De: Pedro Figueiredo - "De Silo-Auto a Silo-Arte"
Aproveitar a crise para transformarmos o Porto que nos rodeia para qualquer coisa de melhor faz sentido! O edifício do Siloauto, projectado pelo Arq.º Alberto Pessoa em 1964, pode não ser tão genial como o Museu Guggenheim de New York (não é com certeza) mas, à nossa escala, acho que tem potencial para, sendo alvo de um Projecto Inteligente de Reabilitação-Intervenção poder vir a ser um objecto bem mais útil para o Porto que um mero armazém de latas-com-rodas ("carros").
A "ideia" de vender o Siloauto, quer ele seja vendido quer não, pode - "poderia" - ser um ponto de partida para a sua transformação, por exemplo, num edifício que contribua para o reforço da afirmação do Porto como uma cidade de Arte e Cultura. Apesar de termos uma Casa da Música, uma Casa de Serralves e uma Rua de Miguel Bombarda, a verdade é que temos também um Cinema Batalha (abandonado), uma Casa das Artes (fechada) e uma Casa do Cinema Manoel de Oliveira (ainda mais fechada e abandonada)... "Qualquer coisa de Cultural" num edifício como o novíssimo "Silo-Arte", albergando uma nova instituição cultural ou apenas ateliers dispostos ao longo do círculo, ou com mostras de cinema ao longo do espaço circular, ou exposições de fotografia e pintura... (ver a magnífica foto da Inês d'Orey, com a seta no chão). Pintado de branco ou amarelo, ou vermelho, ou mesmo assim betão à vista, fez-me pensar na possibilidade de uma intervenção similar à intervenção da Arq.ª Lina Bo Bardi no Brasil, a "fábrica – centro cultural Pompeia" em S. Paulo, reconvertida em "qualquer coisa de cultural"...
Para que isto possa acontecer, este executivo camarário tinha de sair, dada a sua aversão à "cultura", se bem que é amplamente demonstrado por essa Europa fora o valor crescente da cultura no PIB e como imã de turismo alternativo (não é de desprezar o "turismo cultural")... (PSD em geral, quando abrirás os olhos à cultura, sem a colocar do lado da "despesa"?)
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