De: F. Rocha Antunes - "Porto, a cidade que não dorme direito porque há excepções a mais"
Meus Caros,
Não podia estar mais de acordo com o que António Alves aqui escreveu sobre o barulho. Uma cidade que não respeita o descanso dos seus cidadãos, especialmente dos mais fracos e desprotegidos, é uma cidade que não se respeita a si própria.
Todas as entidades que promovem os eventos que causam barulho para além das 10h da noite, e são muitas, acham sempre que a sua excepção se justifica por "ser só uma vez por ano" ou coisa parecida. O que se esquecem todas é que nós, os moradores do Porto, é que temos de aguentar com todas essas excepções: Serralves em Festa (eu também sou Amigo, mas não vejo o que isso acrescente neste caso), o inacreditável desfile do Cortejo da Queima, a destilar um barulho ensurdecedor junto a um Hospital Central até à uma da manhã, o campeonato das festas das Juntas de Freguesia do centro histórico que parecem querer que a música dos Santos Populares se ouça até em Ovar, só para falar dos mais recentes.
A única excepção a esta regra está definida há décadas e é o S. João. Todos os outros têm de respeitar as horas de repouso.
Claro que isto só acontece porque nós deixamos. Confesso que já me lembrei várias vezes de meter uma providência cautelar que obrigasse essas entidades a controlar o nível dos decibéis que debitam alarvemente para cima de todos nós, mas a preguiça acabou sempre por vencer. Se alguém se quiser juntar a mim estou disponível para, da próxima, não ficar pela intenção.
Francisco Rocha Antunes