar de obras de engenharia, ser "uma das 100 melhores" dá uma ideia da importância desta obra!
O Parque da Cidade deve colocar-se claramente ao nível da Torre dos Clérigos, da Muralha Fernandina ou da Ponte Luiz I sem que nada lhes fique a dever, com a devida contextualização. Há cerca de um ano assisti da minha janela, entre incrédulo e angustiado, a um autêntico acto de terrorismo autárquico! Rui Rio deu a sua concordância para que os seus serviços destruíssem uma parte importante desta obra ímpar e alcatroassem mais de 40.000 metros quadrados (leu bem, 40 mil!), para construir uma pista de aviação (com 750 metros de comprimento) e dois heliportos, a fim de albergar uma corrida de avionetas destinada em última instância a publicitar uma marca de refrigerantes! A "Red Bull Air Race" em pomposa designação inglesa, que voltará daqui por uns dias…
Como não me passa pela cabeça que alguém autorizasse demolir 20 metros da Torre dos Clérigos ou destruir parte da Ponte D. Luiz para passarem avionetas, ainda hoje não consigo perceber como é possível passar impune este crime de lesa-cidade que numa das mais emblemáticas obras do Porto substitui 50 mil metros quadrados de zona verde por tapete betuminoso a troco duma corrida de aviões duma marca privada de refrigerantes, paga pelo erário público!
Há duas semanas que assisto da minha janela a outro inusitado fenómeno: milhares de gaivotas trocaram os seus poisos habituais em Matosinhos pela morna temperatura da extensa pista de aviação construída por Rui Rio! Passam aí longas tardes, serenas e imóveis, num espectáculo de estádio olímpico chinês, defecando generosa e repetidamente nessa imensidão de asfalto! Uma ruidosa máquina de água à pressão e 3 funcionários diligentes tentavam há dias ingloriamente limpar o có-có das gaivotas de tão "importante" aeródromo, num afã próprio de véspera de corridas.
Julgo que este inusitado fenómeno deveria ser registado nos Anais da Cidade, pois creio que é a primeira vez que um extenso grupo de aves substitui os cidadãos do Porto no protesto lógico e indignado, que deveria ser o de todos nós, perante a barbárie! O título desse Registo só poderá ser um: "As Gaivotas do Rui Rio"! Honra seja feita às gaivotas…
Carlos Lacerda
No seguimento da proposta aqui apresentada para a constituição de uma Associação de Cidadãos que defenda os interesses da AMP, venho por este meio informar os interessados que a 1ª reunião será no dia 12, às 21.30h, no auditório do Clube Literário do Porto, na Rua Nova da Alfândega nº22 (a 50m da Igreja de S.Francisco). A sessão é aberta a todos os interessados e pede-se a confirmação da presença através do email porto.agora@gmail.com.
Gostaria de salientar o acolhimento positivo e surpreendente que tem tido esta iniciativa, ultrapassando inclusive as fronteiras nacionais.
Melhores Cumprimentos
Alexandre Ferreira
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PS: Reabertura Plano B: Sexta, 29 de Agosto - sugestão de Plano B
Exmo.s Senhores
A editora Vessants, Arqueología i Cultura SL. sedeada em Palma de Mallorca, Espanha, tem recentemente publicado o livro Catálogo do espólio fúnebre e funerário do cemitério da Ordem do Carmo, de José Jorge Argüello Menéndez e Sofia Alexandra da Silva Teixeira.
O livro, de 164 páginas, capa mole e edição em português, tem como intuito fundamental oferecer uma apresentação de 136 peças do espólio mais significativo e representativo do conjunto arqueológico exumado no decurso da intervenção levada a cabo no cemitério da Ordem do Carmo, sito no Hospital da Praça Carlos Alberto na cidade do Porto. O desenvolvimento destes trabalhos arqueológicos culminou com a identificação e escavação de uma área de mais de 200 m², com uma estratigrafia de mais de 3 metros de profundidade, composta, na sua maior parte, por dois grandes níveis de enterramentos datados entre 1801 e 1869, tendo sido exumados no decorrer da escavação arqueológica 480 indivíduos.
Com efeito, os trabalhos arqueológicos, justificados pelo projecto de construção de um novo bloco operatório no referido edifício, forneceram uma panóplia de materiais, datáveis do século XIX, no interior das sepulturas do cemitério datado entre 1801 e 1869. E em especial nas sepulturas correspondente aos enterramentos produzidos durante o cerco do Porto. O espólio apresentado neste catálogo foi dividido em duas categorias. Não obstante tratar-se de material exumado num mesmo contexto que encerra, em si, toda uma mentalidade de concepção da morte e atitudes perante esta, a verdade é que nos encontramos na presença de dois tipos de material: material integrante do mobiliário funerário (argolas de caixão, pregos, tecidos, aloquetes) e peças de adorno ou directamente relacionadas com o esqueleto (rosários, terços, cruzes, botões, fivelas, alfinetes, colchetes, travessas, chaves, medalhas, solas de sapato). Optou-se, então, por denominar a primeira categoria como espólio funerário e a segunda como espólio fúnebre.
