De: Luís Gomes - "Prioridades invertidas"

Submetido por taf em Terça, 2013-11-19 19:46

Por vezes as discussões de ética e moral desviam a nossa atenção de problemas mais prementes e para os quais a resposta é mais urgente. Talvez sejam os reflexos da crise, mas o que é fato é que constato existirem cada vez mais arrumadores, sem-abrigo e pedintes sobretudo à noite. Urge fazer algo para atenuar no imediato este flagelo. Exemplo disso é o projeto (creio que dinamizado pela Universidade Católica em parceria com outras entidades) que se propõe formar desempregados/sem-abrigo em guias turisticos.

Nesse sentido, lanço aqui a ideia de juntar os serviços sociais da CMP e a Associação de Comerciantes do Porto, no sentido de criar pequenos trabalhos sazonais na quadra que se avizinha: embrulhar prendas, pequenos trabalhos, apoio às atividades de dinamização do comércio tradicional etc... Não são iniciativas que visem retirar os sem-abrigo das ruas nem dar-lhes perspetivas de futuro, mas sim fazer um pouco mais do que pousarem para as televisões na ceia de Natal de uma qualquer instituição de solidariedade.

P.S.1: Subscrevo totalmente o Augusto Magalhães na observação pertinente sobre a Avenida da Boavista: é escusado, inoportuno e reflete uma decisão menos acertada do anterior executivo.

P.S.2: Discordo totalmente da ideia de que temos instituições culturais (equipamentos) acima do que é suposto para a dimensão da cidade. Temos sim edificado subaproveitado, deficiente articulação dos agentes culturais entre si e da comunicação da oferta destes para com o público alvo. Temos vários equipamentos fechados ou subaproveitados, competindo à nova gestão não só dar-lhes uma vida mas pô-los a trabalhar em conjunto e divulgá-los como uma oferta integrada. Para além da articulação e divulgação existe um terceiro problema: 7€ por uma entrada em Serralves ou 12€ para ver um concerto na Casa da Música não está ao alcance da maioria das bolsas dos portuenses. Parece-me por isso essencial criar uma discriminação positiva para estes, bem como (continuar a) promover eventos/slots de entrada livre.