De: Pulido Valente - "A censura fascista"
Cara Mariana Martins,
Você deve ser muito nova. Aquando da primeira sessão pública da CMP em 74? insurgi-me contra o controle dos participantes e contra o local em que se faziam/fazem. Uns tempos depois, da segunda vez que lá fui, declarei que não voltava à sala onde ela se fazia na altura, que é, julgo, a mesma ao fim de 30 e tal anos, porque havia ali ao lado o Rivoli onde se podiam muito bem fazer as sessões. O nojo dos senhores burgueses pelo povo que ia lá com a sua raiva, a sua incultura, a sua agressividade, fazer prolongar (perder tempo aos gravatas) as sessões – porque é que as sessões TÊM DE SER FEITAS SÓ NUMA NOITE? Porque os gravatas se dispõem a sacrificar uma noite e não um dia ou dois!
Na altura o vereador da CDU, Rui Sá, bem podia ter lutado pelo seu povo... mas não! Além desse não houve vereadores que sentissem a enormidade que o controle pidesco das reuniões públicas representa como ataque aos direitos dos cidadãos eleitores e não só. Nessa altura “entravam” 23 munícipes...!!! Até hoje TODOS se têm afastado desta luta. Portanto, cara amiga, não é o partido no poder que é abusador e castrador, são todos, todos. A democracia é uma merda e este país é uma pocilga feita na latrina mais mal cheirosa que há.
Nos meus livros desde 1982 que acuso (é o título do 1º) esta gentinha mas só se venderam as primeiras edições e não houve segunda de qualquer deles. Veja no meu sitio josepulidovalente.com, os livros estão lá e, já agora, o resto para que possa ter uma ideia de como um homem que não verga a espinha se deve sentir depois de 38 anos de fascismo delico-doce destes f.p..
Coragem, não desanime, lute.
JPV