De: Cristina Santos - "Aleixo II"
Tem razão, o texto que originalmente escrevi incluía a situação do Lagarteiro e de outros bairros da cordilheira de Campanhã. Cortei o texto e não corrigi o título, peço desculpa.
O conceito de habitação social deve ser actualizado em todos os seus quadrantes. A atribuição de casa deve ser substituída pelo apoio à renda; e os bairros existentes devem ser descaracterizados. Em alguns, a situação atingiu pontos em que a descaracterização exigia a demolição total. A meu ver, Cerco, Lagarteiro e Aleixo são três casos desses na nossa cidade. Podíamos equacionar se a demolição do Cerco e do Lagarteiro não era prioritária face à demolição do Aleixo, no entanto o Aleixo parece ser o mais problemático.
Os problemas do Aleixo não resultam do comportamento de 2 ou 3 famílias, se assim fosse seria como em qualquer condomínio de um prédio privado. Há um comportamento global que caracteriza o bairro e há uma aceitação generalizada disso. Não é sério tentar negar as evidências, as pessoas não necessitam que lhes imponham regras num condomínio, sabem utilizá-lo e quando falham um vizinho adverte. Acha que é possível tal situação no Aleixo, acha que há regras no bairro, mínimas? Passíveis de solução?
Cometer o erro de transferir os habitantes para outros bairros problemáticos, nomeadamente para os de Campanhã, para onde já foram transferidos casos problemáticos do São João de Deus era criar uma cidade blindada, à parte. Parece-me que a proposta indica que os moradores serão realojados no centro da cidade, de forma dispersa, espera-se. Concordo com esta medida, não pelo facto de o Dr. Rui Rio gerir o Executivo, mas porque há muito tempo que penso ser esta a solução.
Não me espanta em nada a posição dos seus avós, um bairro daquele tipo caracteriza as mentes, era essa a questão principal do meu post anterior. É preciso elucidá-los que não se compara a vida no centro da cidade com a vida nos centros dos bairros. Acredito que a ameaça dos aglomerados é gravíssima, para o futuro, principalmente o dos próprios residentes. Não falo de favor, é com toda a sinceridade que não desejo a nenhum portuense uma vida passada num bairro como Aleixo, Lagarteiro ou Cerco. Sou contra os pobres? Não! Há sistemas de governação aos quais interessa existirem muitos pobres, assim como no Aleixo há moradores aos quais interessa que o acesso às habitações das torres seja muito difícil, e por isso avariam os elevadores. Não me identifico com essas estratégias sociais.
Melhores cumprimentos
Cristina Santos
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Nota de TAF: Profissionais do crime antes de fazer 16 anos