De: Pedro Lessa - "Discussão essencial"
Parece-me, como sempre na nossa terra, que se mistura alhos com bugalhos, a confusão é certa (e costumeira), de tal maneira que até parece que é propositado e interessará a alguém.
Como fui dos primeiros aqui a insurgir-me sobre este assunto, digo apenas o seguinte. Infelizmente já é hábito confundir a discussão da forma pelo conteúdo e vice-versa. Este concurso de ideias, como geralmente é apresentado, e o mal não é só neste caso concreto, o mal é nacional, é que de facto a apresentação de ideias deveria ser (e é) para todos. Dos cidadãos. Só passa para o domínio dos arquitectos quando as ideias estiverem bem definidas. Aliás, como já foi bem explicado pelo ABurmester, PMorais etc etc.
Um concurso de ideias pode ser apresentado por um texto bem fundamentado, como também já aqui foi referido. O erro começa logo quando a maior parte dos organismos públicos dirige estes concursos de ideias para uma questão técnica e profissional.
Tudo isto é resultado da má interpretação das competências profissionais (ou da ignorância, se quiserem) que pelo nosso país se vão revelando. É por estas situações também que se percebe a importância da definição de competências que se discutem nos últimos tempos. Depois de definidas, torna-se necessário formar e informar as pessoas. Permitam-me uma analogia: um dentista quando decide tratar um dente, comenta, discute e sugere ao paciente as causas e atitude a tomar. Ouve do paciente as implicações e consequências do tratamento, mas na necessidade de o tirar, depois de decidido, com certeza que não é o paciente que vai puxar pelo alicate.
Deixemo-nos de discutir o supérfluo e passemos ao essencial.
Cumprimentos,
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
www.architecturalroutes.com
P.S.- Caro Pedro, com certeza que quando nos dirigimos uns aos outros, o fazemos com o todo respeito. Pode parecer o contrário, devido ao afastamento provocado pela distância online, mas não acredito noutra situação. Ninguém adivinha o título de cada interveniente. Aliás, já me pôs à vontade para não me dirigir a si por arquitecto, ou Sr.Arquitecto, etc etc. De si não esperaria o contrário. Sempre a considerá-lo.