De: Cristina Santos - "A ética dos direitos"
Estamos de facto a viver a ética dos exclusivos direitos, mas não vivem essa ética só as chefias, ou só os políticos, vivemos todos esta nova era, do “dá-me o telemóvel, já!”. Não há inocentes, não há vítimas. É óbvio que quem manda mais exerce mais poder, mas o estudante obedece porque ambiciona exercer esse tipo de poder, o subordinado fá-lo pelos mesmos motivos, se não forem inicialmente esses facilmente se convertem em barbaridades sistemáticas.
É hora de mudar os conceitos, a Europa já está a caminhar para essa mudança, Portugal pode aproveitar este momento único para definir uma estratégia. Precisamos de ser capazes de cumprir regras e de estabelecer objectivos que não se esgotem em 4 anos, um país tem de ser encarado com carácter de perpetuidade. De acabar com os discursos emblemáticos, dos prosaicos ditadores de frases feitas, que envergonham os Gestores deste país ao confundirem alavancagem financeira com um baloiço, e iniciar um novo objectivo, uma missão com história, onde só a competência e o bem gerir, com ética e deontologia, será rentável.
E se o país não quiser encarar a realidade, o Norte pode fazê-lo, perdemos escala é certo, mas temos o Dever de firmar objectivos estratégicos para a nossa região e encontrar fontes de convergência, se não com o país, com a Europa, assim o nosso projecto seja estruturado. Não nos deixemos bloquear, custa a crise, mas há nela a esperança de mudança de paradigma, de novos tempos, em que os baloiços só serão utilizados por meninos que, aí sim, podem ser meninos de ouro, em belos espaços verdes.