De: Carlos Romão - "Um desafio"
O facto de o Pedro Figueiredo - que daqui saúdo - ter pegado e andado numa fotografia de rabelos, d'A Cidade Surpreendente, suscitou-me a vinda ao terreiro da Baixa com duas imagens e um pequeno desafio que acabei de publicar n'A Cidade Deprimente. Creio que aqui terão a visibilidade que o assunto merece.
___
Imagine que, em Dezembro, montou em casa um presépio e uma árvore de Natal. Imagine ainda que, passadas as festas, mantém a árvore e o presépio montados até Fevereiro ou Março. Como se classificaria do ponto de vista da gestão das tarefas da sua vida pessoal? Laxista, permissivo, incapaz, incompetente, inadequado para a vida familiar? Passemos agora a outra situação, do domínio do surreal.
A Feira do Livro decorreu entre 1 de 20 de Junho. Depois sucederam os festejos de S. João. Ontem, 2 de Julho às 12h03, doze dias depois da feira ter encerrado, a Praça da Liberdade apresentava o aspecto que as imagens documentam, com o que resta dos contentores de livros espalhado pela placa central à mistura com gradeamentos metálicos, automóveis estacionados e, para nosso alívio - ligeiro mas constituiu um alívio - um mamarracho, daqueles em que a empresa municipal Porto Lazer é perita, reivindicando a paternidade de toda aquela desgraça - não fosse alguém pensar que o espaço público está a cargo da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros.
Voltando atrás, à questão hipotética do presépio e da árvore de Natal, aplique agora, a esta atitude da Câmara Municipal do Porto - é aqui que está o desafio - os adjectivos que achar adequados.