De: Miguel Barbot - "Um bom sítio para se ir vomitar"

Submetido por taf em Sexta, 2011-09-02 23:50

Compreendo as tags ou os tags, sejam de que sexo forem. São coisas de grunho, tal como um arroto em público. Depois há aqueles gatafunhos enormes, coisas a fingir que são graffitis. São tipo cantar o hino nacional em arrotos. É giro para os amigos gunas, nojento para todos os outros. Depois há rapazolas com pretensões urbano-artísticas, mas a quem ninguém disse que não sabem desenhar. São os tipos que vomitam nojos destes.

Em Miguel Bombarda

Nojo em Bombarda 1 e Nojo em Bombarda 2. Autores desconhecidos.

Depois há os gajos mais ou menos artistas, que eventualmente até podem ter queda para a coisa, mas que mereciam ouvir uma cena como a que o meu puto assistiu ontem quando cheguei à sala e tinha as paredes todas (e algumas partes do tecto) pintadas de verde. Uma coisa que pode ser traduzida por isto, dita em voz muito alta e com ar de fúria e sem palavrões:

Aprecio muito o teu esforço e os teus dotes artísticos, mas pinta na porra dos cadernos que eu te dei, merda!

É legítimo. Eu e a minha senhora gastamos muitas horas das nossas vidas para pagar aquelas paredes, tal como todos nós (e uma boa parte dos alemães) gastamos muitas horas para pagar a manutenção das ruas da cidade. São gajos que enchem a rua de tsurus, poemas e objectos intervencionários de valor artístico discutível como este:

... Ver o resto do texto e das imagens no Um pé no Porto e outro no pedal.