De: Correia de Araújo - "Naif...adas e manipulações!"
Meu Caro Pedro Aroso
Não me queira tornar naif... que não sou! Sê-lo-ia, isso sim, se acreditasse cegamente na obra de Rui Rio... que, de facto, não vejo! Esta foi, no dizer de Nuno Cardoso, “uma década perdida de que não se vai fazer história”. Concordo! Entretanto, o meu caro teve o ensejo de, em Dezembro de 2006, me brindar com uma resposta a um texto meu, já então acusando-me de alguma ingenuidade. Sem manipulações, passo a transcrever a segunda metade (seja, a parte final) dessa sua resposta.
3. Passámos por isso a ter um plano fortemente politizado, inspirado pelo ex-Vereador do Urbanismo, Ricardo Figueiredo. A melhor definição para o actual PDM foi proferida pelo Arq. Nuno Portas: chamou-lhe o PDM anorético!
4. Os resultados desta opção do Dr. Rui Rio, combinada com a astronómica subida das taxas, estão à vista:
- a. Os potenciais investidores, que até aqui ainda toleravam a demora na apreciação dos processos, desinteressam-se definitivamente pelo Porto (já sei aquilo que vai dizer o meu querido amigo Francisco Rocha Antunes…)
- b. A médio prazo, caminhamos rapidamente para a sul-americanização da nossa cidade:
- Por um lado, os ricos não deixarão de viver no Porto, porque estarão sempre dispostos a pagar.
- Por outro, Rui Rio fez da habitação social um dos seus baluartes.
- À classe média e aos jovens, não resta outra alternativa que não seja a de ir viver para a Maia, Gaia, Matosinhos ou Gondomar.
Com este cenário, como acha que o Porto pode crescer?
Fim de citação.
Quatro anos volvidos, pergunto: ainda pensa exactamente desta mesma forma?
Retomando a questão das manipulações, meu caro Pedro Aroso, não seja naif… sabe muito bem como é fácil manipular comentários. Aliás, foi pouco feliz na elencagem dos mesmos, pois, de uma assentada, colocou 3 ou 4 seguidos do mesmo autor, com nickname cinnamon. Estamos, diria até, perante uma dupla manipulação: a dos comentários propriamente ditos, por um lado, e a da sua cirúrgica utilização (só se publicam os que convêm ao nosso argumentário), por outro lado. Pronto, aqui ficam mais alguns comentários à referida peça jornalística que demonstram, desta feita, e com inegável clareza, a assertividade da mesma.
- Mais um pedaço de cidade em abandono. Feita e desfeita de mil pedaços, toda a cidade reclama atenção. O desprezo, esse, é sempre um golpe desferido na sua alma e na sua identidade. Que pena que uma cidade com apenas 44Km2, que podia (e devia) ser um brinquinho, reflicta desprezo e abandono com tristes exemplos como este. Melhor ano para a cidade do Porto em 2011.
- Pensávamos que aquilo ia mudar, nasceria ali uma zona arranjada (zona cívica, espaço verde, jardim, etc.) e afinal aquilo é o que se vê. Uma vergonha... e o problema que deu origem à demolição dos Bairros já lá anda outra vez. E mais não digo!
- Esta é só uma pequena amostra dum certo estado de abandono a que chegou a nossa cidade. Para aqueles que aqui comentaram a achar que agora aquilo está um paraíso, aconselho-os a passarem por lá. O que vale é que isto vai ter de mudar... os lugares não são eternos. A cidade fica e os políticos passam.
- a mesma situacao ocorre no extinto bairro de sao vicente de paulo no morro que desce para a quinta de bonjoia ao vale de campanha.
- É pena que uma demolição para acabar com o que estava mal tenha deixado aquele espaço igualmente mal... e com tendência para ir de mal a pior. Com esta Câmara não se espere nada de bom. Destruir, sim! Construir, não! Se aquilo fosse um terreno particular a Câmara já tinha intimado o proprietário para limpar aquela mata sob pena de uma contra-ordenação e coima. Valha-nos que este é o último mandato deste senhor... venha o Menezes que se faz tarde.
Abraço
Correia de Araújo