De: Cristina Santos - "Propostas gratuitas não devem ser aplaudidas"
O Porto é uma cidade pequena que tem todos os meios para minimizar a pobreza através do trabalho, e criar sistemas eficientes de gestão. Não nos podemos congratular por conseguir que alguns pobres desfrutem do prazer de sorver meias de leite ou circularem em transportes públicos gratuitos, ou beneficiarem de uma casa pobre num bairro qualquer, porque estamos apenas a alimentar a inércia e a titular as pessoas de coitadinhos e incapazes. Não há necessidade disso num território tão pequeno, assim os sistemas sejam eficientes.
Só recebe subsídio quem não trabalha, devia ser o contrário: para receber complementos ou subsídios as pessoas deviam trabalhar ainda que auferissem 400€, com mais 300€ de um eventual subsidio já poderiam fazer face às suas necessidades e às da sua família, incluindo os idosos. Temos de mudar o nosso ponto de vista, Portugal não pode estar à espera de mão estendida à UE; o Porto não pode ter vergonha de avançar mais do que Lisboa, de se tornar auto-suficiente, temos de nos deixar de crendices, de ataques a quem investe e de soluções cancerígenas para embalar a pobreza em viagens gratuitas.
O nosso objectivo deve focar-se na criação de riqueza e produtividade que permita que todos ou a maioria das pessoas activas trabalhem. O Porto é uma cidade pequena do Norte onde não se justificam sistemas de gestão que se permitam pagar às pessoas para levarem os filhos à escola. É totalmente contraproducente continuar por esse caminho de sujeição, em que o pobre se sujeita a ficar sem emprego para ter um subsídio, em que o polícia se sujeita a deixar escapar o ladrão porque o pobre coitadinho de facto não pode sobreviver com os miseráveis 200€ que Estado lhe atribui e que mal chega para as meias de leite.
Não somos a América e estas soluções de pacotilha aplicam-se a cidades que já se desenvolveram, que estão dezenas de anos à frente de nós. Nós queremos solucionar problemas que ainda não temos, tudo por preguiça de pensar. A preguiça é de tal ordem que a menos de dois meses para as eleições não há projectos, não há programas eleitorais à vista, só crendices e poemas. Meias de leite, meus caros amigos, mas não são para os pobres, são para os eleitores.
Cristina Santos