De: Miguel Barbot - "Um bom sítio para se ir vomitar"
Compreendo as tags ou os tags, sejam de que sexo forem. São coisas de grunho, tal como um arroto em público. Depois há aqueles gatafunhos enormes, coisas a fingir que são graffitis. São tipo cantar o hino nacional em arrotos. É giro para os amigos gunas, nojento para todos os outros. Depois há rapazolas com pretensões urbano-artísticas, mas a quem ninguém disse que não sabem desenhar. São os tipos que vomitam nojos destes.
Nojo em Bombarda 1 e Nojo em Bombarda 2. Autores desconhecidos.
Depois há os gajos mais ou menos artistas, que eventualmente até podem ter queda para a coisa, mas que mereciam ouvir uma cena como a que o meu puto assistiu ontem quando cheguei à sala e tinha as paredes todas (e algumas partes do tecto) pintadas de verde. Uma coisa que pode ser traduzida por isto, dita em voz muito alta e com ar de fúria e sem palavrões:
Aprecio muito o teu esforço e os teus dotes artísticos, mas pinta na porra dos cadernos que eu te dei, merda!
É legítimo. Eu e a minha senhora gastamos muitas horas das nossas vidas para pagar aquelas paredes, tal como todos nós (e uma boa parte dos alemães) gastamos muitas horas para pagar a manutenção das ruas da cidade. São gajos que enchem a rua de tsurus, poemas e objectos intervencionários de valor artístico discutível como este:
... Ver o resto do texto e das imagens no Um pé no Porto e outro no pedal.