De: Correia de Araújo - "Devagarinho... até parar!"

Submetido por taf em Terça, 2009-07-07 23:32

1. Começo pelas fotos que servem para ilustrar aquilo que se passa com o Estado: se é para fazer, faz-se!... Não importa como!

Hospital de São Sebastião  Hospital de São Sebastião


No Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira, era preciso ganhar um pouco mais de espaço e, vai daí, nasce em plena fachada principal um "puxadinho" (como dizem os brasileiros). Refira-se que este Hospital tem pouco mais de dez anos e já rebenta pelas costuras. Obras bem planeadas! Outro exemplo mostra-nos o serviço de finanças a funcionar, provisoriamente (espera-se!), em contentores instalados em pleno jardim, enquanto as instalações habituais (as não provisórias) estão em obras de beneficiação. Não houve qualquer dificuldade em danificar parte dum jardim, em local nobre e bem perto dum emblemático edifício, para lá colocar os referidos contentores. Com isto pretendo apenas suavizar a revolta que o TAF sente em relação ao caso "Filipa de Vilhena". Pois é, com o Estado é mesmo assim!

2. No dia em que lia mais um belo artigo do TAF no JN, com título à moda do País Basco, pude apreciar também o texto de opinião de Hélder Pacheco sobre a abertura do Sea Life Porto e a campanha que se seguiu a propósito da falta de licenciamento no transporte dos animaizinhos aquáticos, preconizando-se aí a ideia de que mais uma vez o Terreiro do Paço e a inveja lisboeta estariam por trás de tamanho complot. Discordo!... Não da totalidade do escrito mas desta parte em concreto, pois somos nós, aqui no Porto, que quase sempre começamos por dar os tiros nos pés. Essa inveja de que fala Hélder Pacheco está aqui no meio de nós e bem presente! Convivemos com ela no dia a dia!

Nessa mesma altura li também sobre o projecto de reabilitação do Mercado do Bom Sucesso... e desconfiei! Humm! Vem coisa por aí! Dias depois a notícia do abaixo-assinado CONTRA! Claro! Só podia ser! Depois há a reabilitação do Rosa Mota... CONTRA, claro! Os grandes congressos que vão para Lisboa ou então usem os multi-usos e pavilhões aqui das redondezas: Gondomar, Guimarães, Póvoa, Matosinhos, Espinho, etc, etc. Aqui no Porto, NÃO! Quanto aos grandes espectáculos culturais, musicais e quejandos... que bem que estão no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Aí sim, têm dimensão e escala nacionais, quiçá, internacionais... planetárias! E nós a vê-los passar!

Se é para o bota abaixo... para nada se fazer... para não se mexer... para não se reabilitar... aparecem logo uns quantos para agitar as água e zás, aqui vai de abaixo-assinado (a nova arma do povo!). Está bem, está! Se por qualquer razão alguém sugere algo de novo para o Porto, seja até mesmo um casino, ninguém se mexe para apoiar, ninguém diz nada, ninguém se mobiliza. Já sei que os casinos são muito maus... blá... blá... blá... mas existem! Constroem-se! Aqui ou noutro sítio qualquer! Para o Porto representaria uns largos milhões de euros em contrapartidas do jogo... com extensão, ainda que residual, aos municípios vizinhos.

Há tempo lancei aqui uma provocação (e foi disso mesmo que se tratou) para que na recuperação do Rosa Mota se tivesse em linha de conta, também, a possibilidade de acolher touradas. Matavam-me! Fui literalmente crucificado... arrastado nesta arena de palavras! Entretanto, há dias quando passava pelo Bolhão dava-me conta da necessidade de tornar público o meu agradecimento a todos quantos conseguiram e lutaram por manter aquele espaço como está: degradado, obsoleto e quase inútil. Bem-hajam!

Uma última palavra, que o texto já vai longo, para dizer que tudo isto acaba por explicar o porquê das projecções garantirem tão grande vantagem a Rui Rio na peleja eleitoral que se avizinha. Será que as pessoas andam a dormir? Será que as pessoas não sabem distinguir quem está com boas intenções e quem se arvora de iluminado para tudo contrariar e nada fazer?

Correia de Araújo