De: Cristina Santos - "Em resposta a Rui Valente"

Submetido por taf em Sexta, 2006-07-28 17:21

Caro Rui Valente

Estava já a sorrir para o monitor com a ironia do seu post, quando tive que suspender o acto que antecede a cambalhota, então o Rui vem falar das minhas hipérboles? Não ouviu ainda agora que sou das únicas meninas, não se fala de cambalhotas com meninas… antes que aprofunde o assunto das cambalhotas, informo-o que respondo com humor porque os seus posts o suscitam.

  • - Mesmo que 2 cidadãos partilhem as circunstâncias podem ter opiniões diferentes, é a soma dessas opiniões que nos dá o meio-termo - o resultado final. O Rui critica a visão obtusa de alguns, mas não alargou a sua para reconhecer que pode, em algumas circunstâncias, estar perante um ângulo morto. O sentido deste blog é ser um retrovisor, em que cada um opina conforme o ângulo que atinge.
  • - A casa recuperada na Rua das Flores, na minha opinião, sugere aos portuenses que nem só de betão compacto vive o homem, que em Milão, Paris desde há muito tempo que se restauram casas assim, com vastos soalhos em madeira e caixilharias imponentes. Que é possível restaurar em dois anos e rentabilizar o investimento. Isto é positivo, não é negativo, só é negativo porque o Rui reduz o seu leque a 3 iniciativas. Mas isso deve-se à falta de informação prestada pela CMP, de contrário lembraria o Nó do Regado, o Nó de Francos, o início do São João de Deus, os prazos cumpridos, o apoio à reabilitação urbana e tantas outras que ficam escondidas pelo mau feitio de alguém que não sabe aceitar críticas (neste caso refiro-me ao Presidente). O Rui não acha mal a casa das Rua das Flores, acha pouco, mas expressa-se de forma extremista.
  • - Certamente nem tudo é bom, infelizmente esta nova equipa está aquém das expectativas, tem havido erros, a CMP não sabe fazer a paz, só incentiva a guerra e de stress estamos nós fartos. Lembro-me que na campanha autárquica alertei para isto, que se o Executivo ganhasse com maioria iríamos ter uma mandato de ressentimento e ajuste de contas. Mas que estamos a fazer nós se não a seguir-lhe o exemplo, Rui?!
  • - A cidade escolheu e o Porto é uma cidade democrática, como posso eu sugerir que os milhares de vizinhos que votaram em massa, são asnáticos, palermas?! Não me acho nesse direito. Por vezes os textos não saem bem, mas em nenhum deles pretendo destruir o sistema, a minha intenção é que a crítica o melhore.
  • - Ficaria muito espantada que numa maioria desta dimensão não houvesse nem um só defensor do Presidente eleito, isso significava que o Blog não representava a Cidade. Nessa altura estávamos muito mal.. É preciso saber o que está bem, para em caso de mudança se exigir a continuidade dessas iniciativas, nós temos que ser diferentes, não podemos incentivar que venha um novo Executivo, altere tudo e sejamos obrigados a começar tudo de novo. Há que filtrar.
  • - Para concluir, há 2 anos que vivemos do complemento de opiniões, aprendemos, decidimos, levamos o blog mais longe quando discutimos o que aqui lemos com quem não tem acesso às opiniões, depois trazemos o feedback das conversas estabelecidas, não vê como é importante?! Nós todos discordando concordamos que isto pode ser melhor.
  • - O Rui parte sempre para uma solução drástica, um dia também nós podemos desesperar. Mas antes do desespero vamos tentar reunir sugestões que melhorem a cidade com o que temos e não com o que podemos vir a ter. O tempo urge, vamos reorganizamo-nos para saber onde podemos ajudar. Incentivar o que está bem e alertar para o que está mal, mas nem a terra vive sem o mar, nem o mar sem a terra, não há mundos absolutos Rui, nem opniões universais.

Até sempre e olhe está a ver como já me conseguiu colocar numa posição dramática, por muito que não queira, tive que acabar o último ponto a considerar a hipótese de um dia desesperar e isso, caro Rui, é inteiramente culpa sua.