De: Vítor Vieira - "Campanhã"
Aproveitando este post de Cristina Santos e sem querer entrar no debate sobre a "guerra de palavras" que por aí anda, gostaria de aproveitar o ensejo para lançar mais umas achas na questão do Centro de Congressos.
Nunca gostei do "Pavilhão de Desportos", hoje crismado "Rosa Mota", mas que os portuenses continuam a designar "Palácio", tal é a sua relação de amor com o espaço (e com o verdadeiro e desaparecido Palácio de Cristal). Quando em pequeno ia ali assistir a espetáculos nunca percebia o que era dito, porque a acústica sempre foi miserável. Em dada altura até colocaram umas imensas placas suspensas e recobertas de cortiça para tentar melhorar, mas nada. E o espaço é pequeno para Congressos - não o espaço do Pavilhão em si (recordo, por exemplo, que o PCP realizou ali dois Congressos, movimentando muitos milhares de pessoas), mas sim o espaço envolvente, incluindo os acessos: só quem nunca circulou na zona Baixa / Palácio / Galiza / Boavista em hora de ponta é que acha que é viável transformar o "Rosa Mota" num "Centro de Congressos" de grande dimensão.
Por outro lado, Campanhã é terreno fértil e livre - do lado oriental da VCI, só encontrei duas peças de arte em lugar público, ambas na Praça da Corujeira: um busto de homenagem a um médico e o "Monumento ao Gráfico", que deveria ser urgentemente recuperado, tão degradado que está. Insisto na proposta que venho fazendo há anos: construa-se um grande Centro de Congressos em Campanhã. Razões avulsas:
- espaço livre
- auto-estradas
- Metro com ligação direta ao Aeroporto
- Estádio do Dragão
- Centros Comerciais
- Pousada
- Marina
- Museu da Imprensa
- Bonjóia
- ex-Matadouro e outros elementos da arqueologia industrial, como a ponte-conduta
- Parque Oriental
A sua criação contribuiria para a renovação urbanística da zona e determinaria um custo muito menor do que fazê-lo nos jardins do Palácio. Aliás, julgo até que seria possível, no âmbito do financiamento, conseguir verbas para demolir o "Rosa Mota", reconstruir o "Palácio de Cristal" segundo os planos originais mas com novas tecnologias, e recuperar os Jardins, designadamente as esculturas e fontes que hoje se encontram profundamente degradadas.
Vantagens: cria-se um equipamento moderno, renova-se uma zona degradada e abandonada, cria-se mais um pólo de atracção turística, e sobretudo trava-se a sina portuense de aceitação do pato-bravismo que deixa degradar os bons elementos do passado para depois os demolir, alegando essa degradação, e em seu lugar colocar objectos que, na maior parte das vezes, são aberrações.