De: Daniel Rodrigues - "Financiamento e investidores"
Permita-me um muito breve comentário:
"A motivação principal para um investidor é obter lucro. Dantes ainda existiam aplicações financeiras de risco baixo com taxas razoavelmente atractivas que, à falta de alternativas, seriam a escolha normal. Agora o sistema financeiro não propõe soluções interessantes. Daí que a procura activa de bons negócios, com o equilíbrio adequado risco/remuneração, seja uma necessidade de quem tem liquidez para aplicar."
Considerando isto (Bilhetes do Tesouro com juros próximos dos 4% para o investimento a um ano), tem o Tiago de concordar que o sistema financeiro precisamente oferece soluções interessantes, e de escala!
O Tiago faz uma correcta avaliacão referente aos problemas: Ou o "projecto é mau e afasta investidores sensatos", e a "a divulgacão é má", ou eles não querem discutir. Eu adicionaria o seguinte: não obstante o mérito das propostas e do potencial do investimento, um investidor sensato sabe que o mercado imobiliário está com problemas, e à partida não olha sequer para esse mercado. Sobretudo, toma em consideração as dificuldades legislativas, e avalia que o risco é elevado, sobretudo tendo em consideração os juros que o Estado está neste momento a oferecer na sua dívida. Parece-me que esta premissa tem de ser aceite: o investimento é arriscado, e a alternativa mais atractiva. E sobretudo, que o mercado imobiliário não é, na visão de um investidor individual, a galinha dos ovos de ouro. E sejamos francos: esse não é um modelo de financiamento low cost, mas que pretende lucros significativos. Porque não, então, arriscar de outra forma, construir um financiamento low cost?
Vejo duas alternativas: ou manter o ponto de vista "grande", mas dirigir-se a fundos de investimento imobiliários (estrangeiros ou portugueses), que conhecem os negócios, têm de investir nesse mercado, e podem ver a oportunidade e contribuir para melhorar o projecto com uma visão profissional, ou criar-se um fundo imobiliário (ou emissão de obrigações), dedicado a investir na Baixa do Porto (e, claro, a dar lucro acima do investimento alternativo ;-)), e utilizar os muitos investidores que não têm 100.000 ou 1 milhão de euros, mas estão dispostos a comprar 1.000, 2.000, 5.000, 10.000 euros de títulos de participacão nesse fundo, e querem ver a Baixa recuperar, estando por isso dispostos a fechar os olhos ao risco elevado que efectivamente existe.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues