De: Alexandre Burmester - "Porto Vivo ou Porto Morto?"
Percebo a razão de que se o Estado sair da SRU, esta poderá ficar impedida administrativa e juridicamente e perder alguma regalia ou forma na acção de Reabilitação. Mas da maneira que está arrisca-se é a perder toda. Como está depende de factores estranhos à cidade e aos seus agentes. Depende de políticos austeros que só entendem a palavra “corte”, e bem, num mundo de despesistas. Depende fundamentalmente de um tempo de decisão que não é compatível nem com a reabilitação nem com qualquer operação urbana.
Reafirmo que se o Porto necessita, porque precisa, de um instrumento de reabilitação, atire fora o Estado e resolva o assunto à sua maneira. Aliás como muitos outros assuntos que dependendo do Estado central estão parados ou mal geridos. Aqui concordo com o Tiago em resolver o assunto "à moda do Porto”. Apenas não concordo com a ideia da sua gestão ser feita por uma qualquer Freguesia, porque se por um lado a SRU necessita de força política e representação, por outro será sempre um instrumento técnico, que não pode estar sujeita às tricas partidárias nem à má qualidade dos políticos, aliás o que se comprova agora.
A Câmara queixa-se do Estado e do seu representante no IRHU, porque se sente boicotada, mas infelizmente não tem espelho dentro de portas. Nos dias que correm, em que os investimentos escasseiam e onde as câmaras perderam mais de 60% dos pedidos de licenciamento, as zonas históricas são uma pequena excepção. Os poucos pedidos de licenciamento, legalização ou mesmo de Licenças de Utilização, deviam ser tratadas pela Câmara do Porto como autênticos “PIM” (Potencial Interesse Municipal). Ao contrário, continua a Câmara na sempre mesma atitude arrogante, autoritária, burocrática, a complicar a vida aos munícipes e a boicotar.
Não faças aos outros o que...