De: Cristina Santos - "Importante é não contradizer Campanhã"
As diferenças a que se assiste vêm de várias décadas de estratificação social, o fundamento do meu alerta tem 2 motivos:
- a fixação obsessiva em bairros sociais e antigos terrenos de bairros sociais, que se escuta por parte da oposição;
- a abertura de Rui Rio ao admitir ter feito pouco, sabendo-se que o futuro candidato ao Porto terá de fortalecer bem a sua campanha eleitoral, para se poder comparar ou competir, temem-se os planos.
Das razões que justificam o reconhecimento do que foi feito, tem em vista aproveitar o bom, e evitar visões focadas em interesses partidários:
- A falta de equidade no investimento não é original deste executivo. A menos que se considere investimento público construir bairros sociais, e abandoná-los à sua sorte durante décadas, espaços onde reside, note-se bem, parte substancial do futuro geracional desta cidade.
- Tanto os moradores do S. João de Deus como os do S. Vicente de Paulo beneficiaram das obras em outros bairros, já que foram nesses realojados.
- A freguesia de Campanhã beneficiou largamente deste desinvestimento, ou seja a demolição, já que se baixaram as taxas de criminalidade e se potenciou a fixação de novos moradores.
- Os novos moradores são precisamente os jovens e famílias sem condições de adquirirem habitação própria em zonas da cidade altamente valorizadas, e que em Campanhã se podem agora fixar a preços aceitáveis, sem estar sujeitos a assaltos e vandalismos diários, e continuam a residir no Porto.
- A fixação desta nova sociedade média ajuda a recuperação da zona e só é possível sem criminalidade. Só criando uma mistura de posturas sociais se reabilita Campanhã.
Note-se que, a meu ver, tão perigoso é para a freguesia o uso da população alojada nos inúmeros bairros sociais, com promessas de mais solidariedade (estratificação), como o devaste de zonas verdes e rurais públicas para instalação de interesses difusos de mercado de investidores mal esclarecidos em relação a bolhas imobiliárias.
Um centro de congressos, como bem fundamenta Vitor Vieira, ou centros de incubação empresarial, reformulação de áreas verdes, parques tecnológicos, com certeza seriam exemplos de um bom investimento.