Este é, quanto a nós, um estudo interessante que poderá complementar os conhecimentos relativos à sociedade portuense do século XIX, no que concerne às suas mentalidades e ao modo como estas se reflectem e impõem nos hábitos quotidianos. Podem obter mais informações na página web da editorial Vessants.
Com os melhores cumprimentos
José Jorge Argüello Menéndez
Vessants, Arqueología i Cultura SL
Vessants Editorial
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PS: No Esgravatar, O perfil da Visão de Eduardo Oliveira Costa. Por mim, continuo sem perceber muito bem alguma passividade dos jornalistas despedidos do Janeiro mas, enfim, eles é que sabem da vida deles e eu estou só "de fora" a dar palpites...
Declaração de voto
Em relação à petição pela Regionalização que está aqui, eu assinei-a porque acho que concordo com aquilo que acho que eles queriam dizer… É inevitável, qualquer futuro referendo vai estar dependente não do que estiver escrito na pergunta mas na imagem que as pessoas criarem à volta do tema. Parece-me no entanto que deveria ter um texto menos dado a subjectividades e totalmente "blindado" no que diz respeito a algumas afirmações. Genericamente gostava de ver os indicadores apresentados suportados por dados ou pela indicação da sua fonte. Um ponto que acho que deveria ter sido incluído era um que demonstrasse a evolução (a meu ver) negativa dos indicadores no período de 1974/2008 já que me parece ser a demonstração mais evidente de que alguma coisa tem que ser feita.
Revendo ponto por ponto:
(1) Qual a fonte? INE? Banco de Portugal? Outro? Quais os indicadores seleccionados?
(2) "proporções alarmantes" => parece-me uma interpretação pessoal e subjectiva dos dados indicados no ponto (1). Eu até posso concordar com o adjectivo mas não me parece que se ganhe nada em incluir este elemento opinativo na declaração.
(3) Mais uma vez qual o estudo e ou organismo que publica esses dados? Penso que na primeira sessão das conferências da CMP sobre regionalização foram referidos esses números mas gostava de poder confrontar directamente quem questiona essa informação com dados precisos e não só com diz-que-disse.
(4.1) "contribuirão para a democraticidade da administração dos interesses públicos regionais" => Como? Na medida em que é mais fácil identificar e responsabilizar os actores locais eliminando assim o efeito de difusão de responsabilidades gerado por exemplo pelos deputados que são actualmente eleitos por distrito mas que devem representar todo o país, o que normalmente se reflecte em não representar nenhuma parte do país?
(4.2) A frase as regiões contribuirão para a "redução do número dos responsáveis políticos actualmente existentes a nível dos 18 distritos" parece-me no mínimo polémica. Como podem garantir isso? Eu teria formulado a frase de outra forma no sentido de indicar que uma regionalização só deveria ir a avante se, entre outras coisas, resultasse numa redução do número de responsáveis políticos e já agora administrativos.
(5) "devem contribuir para o equilíbrio das finanças públicas" - Neste ponto, e como já foi proposto por algumas pessoas gostaria, de algo mais vinculativo, objectivo e mensurável do que o simples contribuir para o equilíbrio. O que é esse equilíbrio? Como é medido? Quais as metas a cumprir, de longo prazo e curto prazo? Quais as penalizações por não as cumprir?
(7) Afirmação no mínimo polémica… Se calhar são as regiões possíveis mas daí até dizer que é um modelo "bastante consensual"…
(8) Eu sei que a constituição é o pilar de todo o edifício jurídico mas a verdade é que esta inconstitucionalidade por omissão só teria impacto se nós tivéssemos a noção de que todas as leis que são feitas em Portugal são-o para serem cumpridas… Para além disso, como também já ouvi dizer, durante muito tempo a constituição apontava para a implementação de uma sociedade socialista e entretanto isso desapareceu.
(9) "Numa época em que a participação cívica e política na vida colectiva, sobretudo ao nível das novas gerações é cada vez menor…" Apesar de ter sido isso que o P.R. focou, a verdade é que não é isso que está escrito no estudo. cf. estudo "Os Jovens e a Política" em pág. 3 "os índices de participação social dos jovens são mais elevados do que os da restante população"; e outras apreciações ao documento por exemplo aqui.
(10) Wishful thinking e deveria ser apresentado como tal.
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