De: Alexandre Gomes - "Réplica c/ ataque mas s/ fundamento: A Pedro Aroso"

Submetido por taf em Terça, 2009-08-25 20:36

Estimado Pedro Aroso,

Não estou em desacordo consigo. Só não gostei lá muito que me chamasse nomes. Deixe explicar.

Vejo o valor acrescentado do seu post ao lembrar os estacionamentos subterrâneos feitos durante o período a que eu me referia. Sou um grande fã. São práticos e em princípio deixam o que lá estava à superfície como estava. Afinal essa é a ideia, senão fazia-se à superfície. Bem, talvez faça uma excepção com o do da Rotunda do Castelo do Queijo (para quem não está a ver é aquela com o Rei D. João IV à espera do autocarro para o Brasil,... em cima da paragem,... e a cavalo! que foi mais uma das estátuas da cidade que como zombies se puseram naquela época a mexer). Durante a quase década em que esteve alagado, e onde consequentemente não se podia estacionar, o parque podia ter sido concessionado para aquário municipal e não teria havido necessidade de construir outro de raiz. De imponente e sóbria rotunda de princípio de século, em paralelo, com canteiros e caminhos de terra batida, genuína, mai-los eléctricos, que me levava de cada vez que lá passava a apreciar a visão de quem a tinha pensado, passou a ser uma cacofonia visual, em asfalto bem debruado a branco, em que até o parque subterrâneo se vê de fora(?!).

Agradeço-lhe também o ter acrescentado os pormenores à história da destruição dos jardins da Montevideu que agora que me lembro fica ainda mais deprimente.

Entretanto lembrei-me também da Rua de Passos Manuel, onde grandes obras em infrastrutura foram realizadas (+). Em seguida seria pavimentada com paralelo (+), as árvores até chegaram a ser plantadas (+), havia trilhos para a reposição dos eléctricos (+) e depois coberta com asfalto (mega -) porque à hora da abertura da Porto 2001, no Coliseu, a coisa não estava pronta e, evidentemente, não se podia tratar Sua Majestade a Rainha Beatriz da Holanda como se tinha tratado o comum cidadão durante meses, com lama e pedra solta.

Agora os nomes:

  • - Da minha parte não há cruzada - agora tão mal cotada com toda essa conversa do choque das civilizações;
  • - Eu sempre agradeci ao actual Presidente da Câmara o ter parado o apanha-sacos-de-supermercado em Carlos Alberto e o ter adoptado o estilo consequente com a praça envolvente que agora se vê - pena é que não tivesse chegado mais cedo, portanto essa não é comigo;
  • - Saudosista, sim, não é chamar nomes;
  • - Nem tudo com o estilo Estado Novo era mau;
  • - Agora que eu andava a defender «canteiros pindéricos» e «desenhos bacocos», ah, isso não lhe admito!

Saudações cordiais,
Alexandre Borges Gomes
Bruxelas