De: Cristina Santos - "Cordoaria - pontos positivos"
Quanto ao regresso de cidadãos, passo a explicar o ponto de vista, obviamente poderão discordar. Quem procura o centro de uma cidade procura movimento, alegria, ocupação, dinamismo. Procura poder sair a pé para o teatro, para concertos, para exposições, procura diversidade, arte, literatura, um certo exclusivismo de poder viver em edifícios irreproduzíveis, quase como um pequeno centro de maravilhas onde tudo acontece e onde nem um minuto se pára. Creio que são estas valias que podem distinguir o produto “Centro Urbano”. Comércio e serviços de qualidade diurnos, e nocturnos, com segurança.
Estou convencida que uma família “comum” que pretende descanso, garagem, uma vida feita das 8 às 20, não procura o centro de uma cidade, não é o nosso segmento, porque não podemos competir com o sossego das freguesias ou zonas periféricas, nem em termos de espaço tal é possível. E repare, se os serviços públicos, restabelecem as condições necessárias ao movimento diurno, mal o nocturno termina, porque não fazer viver a cidade de noite e de dia?
Para a eficiência deveríamos já estar a estudar novos atractivos, o que é que podemos fazer para que esta movida atraia ainda mais gente, mais gerações, sem perder qualidade. Veja-se Serralves: cresceu, perdeu qualidade, o que vamos fazer? Como podemos contribuir? O que falta oferecer? Como podemos atingir o topo?
Por último, uma nota pessoal, é uma tremenda injustiça ser-me retirado o estatuto de cidadão comum, e é um vil julgamento esse de comparar os movimentos dos nossos jovens e de uma porção significativa de outras gerações às pobres vítimas de Gomorra. Espero que tenha sido uma falha no argumento, tresanda a xenofobia, e uma entidade crítica como a SSRU, e espera-se dinâmica, não emitiria juízos de valor tão pobrezinhos. Isso não é Porto, não é bonito, nem culturalmente interessante, quero eu dizer!
Cristina Santos