De: Cristina Santos - "Em busca de um equilíbrio"
A propósito deste post de Pedro Figueiredo, creio que devemos analisar e encontrar um ponto de equilíbrio, de forma a defendermo-nos melhor. A posição do Pedro é de que as empresas procuram o capitalismo. A meu ver, a maioria das empresas não procura o capitalismo, muito pelo contrário, parte significativa depende do investimento público e a única meta que tem é um estado-social crescente em intervenção. No nosso país é um flagrante, se não são investimentos públicos, são os subsídios estatais e outras desregulamentações. Que por sua vez geram corrupção, alteração do mercado, etc. Empresa que não consegue incentivos, relações públicas privilegiadas ou leis proteccionistas, quase não sobrevive. Daí decorre, por exemplo, o desfasamento entre empresas sediadas no Porto versus Lisboa, ou as pressões para alterações das dinâmicas do QREN…
À luz dessa constatação, que penso que a maioria reconhece, é um mito dizer que em Portugal as empresas são capitalistas. Como pode ser, se funcionam alicerçadas no investimento público e no subsídio? A quem acha que serve a difusão desse mito? O Estado altera o equilíbrio, porque intervém em demasia na oferta e procura da produção de vinho, neste caso. Deve deixar de intervir e assim já se aceita que deixe de subsidiar. Enquanto intervier em demasia está sujeito a pressão dos grandes grupos económicos. É o que acho, posso estar equivocada, nós precisamos urgentemente de encontrar um modelo mais eficiente.
Quanto a Keynes concordo, deveríamos ler mais, o deficit é aceitável no curto prazo em momentos de recessão, não como política central continuada. É um facto que a longo prazo estaremos mortos, mas como se vê com a geração à rasca a descendência continua. Evitar populismo na leitura do modelo seria fundamental, embora que tardio.
Cristina Santos