De: F. Rocha Antunes - "Estacionamento selvagem no jardim"
Cara Cristina
Não concordo contigo quando achas que se deve tolerar o estacionamento no jardim da Cordoaria. Sabes que acho importante que as pessoas venham à Baixa porque só assim poderão voltar a usar o centro da cidade e com isso devolver-lhe a vida que o centro precisa de ter, mas não acho aceitável que não sejam estabelecidos limites ao que se aceita ou não que se faça. Estacionar num jardim é sempre uma selvajaria. O problema é, mais uma vez, da falta de critério com que se criam excepções às regras.
No caso do estacionamento em cima do jardim há todos os sinais de que a intenção permanente é a de não permitir o estacionamento: foram criados umas pirâmides de granito (de gosto duvidoso), foi instalado um daqueles cilindros que pode ser accionado à distância no meio da linha do eléctrico (que é por onde “entram” os carros) e até há umas instalações que parecem ser de uns semáforos (não conseguimos ser comedidos). Ou seja, aparentemente a ideia é não deixar que se estacione no jardim, salvaguardando a passagem do eléctrico de hora a hora e durante o dia. O problema é que a coisa não funciona, vá-se lá saber porquê. Gastou-se o dinheiro mas não funciona. Deve ser uma excepção qualquer que virou permanente e que por isso deu cabo da regra elementar de não se estacionar num sítio que é um jardim.
Se a ideia é criar uma “tolerância” ao estacionamento nocturno porque é “preciso” (usando os mesmo argumentos que o presidente da Câmara de Ponte de Lima usava para defender o estacionamento no areal) então ao menos que se limite o estacionamento consentido ao granito do Campo dos Mártires da Liberdade e se criem os obstáculos permanentes à sua expansão para o jardim.
Francisco Rocha Antunes