De: Carlos Manta Oliveira - "O valor dos pormenores"

Submetido por taf em Quarta, 2009-09-02 19:42

Responde-me o Arquitecto Pulido Valente que não é "só de lazer". É evidente que tem toda a razão no que diz. Quem morar na Foz e se deslocar para o trabalho por exemplo na Ribeira, vai usar a ciclovia da Marginal como solução de mobilidade e não como de lazer. E apesar de ter razão, acaba por não retirar absolutamente nada à afirmação que essa é uma ciclovia de lazer. Pelo menos em parte do trajecto até é essa a classificação que lhe é dada nos documentos da "Futuro Sustentável" que Vítor Silva refere, citando "Os percursos do Parque da Cidade, ribeirinhos e marítimos constituirão as ciclovias de recreio da cidade do Porto, sendo que os dois últimos têm âmbito regional."

Aproveito para dizer que não os conhecia, e que agradeço a referência aos mesmos. De facto em 2003 nem sequer eu residia em Portugal, e repito o espanto de Vítor Silva face ao tempo que leva entre o "Planear e Executar", o título do post. Aproveito também para sublinhar, contudo, que das quatro ciclovias mencionadas na carta pela CMP a Pedro Marinho, a intersecção é ténue! E estão no documento quase 900 km de ciclovias (na AMP, não apenas na cidade do Porto). Citando: "A partir do pólo universitário da Asprela nascem três ciclovias: ligação à Areosa, ligação ao Estádio do Dragão, fazendo igualmente a ligação entre a Linha D (Combatentes) e as Linhas A, B e C (Estádio do Dragão) e passando pela escola secundária António Nobre e atravessando a ciclovia de Fernão Magalhães. A terceira atravessará toda a cidade até ao tabuleiro superior da Ponte D. Luiz I."

Destas 3 só uma aparece no documento da Câmara, e em parte, pois fala da ligação de Asprela a Combatentes, Antas e Campanhã, mas não ao estádio do Dragão. A Ciclovia Asprela - Prelada - Francos - Pasteleira aparece talvez a tracejado em partes no documento da FS, o que significa "2a fase" e em parte do traçado nem está prevista. A Ciclovia no ramal da Alfândega não identifico no documento, e se consigo ver uma ciclovia na marginal a montante da ponte D. Luís, não vejo nenhuma continuação para Campanhã. Pelo contrário, das muitas ciclovias de primeira fase da FS não faz referência a carta da CMP. Não retirando virtudes a nenhuma das ciclovias propostas em qualquer dos documentos, não me sinto seguro em afirmar que as propostas da CMP resultam das recomendações da FS. Mas até pode ser que sim, dado que parcialmente coincidem.

Agora, seja em 2009 ou em 2010 era bom que a implementação das ciclovias avançasse, assim como a adesão a essa forma de mobilidade. Já sobre a utilização do ramal da Alfândega como ciclovia, julgo que até o Arquitecto Pulido Valente concordará que existe uma alternativa no elevador dos Guindais.

Cumprimentos,
Carlos Manta Oliveira

P.S.: Uma das propostas interessante no documento da FS é a inclusão de ciclovias no "perfil-tipo" de arruamentos. Espero que seja essa uma prática a seguir pelo menos para os arruamentos novos.