De: Armando Peixoto - "Ênfase"
Caros colegas de blog
Apesar de não participar activamente no blog desde há bastante tempo, tenho sido um leitor assíduo e interessado. Apesar de não morar e não ser natural do Porto (sou gaiense de gema), sempre vi o Porto como uma grande comunidade urbana, e não o concelho limitado que muita gente insiste em reduzir. Sou da opinião que a reabilitação do Porto e do seu centro (Baixa) depende essencialmente de motivos económicos, da afirmação do Norte e da Área Metropolitana do Porto como grande pólo económico do país. Assim sendo acho de maior relevância os planos da AEP para a nova Exponor, e tenho de deixar aqui uma "bicada" aos colegas bloggistas, uma vez que me parece que perdem demasiado tempo a discutir questões de freguesia (não estou a dizer q não devam ser discutidas também) e menos tempo a discutir as questões de fundo, ou seja, o que deve o Porto fazer para se apresentar mais apelativo à actividade empresarial (no fundo, criar empregos qualificados = mais população com capital para povoar a cidade = menos jovens qualificados a emigrar para Lisboa = mais interessados em animação cultural = mais empresas interessadas em investir na Baixa e no Porto = vivermos todos melhor).
Nesta ordem de ideias, parece-me que os planos da AEP para a nova e velha Exponor são mais importantes que qualquer discussão sobre se os edifícios reabilitados na Baixa do Porto são caros ou não, o que me parece importante é assegurar que há gente no Porto capaz de os comprar e assegurar que a reabilitação do centro da cidade seja um negócio rentável (porque por mais que doa, as questões do coração pesam cada vez menos)...
Na minha opinião, parece-me que a ideia da AEP é muito interessante para a cidade, uma vez que, apesar de deslocar o centro de exposições para a Feira (mas menos de 30 minutos de carro do centro do Porto!), cria um centro de negócios que era inexistente na cidade e novas oportunidades nas áreas da investigação. O futuro do Porto passa, sobretudo, da renovação empresarial da região (as empresas de têxteis, calçado, e outras que viviam sobretudo da mão de obra barata, ou souberam inovar ou faliram, as sedes de grandes empresas viram um futuro mais acautelado na capital) e o importante é criar condições estruturais para que isso aconteça. Isso passa pelo Metro, por um aeroporto internacional relevante, por uma ligação ferroviária directa e eficaz à Europa, por apoios municipais (inter-municipais) à investigação, por uma maior ligação das universidades às empresas "residentes", incubadoras de empresas, renovação qualitativa dos centros empresariais (para quando o plano idealizado no PDM para a Zona Industrial...) e criação de novos centros empresariais temáticos(com terrenos dados, isenções fiscais, lugar anual no Estádio das Antas, qualquer coisa...), entre outras coisas.
Eu gostava era de ver mais ênfase a estas questões aqui na Baixa. Ideias para reabilitar o centro arranjo 1000 em 10 minutos, arranjar ideias para haver dinheiro para as fazer é que já não é tão fácil...