De: TAF - "Aproveitar o que está ao nosso alcance"

Submetido por taf em Terça, 2009-07-21 02:56

Uma brevíssima nota sobre o debate a que assisti há pouco, com Belmiro de Azevedo e o P. Lino Maia, promovido pela candidatura de Elisa Ferreira (que, já agora, parece começar a ter ideias mais sólidas acerca do que pretende para o Porto). É quase aflitivo ver a facilidade com que as pessoas, mesmo estando cheias de boas intenções, desperdiçam as oportunidades simples que estão ao seu alcance. Insisto no assunto "agricultura urbana".

Belmiro de Azevedo continua a pensar em grandes projectos e desconhece o micro-mundo real do centro do Porto, ele que tinha meios para provocar um impacto muito significativo na cidade caso soubesse como actuar (e saberia se metesse mãos à obra e se envolvesse na realidade local). A propósito da agricultura, por exemplo, preocupava-se com a falta de água que não fosse da companhia, como se não houvesse tantas ribeiras a correr no subsolo do Porto!...

O P. Lino Maia, por seu lado, referiu a dificuldade (real) de convencer alguém que recebe o Rendimento Social de Inserção a dedicar-se a qualquer trabalho se não tiver incentivos financeiros para isso - afinal é mais confortável receber o subsídio e não fazer nada. Só que ele está a ver mal o problema. Explico.

  • 1) Não conheço o detalhe das regras de atribuição do RSI, mas duvido muito que este subsídio seja concedido/mantido a alguém a quem fosse proposto trabalho remunerado (por exemplo no arranjo dos inúmeros quintais existentes no interior dos quarteirões).
  • 2) Mesmo que o subsídio fosse concedido nestas circunstâncias, e sem esperar por nenhumas alterações à legislação, seria fácil proporcionar incentivos não financeiros para que alguém "pegue na sachola". Exemplos além do óbvio pagamento em produtos agrícolas: oferecer viagens de acompanhamento da comitiva do FCPorto em digressões ao estrangeiro; para os mais novos, acesso a uma sala de jogos com ligação de grande capacidade à Internet e bons computadores com os jogos mais populares; para os membros das colectividades locais, melhorias na "tasca" da colectividade, acesso a campos de futebol para a realização dos torneios internos, etc. Com imaginação e conhecendo as pessoas em causa, não seria difícil cativá-las.

Tanta coisa se tornaria possível se as pessoas com capacidades/vocações complementares falassem umas com as outras! Tentemos resolver problema a problema, sem adiarmos a actuação até que apareça uma qualquer duvidosa "Grande Solução"...